Monday, December 18, 2006

NÃO AOS PARASITAS DO CONGRESSO NACIONAL

Vamos dizer não aos parasitas do congresso nacional que pedem aumento abusivo do seu próprio salário – não aos parasitas do congresso nacional. Que agem sobre o “pressuposto” do interesse particular e da servidão voluntária ao dinheiro, ao poder e dos vícios que sufocam a justiça, a transparência, a liberdade e o amor a coisa pública, como possibilidade de igualdade entre os cidadão brasileiros.

Daner Hornich - Mestre em Filosofia (PUC-SP) e professor.

BANDITISMO PÚBLICO E SECRETO NA REPÚBLICA DEMOCRATICA DO BRASIL

Nesse momento de Caos político – é bom recordar as palavras de Voltaire: “Qual é, pois, a extensão e o limite de nossos crimes? O grau de violência em nossas paixões, o grau de nosso poder e o grau de nossa razão” (Deus e os Homens, 2000, 2). Os nossos congressistas sabem a extensão e os limites dos seus crimes quando roubam o tesouro público da nação brasileira, quando agem na calada da noite com atos de banditismo público e secreto? Sabem e agem com se não soubessem e mina com bombas a instituição da república democrática brasileira.
Daner Hornich - Mestre em Filosofia (PUC-SP) e professor.

Tuesday, December 05, 2006

O momento político brasileiro é um rastro de totalitarismo

O momento político brasileiro é um rastro de totalitarismo – como recorda Hannah Arendt : “O choque da terrível e monstruosa dicotomia totalitária é neutralizado, e nunca totalmente percebido, graças a uma cuidadosa graduação de militância, na qual cada escalão reflete para o escalão imediatamente superior a imagem do mundo não-totalitário, porque é menos militante e seus membros são menos organizados. Esse tipo de organização evita que os seus membros jamais venham a encarar diretamente o mundo exterior, cuja hostilidade permanece para eles um simples pressuposto ideológico. Permanecem tão bem protegidos contra a realidade do mundo não-totalitário que subestimam constantemente os tremendos riscos da política totalitária” (Origens do Totalitarismo, 1997, 417).
Vamos abrir os nossos sentidos, usar da nossa racionalidade e dialogar com o nosso pensamento para explicitar o momento de barbárie totalitária instaurada no Brasil.

Daner Hornich – Mestre em Filosofia (PUC-SP) e professor

A IRONIA TRÁGICA

A IRONIA TRÁGICA


“A ironia trágica poderá consistir em mostrar como, no decurso do drama, o herói cai na armadilha da própria palavra, uma palavra que se volta contra ele trazendo-lhe a experiência amarga de um sentido que ele obstinava em não reconhecer” (Vernant, Jean-Pierre, 2002, 20).
A citação acima do mitólogo, historiador e filólogo francês nos recordam da importância da tragédia grega no decurso dos nossos dramas políticos, éticos, religiosos, jurídicos, sociais, estéticos e culturais – ao refletir sobre as nossas ações e palavras, de modo especial na Grécia Antiga que se desvela como um universo extraordinário de cultura e criação artística.
O imaginário da tragédia grega instaura teias de relações em nossos tempos, por meio, do mito do herói defensor dos pobres, ao mesmo tempo perseguido, fraco, oprimido, forte e guerreiro dos trabalhadores perseguidos e desanimados – pai dos pobres desse universo chamado Brasil, como salientou o seu propagador na mídia nos tempos de eleições.
A recordação da tragédia nesse momento trágico da vida política brasileira em meio a tantas confusões não resolvida no decorre do decurso do drama do herói que mergulha em sua própria armadilha, por meio, das suas ações e discursos que assume sua verdadeira significação e revelam sua verdadeira face.
Qual será a face do nosso presidente? Será do líder ditador que quer impor a lei da censura à mídia brasileira que tanto o elevou em tempos primordiais do nascimento do PT, com características democráticas e que seguia e perseguia uma proposta ética para política brasileira ou será do “bom governo” para os pobres de um Brasil com mil faces e que enfrenta entre as várias crises, a liberdade de expressão?
Não sei! Mas podemos pensar sobre o assunto quando algumas posições e nuances aparecem nessa encruzilhada chamada Brasil com “palavras de ordem” que se manifestam como expressão totalitária no discurso do governo ao querer impedir a comunicação e o esclarecimento dos fatos, dos acontecimentos e das lambanças dos “administradores” do Estado brasileiro.
A experiência amarga do drama do herói – pai dos pobres – que não reconhece suas ações e discursos em outros tempos – tempos de luta, conflito e contradições com os capitalistas usurpadores dos valores e direitos humanos, em beneficio dos interesses do mercado, na época do capital estrangeiro – hoje do capital financeiro, esquece-se com freqüência da sua própria “história política” de lutas – quando defende o assistencialismo, os banqueiros e os amigos corruptos e crítica a ação da imprensa de “golpista” quando busca esclarecer o povo brasileiro da trágica ironia que se instalou no nosso país, como o “cala boca” silencioso contra a imprensa.

Daner Hornich, Mestre em Filosofia (PUC - SP) e professor.



Wednesday, November 22, 2006

Isso parece o Brasil!

