Monday, October 30, 2006

Depois das eleições – fica a seguinte reflexão de Elias Canetti:“A grande questão hoje - a única, poder-se ia dizer – diz respeito à possibilidade de se lidar com o sobrevivente, tendo ele atingido proporções tão monstruosas” (Massa e Poder, 1995, 469) .
Daner Hornich

Deixa o homem trabalhar!

Vamos deixar o Lula trabalhar, mas sem conformismo e com muita crítica.

Daner Hornich, Mestre em Filsofia (PUC-SP) e professor

o presidente

A sociedade brasileira deve ficar alerta e fiscalizar com mais rigor o presidente reeleito, precisamos de um Brasil sem corrupção e mais eficiente em suas ações.

Daner Hornich, Mestre em Filosofia (PUC -SP) e professor

Thursday, October 26, 2006

Senhores candidatos

Senhores candidatos

Senhores candidatos, intuímos o Brasil nesses tempos de eleições e ficamos cada vez mais espantados diante de tantos desrespeitos com o povo brasileiro que vive na luta cotidiana na busca do bem comum e da sua própria felicidade.
Senhores candidatos, o Brasil imaginado por nós povo brasileiro em busca da própria felicidade é o país da promoção social, da educação para a técnica, a ciência, a arte – um país que deseja promoção da dignidade humana e não instrumentos de manutenção de poder e miséria social, como o chamado bolsa-família.
Senhores candidatos, o povo brasileiro sonha com um Brasil que busca o bem comum, por meio, das defesas dos interesses públicos que visa uma sociedade de direitos – com saudáveis expressões de liberdade pública e não dos interesses particulares, privados e pessoais que da legitimidade e sustentação a uma corja de oligárquicas.
Senhores candidatos, o Brasil que queremos é a possibilidade de um país que se abre para a modernização, com transparência, eficiência e responsabilidade em suas ações – respeitando o povo brasileiro e o interesse coletivo da nação.
Senhores candidatos, precisamos de um Brasil em desenvolvimento que domine a inflação e que se sustentem numa economia estável suas opções de crescimento sem buscar alternativas assistencialistas – precisamos de um país que viabilize o aumento de emprego que promova as pessoas e melhore as nossas condições humanas.
Senhores candidatos, esperamos um Brasil melhor – com investimentos nas áreas sociais da indústria, do comércio, da agropecuária, do agro-negócio, da saúde, do transporte, da moradia e da educação – esperamos uma revolução agrária e não essa enganação instaurada na nação.
Senhores candidatos, vamos construir um país diferente, por meio, da nossa diversidade pluralista, sem corrupção, mensalões e favoritismo e outros palavrões que não precisa ser contabilizados em meio a tanta ausência de bons costumes no nosso cenário político.
Senhores candidatos, parem de enganar o povo brasileiro com propagandas que beiram o discurso totalitário ao degradar a fé pública do povo soberano – destruindo nossas relações humanas em detrimento do mercado – regulador – deus das nossas ações e palavras de ordem – tudo em nome do deus econômico que emburrecem os nossos administradores, tecnocratas, universitários, intelectuais, burocratas e magistrados.
. Senhores candidatos, chega de mentira e balela – depois das eleições, intuímos, imaginamos, sonhamos, queremos, precisamos, esperamos um Brasil em transformação construído uma nova possibilidade de ser soberano, democrático, ético e transparente.