É sempre bom lembrar de boas companhias paras as nossas reflexões em tempos de esquecimento, ausência de honestidade e de escuridão intelectual. Por isso, recordo-me das reflexões de Diderot: “Parece-me que eu estava fechado no lugar que se chama o antro desse filósofo. Era uma longa caverna, obscura. Eu estava aí sentado em meio a uma multidão de homens, de mulheres e de crianças. Tínhamos todos os pés e as mãos encadeadas e a cabeça tão bem presa entre talas de madeira que nos era impossível volvê-las. Mas o que me espanta é que as pessoas, na maior parte, bebiam, riam, cantavam, sem que parecessem estorvadas com seus grilhões e que vós tivésseis dito, ao vê-las, que este era o seu estado natural; parecia-me mesmo que eram encarados com maus olhos aqueles que envidavam algum esforço para recobrar a liberdade de seus pés, de suas mãos e de sua cabeças, que eram designados por nomes odiosos, que os outros se afastavam deles como se tivessem sido infectados de um mal contagioso, e que quando sobrevinha algum desastre na caverna, não se deixava jamais de acusa-los por isso. Equipados como acabo de vos dizer, tínhamos todos o dorso voltados para a entrada dessa morada, e só podíamos olhar o fundo, atapetado com uma tela imensa” (Diderot, 2000, 216). Boas lembranças das reflexões de Platão – ou podemos argumentar – isso parece o Brasil! Imagino muitas coisas nesse momento de irracionalidade, conformismo generalizado, burrice ideológica, servilismos voluntários e intimidação robusta de terror e medo.
Comentários para uma segunda reflexão:
Sem citar as universidades e os intelectuais desse “Shopping Center” e as suas subserviência ao mercado, com suas leis de intimidação no cerceamento da autonomia, da livre expressão, da individualidade, da crítica e da universalidade. Poderíamos perguntar se somos acorrentados como na caverna de Platão ou na caverna imaginada pelo Diderot? Ou, se somos um mal contagioso quando não abaixamos o corpo feito porcos “rosnando” no chão sem um pingo de vergonha na cara? É hora de mudança, vamos parar de passar a mão na cabeça daqueles que nos intimida com o terror da sobrevivência mercadológica e lutar com inteligência contra todo tipo de servilismo voluntário e besta que assolam nossas relações sociais, políticas, educacionais, religiosas e culturais.
Daner Hornich. Mestre em Filosofia (PUC-SP) e professor

Sombras, Autoritarismo e Ignorância Robusta

Neste momento histórico de sombras, autoritarismo e ignorância robusta em terras de pindorama vale a lembrança e reflexão do iluminista Paulo Sergio Rouanet: “..., esse projeto já está sendo proposto por uma aliança esdrúxula de conservadores políticos, fundamentalistas religiosos e radicais pós-modernos. Como um programa desse tipo no fundo duplicaria tendências já presentes na realidade, canonizando como valor o que já existe como fato, não parece que essa nova civilização contribuísse muito para abolir a barbárie” ( Rouanet. Mal - Estar na Modernidade, 1993, 13).
Daner Hornich. Mestre em Filosofia (PUC -SP) e professor.

Thursday, November 16, 2006

Caros amigos ou inimigos

Caros amigos ou inimigos,
Vamos acordar do nosso sono dogmático e abrir os nossos olhos, ouvidos e outros sentidos para os acontecimentos políticos no Brasil – vamos acordar e despertar em nós a nossa consciência crítica diante de tanta malandragem, rapinagem e favorecimento pessoal – nosso despertar é racional ou como argumenta Hegel: “A filosofia não é um sonambulismo, mas antes a consciência mais acordada, e o seu acto é apenas este: um despertar sucessivo, porque trouxe à (luz do) dia, à consciência, promoveu o saber, o em si racional, a partir do poço do espírito onde ele primeiro está apenas como substância, como essência interior” (Hegel, Introdução às lições sobre história da filosofia, 1995, 86).Daner Hornich - Mestre em Filosofia (PUC - SP) e professor.

Tragédia brasileira

Em meio a tantas confusões fiquemos atentos com a tragédia instaurada na vida política brasileira, temos retorno da censura, denúncias de corrupção que não foram apuradas e um presidente eleito, que pensa ser o rei dos pobres ou das pobres almas brasileiras que vivem em tempos de ambigüidade de expressão e forma de pensamento uniformizado.
Daner hornich mestre em Filosofia (PUC-SP) e professor.

Tempos Sombrios ou nebulosos?

Em tempos sombrios ou nebulosos - vale a lembrança do filósofo Cornelius Castoriadis – sobre a nossa vida política: “... vende-se um presidente da república para a população como se vende uma pasta de dente” (Castoriadis, Sobre o Político de Platão, 2004, 262).

Thursday, November 02, 2006

A DITADURA RENASCE DAS CINZAS

A ditadura renasce das cinzas, por meio, da censura imposta aos meios de comunicação, vamos ficar atentos às meandros totalitários utilizados por aqueles que governam o país com as mãos sujas de lama e fama de corrupção – os crimes não foram apurados - o cala boca, já foi imposto.
Daner Hornich

Monday, October 30, 2006

Depois das eleições – fica a seguinte reflexão de Elias Canetti:“A grande questão hoje - a única, poder-se ia dizer – diz respeito à possibilidade de se lidar com o sobrevivente, tendo ele atingido proporções tão monstruosas” (Massa e Poder, 1995, 469) .
Daner Hornich

Deixa o homem trabalhar!

Vamos deixar o Lula trabalhar, mas sem conformismo e com muita crítica.

Daner Hornich, Mestre em Filsofia (PUC-SP) e professor

o presidente

A sociedade brasileira deve ficar alerta e fiscalizar com mais rigor o presidente reeleito, precisamos de um Brasil sem corrupção e mais eficiente em suas ações.

Daner Hornich, Mestre em Filosofia (PUC -SP) e professor

Thursday, October 26, 2006

Senhores candidatos

Senhores candidatos

Senhores candidatos, intuímos o Brasil nesses tempos de eleições e ficamos cada vez mais espantados diante de tantos desrespeitos com o povo brasileiro que vive na luta cotidiana na busca do bem comum e da sua própria felicidade.
Senhores candidatos, o Brasil imaginado por nós povo brasileiro em busca da própria felicidade é o país da promoção social, da educação para a técnica, a ciência, a arte – um país que deseja promoção da dignidade humana e não instrumentos de manutenção de poder e miséria social, como o chamado bolsa-família.
Senhores candidatos, o povo brasileiro sonha com um Brasil que busca o bem comum, por meio, das defesas dos interesses públicos que visa uma sociedade de direitos – com saudáveis expressões de liberdade pública e não dos interesses particulares, privados e pessoais que da legitimidade e sustentação a uma corja de oligárquicas.
Senhores candidatos, o Brasil que queremos é a possibilidade de um país que se abre para a modernização, com transparência, eficiência e responsabilidade em suas ações – respeitando o povo brasileiro e o interesse coletivo da nação.
Senhores candidatos, precisamos de um Brasil em desenvolvimento que domine a inflação e que se sustentem numa economia estável suas opções de crescimento sem buscar alternativas assistencialistas – precisamos de um país que viabilize o aumento de emprego que promova as pessoas e melhore as nossas condições humanas.
Senhores candidatos, esperamos um Brasil melhor – com investimentos nas áreas sociais da indústria, do comércio, da agropecuária, do agro-negócio, da saúde, do transporte, da moradia e da educação – esperamos uma revolução agrária e não essa enganação instaurada na nação.
Senhores candidatos, vamos construir um país diferente, por meio, da nossa diversidade pluralista, sem corrupção, mensalões e favoritismo e outros palavrões que não precisa ser contabilizados em meio a tanta ausência de bons costumes no nosso cenário político.
Senhores candidatos, parem de enganar o povo brasileiro com propagandas que beiram o discurso totalitário ao degradar a fé pública do povo soberano – destruindo nossas relações humanas em detrimento do mercado – regulador – deus das nossas ações e palavras de ordem – tudo em nome do deus econômico que emburrecem os nossos administradores, tecnocratas, universitários, intelectuais, burocratas e magistrados.
. Senhores candidatos, chega de mentira e balela – depois das eleições, intuímos, imaginamos, sonhamos, queremos, precisamos, esperamos um Brasil em transformação construído uma nova possibilidade de ser soberano, democrático, ético e transparente.

Daner Hornich é Mestre em Filosofia (PUC –SP), Professor

Wednesday, October 25, 2006

PALIATIVO OU PRIVATIZAÇÃO DAS NOSSAS RELAÇÕES

PALIATIVO OU PRIVATIZAÇÃO DAS NOSSAS RELAÇÕES

Vivemos em uma sociedade democrática – numa sociedade de tensões, conflitos, resoluções e sonhos que projeta uma vida de fragilidade, de incerteza, de dúvidas, de futilidade e de dissolução da coisa pública, por meio do crime, do clientelismo, da corrupção e do favoritismo de um lado e das considerações em torno da transparência, da ética, da justiça e dos bons costumes de outro.
Esse cenário desenhado nas linhas acima compreende relações de poder no Brasil – relações essas que são determinadas e definidas pela vida econômica, com um discurso ditatorial mais forte e representativo que o da ditadura militar em nosso país.
O discurso corrente em nossa sociedade pelos meios de comunicação, pelos empresários, pelo governo, pelos reitores e pelos formadores de opiniões – é o econômico transformado em uma lei invisível que permeia o imaginário das nossas vidas no boteco da esquina, na igreja, na universidade, nas colunas dos jornais, na indústria e no palácio da república.
O econômico com essa capa invisível de “mulher maravilha” transformada em lei – tornou-se na nossa profissão de fé, para não dizer dogma, com os seus propagadores – catequistas da nova ordem econômica – que vivem do comércio da verborragia sofística da persuasão absoluta, por meio, das elucubrações de terror, medo e conformismo, com as seguintes palavras de ordem: “se você não se adaptar ao mercado, você está morto”, “se você não tem capital você não vive.” Ou “se você não cortar os funcionários do quadro da empresa você vai quebrar”, entre outros discursos que povoa o nosso imaginário, como as privatizações e as reduções de custo numa sociedade de alto custo.
Tudo nessa sociedade tem um preço e um alto custo a ser pago com as nossas vidas de fazer de contas e brincar de administrar a vida alheia com as nossas decisões carregadas de estatísticas, cálculos, técnicas e especialidades que subordina a vida dos cidadãos à econômica, por meio, de um novo discurso à conta gostas – analgésico no alivio das dores e caridoso na eficiência de suas ações, coma a idéia de uma responsabilidade social.
Essa idéia de uma nova responsabilidade social – trouxe, com ela uma nova roupagem “ética” da liga dos “super-amigos”, dos salvadores do caos estabelecido pelo Estado democrático de direito, para ajudar com as sobras dos seus lucros as deficiências e a carências estatais nas diversas áreas públicas, com um discurso que procura minorar a miséria,[1] sem solucionar os problemas das nossas mazelas, mas oferecer um paliativo.
Como Marx argumentava em seus “manuscritos econômico-filosóficos: “A existência do trabalhador é, portanto, reduzida à condição de existência de qualquer outra mercadoria. O Trabalhador tornou-se uma mercadoria e é uma sorte para ele conseguir chegar ao homem que se interesse por ele. E a procura, da qual a vida do trabalhador depende, depende do capricho do rico e capitalista” (Marx, 2004, 24).
Será que não é isso esse novo paliativo – chamado de responsabilidade social – um capricho que depende do interesse do rico e capitalista que pensa o social com suas carências e ineficiências que precisam ser minoradas? Ou será a responsabilidade social a mais nova privatização das nossas relações?
Não sei! Mas sei que precisamos pensar sobre essa nova roupa usada, comercializada e consumida por todas as empresas e debatidas na universidade sobre o crivo da razão e dos sentidos – que investiga, por meio da pesquisa e do debate aberto e público as novas nuances da nossa vida cotidiana.

Daner Hornich – Mestre em Filosofia (PUC-SP) e professor

Bibliografia
Marx, Karl. Manuscritos econômico-filosóficos. Tradução Jesus Ranieri. São Paulo:
Boitempo editorial, 2004.
Ribeiro, Renato Janine. “A sociedade contra o social: o alto custo da vida pública no
Brasil”. São Paulo: Companhia da Letras, 2000.
[1] Sobre esse assunto ler: Ribeiro, Renato Janine. “A sociedade contra o social: o alto custo da vida pública no Brasil”. São Paulo: Companhia da Letras, 2000, pp. 19 – 24.

Sunday, October 15, 2006

demagogos da nossa república que usam da retórica ou melhor da propaganda para enganar o povo

Em relação aos demagogos da nossa república que usam da retórica ou melhor da propaganda para enganar o povo (como se fossem crianças) com números cabalístico e suposições irreais – podemos recordar das palavras Sócrates no Górgias: “E com relação à retórica que se dirige ao povo ateniense e ao de outras cidades de homens livres, que diremos que seja? És de parecer que os oradores falam sempre com a finalidade precípua do maior bem e que só tem em mira, com seus discursos, deixar virtuosos, quanto possível, os cidadãos? Ou, pelo contrário, só desejam agradar aos cidadãos e descuidam, no interesse próprio, dos interesses da comunidade, além de tratarem as multidões como a crianças, por só pensarem em lhes ser agradável, sem se preocuparem, no mínimo, se desse jeito eles virão a ficar melhores ou piores?” (Platão, 502 e – 503 a).
Daner Hornich