Daner Hornich é Mestre em Filosofia (PUC –SP), Professor

Wednesday, October 25, 2006

PALIATIVO OU PRIVATIZAÇÃO DAS NOSSAS RELAÇÕES

PALIATIVO OU PRIVATIZAÇÃO DAS NOSSAS RELAÇÕES

Vivemos em uma sociedade democrática – numa sociedade de tensões, conflitos, resoluções e sonhos que projeta uma vida de fragilidade, de incerteza, de dúvidas, de futilidade e de dissolução da coisa pública, por meio do crime, do clientelismo, da corrupção e do favoritismo de um lado e das considerações em torno da transparência, da ética, da justiça e dos bons costumes de outro.
Esse cenário desenhado nas linhas acima compreende relações de poder no Brasil – relações essas que são determinadas e definidas pela vida econômica, com um discurso ditatorial mais forte e representativo que o da ditadura militar em nosso país.
O discurso corrente em nossa sociedade pelos meios de comunicação, pelos empresários, pelo governo, pelos reitores e pelos formadores de opiniões – é o econômico transformado em uma lei invisível que permeia o imaginário das nossas vidas no boteco da esquina, na igreja, na universidade, nas colunas dos jornais, na indústria e no palácio da república.
O econômico com essa capa invisível de “mulher maravilha” transformada em lei – tornou-se na nossa profissão de fé, para não dizer dogma, com os seus propagadores – catequistas da nova ordem econômica – que vivem do comércio da verborragia sofística da persuasão absoluta, por meio, das elucubrações de terror, medo e conformismo, com as seguintes palavras de ordem: “se você não se adaptar ao mercado, você está morto”, “se você não tem capital você não vive.” Ou “se você não cortar os funcionários do quadro da empresa você vai quebrar”, entre outros discursos que povoa o nosso imaginário, como as privatizações e as reduções de custo numa sociedade de alto custo.
Tudo nessa sociedade tem um preço e um alto custo a ser pago com as nossas vidas de fazer de contas e brincar de administrar a vida alheia com as nossas decisões carregadas de estatísticas, cálculos, técnicas e especialidades que subordina a vida dos cidadãos à econômica, por meio, de um novo discurso à conta gostas – analgésico no alivio das dores e caridoso na eficiência de suas ações, coma a idéia de uma responsabilidade social.
Essa idéia de uma nova responsabilidade social – trouxe, com ela uma nova roupagem “ética” da liga dos “super-amigos”, dos salvadores do caos estabelecido pelo Estado democrático de direito, para ajudar com as sobras dos seus lucros as deficiências e a carências estatais nas diversas áreas públicas, com um discurso que procura minorar a miséria,[1] sem solucionar os problemas das nossas mazelas, mas oferecer um paliativo.
Como Marx argumentava em seus “manuscritos econômico-filosóficos: “A existência do trabalhador é, portanto, reduzida à condição de existência de qualquer outra mercadoria. O Trabalhador tornou-se uma mercadoria e é uma sorte para ele conseguir chegar ao homem que se interesse por ele. E a procura, da qual a vida do trabalhador depende, depende do capricho do rico e capitalista” (Marx, 2004, 24).
Será que não é isso esse novo paliativo – chamado de responsabilidade social – um capricho que depende do interesse do rico e capitalista que pensa o social com suas carências e ineficiências que precisam ser minoradas? Ou será a responsabilidade social a mais nova privatização das nossas relações?
Não sei! Mas sei que precisamos pensar sobre essa nova roupa usada, comercializada e consumida por todas as empresas e debatidas na universidade sobre o crivo da razão e dos sentidos – que investiga, por meio da pesquisa e do debate aberto e público as novas nuances da nossa vida cotidiana.

Daner Hornich – Mestre em Filosofia (PUC-SP) e professor

Bibliografia
Marx, Karl. Manuscritos econômico-filosóficos. Tradução Jesus Ranieri. São Paulo:
Boitempo editorial, 2004.
Ribeiro, Renato Janine. “A sociedade contra o social: o alto custo da vida pública no
Brasil”. São Paulo: Companhia da Letras, 2000.
[1] Sobre esse assunto ler: Ribeiro, Renato Janine. “A sociedade contra o social: o alto custo da vida pública no Brasil”. São Paulo: Companhia da Letras, 2000, pp. 19 – 24.

Sunday, October 15, 2006

demagogos da nossa república que usam da retórica ou melhor da propaganda para enganar o povo

Em relação aos demagogos da nossa república que usam da retórica ou melhor da propaganda para enganar o povo (como se fossem crianças) com números cabalístico e suposições irreais – podemos recordar das palavras Sócrates no Górgias: “E com relação à retórica que se dirige ao povo ateniense e ao de outras cidades de homens livres, que diremos que seja? És de parecer que os oradores falam sempre com a finalidade precípua do maior bem e que só tem em mira, com seus discursos, deixar virtuosos, quanto possível, os cidadãos? Ou, pelo contrário, só desejam agradar aos cidadãos e descuidam, no interesse próprio, dos interesses da comunidade, além de tratarem as multidões como a crianças, por só pensarem em lhes ser agradável, sem se preocuparem, no mínimo, se desse jeito eles virão a ficar melhores ou piores?” (Platão, 502 e – 503 a).
Daner Hornich

Algumas provocações de J.-J. Rousseau

Algumas provocações de J.-J. Rousseau - são salutares para o nosso imaginário político – “Ver-se-ia a opressão crescer continuamente sem que os oprimidos jamais pudessem saber qual termo ela teria, nem que meios legítimos lhe restariam para detê-las. Ver-se-iam os direitos dos cidadãos e a liberdades nacionais se extinguirem pouco a pouco, e as reclamações dos fracos serem consideradas murmúrios sediciosos” (Discurso sobre a desigualdade entre os homens, 2002, 238).
Ou, seguinte reflexão pulsante que desenha em nossos quadros as mãos da oligarquia dos nossos governantes corruptos que usam da força, dos interesses privados e dos favorecimentos pessoais, na linguagem de Rousseau se configura na imagem do “déspota (que) só é senhor enquanto é o mais forte e, tão logo o podem expulsar, ele não pode reclamar contra a violência” (Discurso sobre a desigualdade entre os homens, 2002, 240).
Daner Hornich