Algumas provocações de J.-J. Rousseau

Algumas provocações de J.-J. Rousseau - são salutares para o nosso imaginário político – “Ver-se-ia a opressão crescer continuamente sem que os oprimidos jamais pudessem saber qual termo ela teria, nem que meios legítimos lhe restariam para detê-las. Ver-se-iam os direitos dos cidadãos e a liberdades nacionais se extinguirem pouco a pouco, e as reclamações dos fracos serem consideradas murmúrios sediciosos” (Discurso sobre a desigualdade entre os homens, 2002, 238).
Ou, seguinte reflexão pulsante que desenha em nossos quadros as mãos da oligarquia dos nossos governantes corruptos que usam da força, dos interesses privados e dos favorecimentos pessoais, na linguagem de Rousseau se configura na imagem do “déspota (que) só é senhor enquanto é o mais forte e, tão logo o podem expulsar, ele não pode reclamar contra a violência” (Discurso sobre a desigualdade entre os homens, 2002, 240).
Daner Hornich

A MAIS EFICAZ FICÇÃO DA PROPAGANDA

Hannah Arendt argumenta que a “... mais eficaz ficção da propaganda nazista foi a história de uma conspiração mundial judaica” (Origens do Totalitarismo, 1989, 403). – E a nossa maior eficaz ficção da propaganda – quem será ou qual será?
Daner Hornich

Os tremendos riscos da política totalitária

Em tempos de eleições –às reflexões políticas de Hannah Arendt são salutares para o conjunto de inquietações que emergem na vida política brasileira:
“O choque da terrível e monstruosa dicotomia totalitária é neutralizado, e nunca totalmente percebido, graças a uma cuidadosa graduação de militância, na qual cada escalão reflete para o escalão imediatamente superior a imagem do mundo não-totalitário, porque é menos militante e os seus membros são menos organizados. Esse tipo de organização evita que os seus membros jamais venham a encarar diretamente o mundo exterior, cuja hostilidade permanece para eles um simples pressuposto ideológico. Permanecem tão bem protegidos contra a realidade do mundo não totalitário que subestimam constantemente os tremendos riscos da política totalitária” Origens do Totalitarismo, 1989, 417).
Vamos acordar Brasil!
Daner Hornich

REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE DIREITO OU IMPÉRIO COM SUAS OLIGARQUIAS?

REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE DIREITO OU IMPÉRIO COM SUAS OLIGARQUIAS?

Até que ponto é uma república democrática de direito o nosso Estado brasileiro se continua os vestígios do império com suas oligarquias? Será o nosso presidente um imperador vestido com roupas democráticas?
Esses vestígios são visíveis quando visualizamos na vida social brasileira o trafico de influência, o poder autoritário e personalista do mando e dos desmando – da dominação pessoal e da lei do mais forte que não obedece nenhuma lei, regra ou conduta moral nas relações pessoais, sociais, políticas e econômicas.
Análise instigante e complexa sobre essas questões é da pensadora Maria Sylvia de Carvalho Franco em seu livro “Homens livres na Ordem Escravocrata” (Aqui vale apenas a indicação sobre algumas questões, pois o livro é rico em suas analises investigativas das mazelas da sociedade brasileira) - quando ela reflete de modo especial sobre “O Homem Comum, A Administração E O Estado” ao argumentar que:“o Estado é visto e usado como ‘propriedade’ do grupo social que o controla” (Franco, 1997, 142).
Essa visão do “Estado privatizado” pelo poder parasitário dos fazendeiros vestidos com roupas de barões do café que ditavam que “o aparelho governamental nada mais é que parte do sistema desse grupo, imediatamente submetido à sua influência, um elemento para o qual ele se volta e utiliza sempre que as circunstâncias o indique como meio adequado” (Franco, 1997, 142).
O poder da influência desestabiliza e nega a legitimação e atuação do Estado na sua relação autônoma e competente para agir segundo os seus próprios fins, como lembra Franco ao escrever que “surge assim, sob a imagem do “Estado tutelar”, a figura mais real do “Estado instrumento”, fincando linearmente entrosados os momentos de busca e repulsa de sua atividade como etapas de afirmação do poder de um grupo social” (Franco, 1997, 142 - 143).
O poder de um grupo social no Brasil é à base do governo oligárquico – com privilégios que usa da força, da violência, dos favores e das ações fraudulentas para manter o poder da propriedade privada, por meio, da apropriação de terras, como base da dominação comercial e financeira garantidas pelo Estado.
Esse tipo de poder usado por um grupo de privilegiados – usa do bem público e do Estado de direito para os bens pessoais para os seus desfechos – cria relações de corrupção, crimes, roubos, mortes, exclusões e imprudência delinqüente como os mensaleiros e sanguessugas que são práticas das reuniões secretas que distribui recursos de forma autoritária, eleitoreira e nada democrática e republicana.
Não podemos desanimar com um presidente que veste a roupa do rei e com os nossos congressistas que vestem as roupas dos barões ao usar do direito da propriedade como direito político em suas ações, pois temos que participar e lutar de forma efetiva e afetiva da nossa vida pública na possibilidade de mudar o que está determinado pelo poder econômico do mercado financeiro – com sua hegemonia dominante, lembrando que aquilo que parecia imutável como: a ditadura militar, a guerra fria, o muro de Berlim – um dia passou sobre os nossos olhos e peles.

Daner Hornich – Mestre em Filosofia (PUC-SP) e professor do Centro UNISAL –SP –

Saturday, October 07, 2006

Qual a diferença entre os dois candidatos?

Qual a diferença entre os dois candidatos?

Perguntas pertinentes surgem no cenário político, de modo especial no imaginário popular brasileiro. Após a visita do esperto quase morto pelas urnas do Estado do Rio de Janeiro, o senhor Garotinho – nosso Ulisses moderno – com sua esposa e filha que usava uma camiseta, com os dizeres: “Fora Lula”, nos conduz a pensar sobre algumas questões.
Pra quem passou o primeiro turno das eleições 2006 falando de ética e provocando seus adversários para agirem com as mãos limpas na administração pública, mas recebeu o malandro Garotinho acusado de mil e uma coisas no Estado do Rio de Janeiro, num esquema de corrupção que ultrapassam as cifras dos mensalões da federação brasileira, deixam em dúvida os eleitores, cidadãos brasileiros.
Antes mesmo de ser eleito o presidenciável paulista do Vale do Paraíba conversa em uma reunião de horas em seu gabinete com um corrupto que degrada a vida pública, por meio, dos favores, das ações fraudulentas e delinqüentes, como o propinoduto. Imaginemos depois de eleito com que esse presidenciável vai conversar para governar o país – será o nosso novo Lula sem barba e careca?
Sobre o nosso presidenciável que se diz ético e que age de mãos limpas em relação à administração pública (mas se encontra com o ícone da corrupção do Rio de Janeiro) é o mesmo que não deixou criar comissões de investigações no Estado de São Paulo, desde o caso da acupuntura até o caso da Nossa Caixa Nosso Banco.
O discurso do santo médico imaculado põe em dúvidas ou deixa em suspense a transparência ética do “vale paraibano” no que diz respeito ao trato com a coisa pública, a democracia e os bons costumes – em síntese não temos nem anjo e nem demônio, mas homens passíveis de corrupções na direção do Estado Democrático de Direito Brasileiro, mas com o povo como sensor.
Sem aprofundar muito sobre o problema político surgem as seguintes questões nesse momento trágico da vida política brasileira: Qual a diferença entre os dois candidatos? Qual a diferença entre os projetos dos dois candidatos? Serão os dois candidatos faces da mesma moeda? O que vamos ver e ouvir nos debates da TV – promessas que serão diferenciais para o desenvolvimento sustentável e econômico e que a educação e a saúde vão ser o carro condutor do governo? Ou vamos escutar que a nossa fome de pão e de beleza vai ser saciada com menos corrupção, escândalos e falcatruas?
Algumas questões vão ser debatidas, outras vão ser deixadas de lado, principalmente, aquelas que dizem respeito aos nossos problemas de desigualdade (entre trabalhadores qualificados e não qualificados, pra não falar da desigualdade física e moral), da educação para a técnica, tecnologia, ciência e a arte e dos desníveis das sociedades ricas comparando-se as classes mais pobres da nação que fica cada vez mais miserável.
Sobre esses assuntos vale o alerta e a provocação de Rousseau (1712 – 1778): “O povo, por si, quer sempre o bem, mas por si nem sempre encontra. A vontade geral é sempre certa, mas o julgamento que orienta nem sempre é esclarecido. É preciso fazê-la ver os objetos tais como são, algumas vezes tais como eles devem parecer-lhe, mostrar-lhe o caminho certo que procura, defendê-la da sedução das vontades particulares, aproximar a seus olhos os lugares e os tempos, pôr em balanço a tentação das vantagens presentes e sensíveis com o perigo dos males distantes e ocultos” (Do contrato Social, 1978, 56).

Daner Hornich – Mestre em Filosofia (PUC – SP)

Verdade e Política

Política e Verdade – sempre foram caminhos nada harmoniosos na história da filosofia ocidental, sobre esse assunto Hannah Arendt tem um artigo intitulado “Verdade e Política” – é um texto interessante, inquietante e provocativo e vale a pena ler nesses tempos de eleições, principalmente quando não se “inclui entre as virtudes políticas a sinceridade” (Arendt, 1992, 283).
Daner Hornich

Filosofia Política uma lembrança de Pascal em tempos de eleições

“Em geral, só imaginamos Platão e Aristóteles vestindo grandes túnicas de acadêmicos. Eram pessoas honestas e, como as outras, riam com os seus amigos; e quando se divertiram fazendo as suas Leis e a sua Política, faziam-no brincando. Era a parte menos filosófica e menos séria de sua vida (...). Se escreveram sobre política, foi como para pôr ordem em um hospício; e se fizeram menção de falar sobre ela como uma grande coisa, é porque sabiam que s loucos a quem falavam julgavam ser reis e imperadores; adotavam seus princípios para moderar a loucura deles na medida do possível”(Pensées, n 331).

Thursday, September 21, 2006

Propagadores de mentiras

Jornal de Piracicaba
OPINIÃO » OPINIÃO PÚBLICA
12/09/2006 » 21h40
PolíticaPropagadores de mentiras
Nos escritos de Voltaire temos o seguinte questionamento: “Acredita, perguntou Cândido, que os homens sempre se tenham massacrado mutuamente, como o fazem hoje? Que sempre tenham sido mentirosos, velhacos, pérfidos, ingratos, malfeitores, fracos, volúveis, covardes, invejosos, gulosos, bêbados, avarentos, ambiciosos, sanguinários, caluniadores, devassos fanáticos, hipócritas e tolos?” (Voltaire, 1998, 101). Seguindo a reflexão de Voltaire, por meio do personagem Cândido podemos perceber que os homens são gaviões comedores de pombos que se massacram mutuamente entre si em torno do poder e da dominação pessoal, do controle e das organizações autoritárias que se perpetuam na vida pública da sociedade brasileira com relações tiranas.Nas palavras de Chevalier de Jaucourt, “É o uso de um poder que é exercido contra as leis, em detrimento público, para satisfazer sua ambição particular, sua vingança, sua avareza e outras paixões desregradas, prejudiciais ao Estado. E, sobre a cabeça de 1 milhão de homens que esmaga, eleva o colosso monstruoso de alguns favoritos que a servem” (Diderot e D’Alembert, 2006, 312). Observando o palco do cenário político brasileiro é perceptível a degradação da esfera pública pela influência do poder autoritário e personalista dos nossos políticos divulgadores de propagandas mentirosas com suas generalizações imaginárias de um mundo fictício capaz de medir forças com o mundo real –– criando ilusões lógicas, organizadas e coerentes de um mundo inexistente com aquelas estatísticas alucinatórias da nossa vida cotidiana que produz números cabalísticos capazes de enriquecer a classe média em propagandas eleitorais. A mentira é o conteúdo proposto por nossos espalhadores de propagandas e, como Platão questiona, “Os que mentem voluntariamente são melhores do que os que o fazem sem o querer?” (Platão, 2001, 371). Se nos orientarmos pelo argumento de Platão podemos confirmar a reflexão de Voltaire ao argumentar que somos malfeitores quando mentimos e ludibriamos alguém.E os políticos –– candidatos à Presidência, ao governo do Estado, à Câmara dos Deputados e Assembléia Legislativa, são o quê? Malfeitores por mentirem tanto e nada fazerem para o bem público? Ou são simplesmente homens embusteiros, mercadores de negócios ilícitos, viciados, bestas-feras que carecem do exercício da cidadania e que regulam a vida em comum? Essa é uma questão para se pensar, refletir e analisar ao fotografar as cenas da vida política brasileira, que vive da exploração das riquezas e conquistas públicas em benéficos privados.Em tempos de eleições, temos que ter cuidado com políticos salvacionistas e que enchem nossos corações de alegria e esperança, mas não têm nenhuma proposta possível de se realizar.Daner Hornich é mestre em filosofia e professor.

Tuesday, September 12, 2006

Qual justiça? Qual racionalidade?

OPINIÃO » OPINIÃO PÚBLICA
01/06/2006 » 21h37
ReflexãoQual justiça? Qual racionalidade?
Qual justiça? Qual racionalidade? –– destruíram a cidade –– “uma explosão comercial, pragmática, calculada, do gosto pelo horror, ou melhor, do mau gosto pelo horror, o mundo sem gosto” (Matos, Olgária. “Vestígios”, 1998, 62). Destruíram pilares –– “uma ordem destruidora e desagregadora do homem, um atentado ao futuro do homem, um sinal de cansaço, um caminho sinuoso para o nada” (Nietzsche, Friedrich. “Genealogia da Moral”, 1998, 65).Qual justiça? Qual racionalidade? Eliminaram nossas ações pelo terrorismo e pela ideologia; destruíram nossas individualidades. “O perigo das fábricas de cadáveres e dos grandes poços do esquecimento é que hoje, com o aumento universal das populações e dos desterrados, grandes massas de pessoas constantemente se tornam supérfluas se continuamos a pensar em nosso mundo em termos utilitários.Os acontecimentos políticos, sociais e econômicos de toda parte conspiram silenciosamente com os instrumentos totalitários inventados para tornar os homens supérfluos” (Arendt, Hannah. “Origens do Totalitarismo”, 1989, 510). Deixamos de falar, de rir, de olhar, de sentir e de pensar, e de querer e de julgar.O cenário tem novos contornos de barbárie, tempos sombrios. Qual justiça? Qual racionalidade? “Espera-se que finjamos para nós mesmos que as classes e contradições de classes já não existem mais ou não mais importam” (Meszáros, István. “Para Além do Capital”, 2002, 39).Memória, bendita memória, quero encontrar-me com Atenas, olhe o nosso retrato, escute o nosso relato sobre a banalidade do mal. Quem são nossas crianças? Quem são os nossos garotos? Quem são? Quem são? Serão propagandas de refrigerantes?Qual justiça? Qual racionalidade? Destruíram nossas praças. Homens e crianças têm armas nas mãos, armas que simbolizam o prazer de matar. Por que tanta intolerância? Sua manifestação é visível, seu vestido é guerra, sua face esta suja de sangue da violência, seu cálice é a destruição. Você usa da força –– vontade de poder e dominar ––, mas que poder é esse? O que elimina as pessoas com bombas? Perdemos a medida e o parâmetro, o caos povoa o nosso imaginário e a ditadura, os nossos olhares.Qual justiça? Qual racionalidade? “O preço que os homens pagam pelo aumento de seu poder é a alienação daquilo sobre o que exercem o poder” (Horkheimer, Max. “Dialética do Esclarecimento”, 1985, 24). A democracia esvazia-se e a nova ordem se estabelece: totalitarismo, sistema de destruição, campo de concentração, propaganda de massa, câmara de gás, poder paralelo, tráfico de drogas, guerra civil, corrupção. Somos a marca de um tempo. “A cegueira alcança tudo, porque nada compreende” (Horkheimer, Max. “Dialética do Esclarecimento”, 1985, 24).Qual justiça? Qual racionalidade? A ignorância ronda nossos olhos, penetra nossa alma; a irracionalidade se apodera das mentes corrompendo e banalizando a razão, que não é instrumento de poder, de dominação de mercado e de cálculo empresarial, mas é possibilidade emancipadora, que trava uma guerra contra o fanatismo, o fundamentalismo, a impunidade, a ausência de transparência, a corrupção e a ordem estabelecida pelos ditadores econômicos –– que seduzem a grande massa com o encanto e a feitiçaria, magos e gnomos, sofistas e “tecnocratas palpiteiros”––, que enfeitam esse “cenário emburrecedor” (Romano, Roberto. “O Caldeirão de Medeia”, 2001, 214) da nossa sociedade brasileira. Qual justiça? Qual racionalidade?Um lembrete aos universitários, professores e pesquisadores conformados com as atrocidades humanas e seus significados políticos: “O direito da intolerância é, pois, absurdo e bárbaro; é o direito dos tigres, e bem mais horrível, pois os tigres só atacam para comer, enquanto nós exterminamo-nos por parágrafos” (Voltaire “Tratado sobre a Violência”, 2000, 34)Daner Hornich é mestre em filosofia (PUC-SP) e professor

Tuesday, September 05, 2006

ReflexãoNossos crimes e nossas tolices

OPINIÃO » OPINIÃO PÚBLICA
26/04/2006 » 21h43
ReflexãoNossos crimes e nossas tolices
Voltaire no livro sobre: “Deus e os homens”, entre outras reflexões, expõem o comportamento dos homens no texto: “nossos crimes e nossas tolices” argumenta que “em geral, os homens são tolos, ingratos, invejosos ávidos do bem alheio, abusam de sua superioridade quando são fortes e velhacos quando são fracos” (Voltaire, 2000, 1).Refletindo sobre a argumentação de Voltaire pode-se imaginar quem são em geral os nossos políticos, não que todos sejam farinha do mesmo saco, mas que a maioria dos nossos políticos são criminosos e cometem tolices espoliando e comentando falcatruas contra o povo brasileiro com ações tolas, ingratas e carcomida pela inveja ávida do bem alheio, como argumentaria Voltaire.Pode-se ratificar com Voltaire que na política brasileira estamos vivendo tempos de guerra. Dentro do Estado brasileiro vivemos uma crise de credibilidade e legitimidade; dentro do Estado de Direito, por ausência de transparência no trato das coisas públicas e por desrespeito ao cidadão, numa guerra ideológica de espoliação e imprudência. Voltaire questiona e argumenta: “Por que estamos em guerra desde tanto tempo? Por que cometemos esses crimes sem nenhum remorso? Faz-se guerra unicamente para colher o trigo que outros semearam, para ter seus carneiros, seus cavalos, seus bois, suas vacas e seus móveis é a isso que tudo se reduz, pois é esse o único princípio da riqueza” (Voltaire, 2000, 2).Pergunto: por que estamos nessa guerra que prima pela ausência de ética nas nossas relações políticas? Serão esses os princípios de todos os nossos políticos o da espoliação, da roubalheira, do abuso de poder, da corrupção e da violência como transgressão das coisas públicas em benefícios privados dos nossos representantes no Estado de Direito brasileiro? Para responder tais questões acima, pode-se imaginar a situação do nosso país tirando uma fotografia das nossas escolas, universidades, postos de saúde, habitação, estradas, emprego, polícia, poder paralelo do tráfico de drogas, desenvolvimento econômico, congresso nacional, dos nossos magistrados, sem contar a corja de empresários bandoleiros que vivem da exploração dos trabalhadores brasileiros e da sonegação de impostos que empobrecem o bem público. Citando o nosso iluminista Voltaire pode-se acrescentar que o retrato atual do governo brasileiro é o da matança do cidadão disseminada por “esses atos de banditismo públicos e secretos que desolaram famílias; as calúnias, as ingratidões, a insolência do forte, a velhacaria do fraco” (Voltaire, 2000, 4).A bandeira do nosso governo é a do crime contra o Estado de Direito na calada da noite, na mesada do Valério aos representantes do povo, nos votos secretos, na dança da corrupção, do tapa-buraco das nossas péssimas estradas, das propinas financeiras e estratégicas na aprovação do Orçamento. Em algumas imagens, fotografadas da nossa república, devemos mirar a lama e não o petróleo, a desgraça, o terror, o desrespeito e a corrupção dos nossos políticos que estupram os bons costumes do nosso país.
Daner Hornich é mestre em filosofia e professor.

Friday, September 01, 2006

Por que Heloísa

Recebi esse artigo do professor Hamilton Garcia – e concordo com o artigo.
Acorda Brasil!

Por que Heloísa
Carlos Lessa, economista • Carlos Nelson Coutinho, cientista político • Chico de Oliveira, sociólogo • Dom Tomás Balduíno, bispo católico • Leandro Konder, filósofo • Guilherme Arantes, músico • Leda Paulani, economista • Paulo Arantes, filósofo • Reinaldo Gonçalves, economista • Ricardo Antunes, sociólogo • Vital Farias, músico • Ziraldo, cartunista
Nossa existência, como Nação soberana e sociedade organizada, está em perigo. Há 25 anos a renda nacional por habitante parou de progredir. Uma geração inteira nunca viu o Brasil se desenvolver. Cerca de 65% dosnossos jovens, entre 14 e 24 anos, não estudam nem trabalham. O crime organizado avança. Não podemos perder mais tempo. O PSDB governou o Brasil durante oito anos e agravou a crise brasileira.O PT não teve coragem para mudar.Entre janeiro de 2002, quando tomou posse, e junho de 2006 o governo Lula destinou R$ 530 bilhões para remunerar especuladores financeiros, discretamente, enquanto usou R$ 30 bilhões no Programa Bolsa Família, tão divulgado.A grande maioria dos políticos, no exercício de mandatos, foi cúmplice disso.A senadora Heloísa Helena foi exceção.Por defender os compromissos que havia assumido em campanha, foi expulsa injustamente do PT. Mas soube reagir. Em poucos meses, percorrendo o Brasil, sem financiamentos suspeitos, sem cabos eleitorais remunerados, sem apoio dos grandes meios de comunicação, ajudou a recolher nas ruas 500 mil assinaturas de cidadãos e cidadãs, necessárias para legalizar o Partido do Socialismo e Liberdade (P-SOL).A trajetória de Heloísa nos comove. Sua campanha nos reanima. Permite que reencontremos valores que desapareceram da política brasileira, como simplicidade, honestidade e verdade.Heloísa Helena não mente, não rouba e não trai.Tem apoio de militantes idealistas, de intelectuais honestos, de cidadãosconscientes. Não vote contra o Brasil nem anule seu voto. Ajude essa grande brasileira - mãe, enfermeira, professora universitária, senadora - a cumprir a sua missão, que também é a nossa. A missão de resgatar o nosso orgulho de ser brasileiros e construir o país dos nossos sonhos.Entre na campanha como for possível. Reúna os amigos. Converse com todos, em casa, no trabalho, nas ruas. Some-se a nós.Ajude-nos a ajudar o Brasil, é tudo o que pedimos. Cada novo voto conquistado nos aproxima da hora da virada.
Heloísa Helena, 50 Presidente do Brasil
-- Hamilton Garcia (Sociólogo, Cientista Político e Historiador)

Tuesday, August 29, 2006

Suspensão de hostilidade

Jornal de Piracicaba - SP
OPINIÃO » OPINIÃO PÚBLICA
26/07/2006 » 22h53
Reflexão: Suspensão de hostilidade
“A situação é de paz, mas apenas uma suspensão de hostilidade por medo uns dos outros” (Hobbes, 2003,153). A situação de tranqüilidade nas nossas ruas, praças, avenidas comerciais e palacianas é aparente, pois mais uma vez colocamos panos quentes para abafar a situação emergente e não resolvemos os nossos problemas. Fingimos com a nossa cara lavada de irresponsabilidade que as coisas estão em plena harmonia e normalidade.Diante das mentiras de soluções eminentes que aconteceram nos meses de maio e junho em torno dos ataques do PCC (Primeiro Comando da Capital), alimentadas pelos nossos representantes sanguinários, corruptos e corruptores –– na sua grande maioria nos nossos palácios governamentais –– fingiram estar em trégua nesses dias de guerra para se passarem por bons homens públicos, feridos no orgulho pelas desgraças ocorridas ao povo brasileiro (paulistas e paulistanos). Bastou o cessar-fogo do PCC pra poeira baixar e as flechas começarem a ser atiradas de um lado para outro: a culpa é do governo do Estado de São Paulo, a culpa é do governo federal e assim por diante. Mas a culpa é de quem? Ou melhor, de quem são a ineficiência e a incapacidade de gerir o Estado Democrático de Direito, que deveria manter o mínimo possível à segurança física e à estabilidade dos seus cidadãos?Após os eventos de barbárie surgiram as discussões e os debates sobre os possíveis bloqueadores de celulares nos presídios e nas suas cercanias. Nós, cidadãos brasileiros, paulistas e paulistanos, sabemos que os problemas não são dos bloqueadores de celulares, mas que os nossos problemas são de ineficiência, incompetência, incapacidade e de corrupção dos sistemas judiciário (que não faz cumprir a Constituição), carcerário e governamental, fundados nas relações de favorecimento, influência pessoal e ambigüidade.Tudo é flexibilizado e a violência se manifesta sobre os nossos olhos, peles e mentes com olhares de medo e terror. Diante da instabilidade e da insegurança precisamos pensar, refletir e debater com mais eficácia sobre o futuro do Estado Democrático de Direito da nossa República, carcomida pela corrupção dos nossos representantes.Carecemos de um soberano, no nosso caso de um estadista competente e eficiente que respeite a Constituição Brasileira e o seu povo, fruto de um Estado que não se preocupa com a educação dos seus cidadãos, com a arte e a ciência, pois como argumenta Diderot no texto Plano de Uma Universidade: “Se uma nação não é instruída, talvez seja numerosa e possante, mas será bárbara; e ninguém me persuadirá jamais que a barbárie seja o estado mais feliz de uma nação, nem que um povo se encaminhe para a desventura à que se esclarece, ou se civilize, ou que os direitos da propriedade lhe sejam mais sagrados. A propriedade dos bens e das pessoas, ou a liberdade civil, supõem boas leis e trazem com o tempo a cultura das terras, a população, as indústrias de toda espécie, artes, ciências, o belo século de uma nação.” (Diderot, 2000, 377).Assim, termino com a seguinte reflexão e um lembrete: “É como se vivessem continuamente num prelúdio de batalha. Portanto, compete ao detentor do poder soberano ser o juiz, ou constituir todos os juízos de opiniões e doutrinas, como coisa necessária para a paz, evitando assim a discórdia e a guerra civil” (Hobbes, 2003, 153).

Daner Hornich é mestre em filosofia e professor.

Thursday, August 24, 2006

O SOBERANO DEVE A SEUS SÚDITOS A SEGURANÇA

“A soberania, em qualquer mão que seja depositada, deve ter como único fim tornar felizes os povos a ela submetidos. O poder que torna os homens infelizes é uma usurpação manifesta e uma destruição completa dos direitos aos quais o homem nunca pode renunciar. O soberano deve a seus súditos a segurança. É unicamente para isto que eles se submeteram à sua autoridade. Ele deve estabelecer a boa ordem através de leis salutares. É preciso que tenha autoridade para muda-las, quando a necessidade das circunstâncias o exigir. Deve reprimir aqueles que quiserem perturbar os outros no gozo de suas posses, de sua liberdade, de sua pessoa. Tem o direito de estabelecer tribunais e magistrados que façam a justiça e que punam os culpados segundo regras seguras e invariáveis.” (Anônimo. Verbetes políticos da Enciclopédia, Diderot e D´Alembert, 2006, 298).
Perdoe-me pela longa citação acima, mas tal citação é de um Anônimo que podemos encontrar nos “Verbetes Políticos da Enciclopédia de Diderot (1713 – 1784) e D´Alambert” (1717 – 1783). E, as lições e as reflexões que podemos tirar da citação do Anônimo enciclopedista são que os nossos soberanos – da Federação brasileira e do Estado de São Paulo não primam pelas felicidades dos cidadãos – pois, a governabilidades dessas duas instâncias se configuram pelo fiasco governamental.
Não precisamos de estatísticas para perceber o quanto o nosso povo é infeliz – e aí encontramos a primeira usurpação. Temos governantes que governam em causa própria, por meio, de interesses particulares e privados – nas reeleições temos o beberrão atrapalhado e a sua turma paz e amor e para a eleição temos a criança mimada que quer alguma coisa (a presidência da república) e chora por ela até conseguir – veja o que aconteceu com o José – o mais cotado para a presidência.
Em relação a esse cenário de tristeza e infelicidade pública e hipocrisia nacional podemos perceber o quanto os nossos direitos de cidadãos são jogados na lata do lixo – e não podemos ficar passivos diante dessa estupidez e descaso em relação à segurança.
Tanto o nosso senhor ex-governador candidato e o nosso presidente da república não foram capazes de estabelecer ordem nas suas devidas instâncias. No Estado de São Paulo existia uma briguinha ideológica, vaidosa e pelo poder entre secretários. Esses senhores secretários deveriam gerir em nome do Estado e não somente em nome das suas idéias, crenças e vaidades pessoais, pois esses senhores são pagos pelos cofres públicos (com o nosso dinheiro) para zelar e cuidar da coisa pública e não em nome dos poderes e interesses pessoais.
Esses senhores secretários orientados pelo soberano governo do estado deveriam empenhar-se com eficiência no estabelecimento da boa ordem, por meio das leis salutares que regem a nossa constituição, pois tais homens prestam um serviço à população e não aos seus desejos pessoais.
E quando temos leis ineficientes, temos que ter a coragem de mudá-las para o melhor convívio da população em nossa sociedade – principalmente quando os tecidos sociais das nossas relações se corrompem pela incompetência dos nossos gestores políticos e dos perturbadores da ordem públicas que nos tiram o gozo da liberdade e da felicidade pública.
Os nossos tribunais e os nossos magistrados que deveriam zelar pela justiça é o retrato da falência, da lentidão, da mordomia, do corporativismo e da corrupção que se transfigura em diversos domínios da nossa sociedade.
Acorda Brasil! Esta na hora de acordar, por meio, da nossa liberdade que é assegurada pelo Estado democrático de direito na construção da felicidade do povo soberano, pois como argumentou Chevalier de Jaucourt “a soberania reside nas mãos do povo”.
Piracicaba- SP 24/08/2006
Daner Hornich

Militares, ciências, Educação Popular.

A pandemia atual expõe a falácia de alguns dogmas sobre a pós modernidade, ela mesma integra a lista dos enunciados falsos de evidências lóg...