A MAIS EFICAZ FICÇÃO DA PROPAGANDA

Hannah Arendt argumenta que a “... mais eficaz ficção da propaganda nazista foi a história de uma conspiração mundial judaica” (Origens do Totalitarismo, 1989, 403). – E a nossa maior eficaz ficção da propaganda – quem será ou qual será?
Daner Hornich

Os tremendos riscos da política totalitária

Em tempos de eleições –às reflexões políticas de Hannah Arendt são salutares para o conjunto de inquietações que emergem na vida política brasileira:
“O choque da terrível e monstruosa dicotomia totalitária é neutralizado, e nunca totalmente percebido, graças a uma cuidadosa graduação de militância, na qual cada escalão reflete para o escalão imediatamente superior a imagem do mundo não-totalitário, porque é menos militante e os seus membros são menos organizados. Esse tipo de organização evita que os seus membros jamais venham a encarar diretamente o mundo exterior, cuja hostilidade permanece para eles um simples pressuposto ideológico. Permanecem tão bem protegidos contra a realidade do mundo não totalitário que subestimam constantemente os tremendos riscos da política totalitária” Origens do Totalitarismo, 1989, 417).
Vamos acordar Brasil!
Daner Hornich

REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE DIREITO OU IMPÉRIO COM SUAS OLIGARQUIAS?

REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE DIREITO OU IMPÉRIO COM SUAS OLIGARQUIAS?

Até que ponto é uma república democrática de direito o nosso Estado brasileiro se continua os vestígios do império com suas oligarquias? Será o nosso presidente um imperador vestido com roupas democráticas?
Esses vestígios são visíveis quando visualizamos na vida social brasileira o trafico de influência, o poder autoritário e personalista do mando e dos desmando – da dominação pessoal e da lei do mais forte que não obedece nenhuma lei, regra ou conduta moral nas relações pessoais, sociais, políticas e econômicas.
Análise instigante e complexa sobre essas questões é da pensadora Maria Sylvia de Carvalho Franco em seu livro “Homens livres na Ordem Escravocrata” (Aqui vale apenas a indicação sobre algumas questões, pois o livro é rico em suas analises investigativas das mazelas da sociedade brasileira) - quando ela reflete de modo especial sobre “O Homem Comum, A Administração E O Estado” ao argumentar que:“o Estado é visto e usado como ‘propriedade’ do grupo social que o controla” (Franco, 1997, 142).
Essa visão do “Estado privatizado” pelo poder parasitário dos fazendeiros vestidos com roupas de barões do café que ditavam que “o aparelho governamental nada mais é que parte do sistema desse grupo, imediatamente submetido à sua influência, um elemento para o qual ele se volta e utiliza sempre que as circunstâncias o indique como meio adequado” (Franco, 1997, 142).
O poder da influência desestabiliza e nega a legitimação e atuação do Estado na sua relação autônoma e competente para agir segundo os seus próprios fins, como lembra Franco ao escrever que “surge assim, sob a imagem do “Estado tutelar”, a figura mais real do “Estado instrumento”, fincando linearmente entrosados os momentos de busca e repulsa de sua atividade como etapas de afirmação do poder de um grupo social” (Franco, 1997, 142 - 143).
O poder de um grupo social no Brasil é à base do governo oligárquico – com privilégios que usa da força, da violência, dos favores e das ações fraudulentas para manter o poder da propriedade privada, por meio, da apropriação de terras, como base da dominação comercial e financeira garantidas pelo Estado.
Esse tipo de poder usado por um grupo de privilegiados – usa do bem público e do Estado de direito para os bens pessoais para os seus desfechos – cria relações de corrupção, crimes, roubos, mortes, exclusões e imprudência delinqüente como os mensaleiros e sanguessugas que são práticas das reuniões secretas que distribui recursos de forma autoritária, eleitoreira e nada democrática e republicana.
Não podemos desanimar com um presidente que veste a roupa do rei e com os nossos congressistas que vestem as roupas dos barões ao usar do direito da propriedade como direito político em suas ações, pois temos que participar e lutar de forma efetiva e afetiva da nossa vida pública na possibilidade de mudar o que está determinado pelo poder econômico do mercado financeiro – com sua hegemonia dominante, lembrando que aquilo que parecia imutável como: a ditadura militar, a guerra fria, o muro de Berlim – um dia passou sobre os nossos olhos e peles.

Daner Hornich – Mestre em Filosofia (PUC-SP) e professor do Centro UNISAL –SP –

Saturday, October 07, 2006

Qual a diferença entre os dois candidatos?

Qual a diferença entre os dois candidatos?

Perguntas pertinentes surgem no cenário político, de modo especial no imaginário popular brasileiro. Após a visita do esperto quase morto pelas urnas do Estado do Rio de Janeiro, o senhor Garotinho – nosso Ulisses moderno – com sua esposa e filha que usava uma camiseta, com os dizeres: “Fora Lula”, nos conduz a pensar sobre algumas questões.
Pra quem passou o primeiro turno das eleições 2006 falando de ética e provocando seus adversários para agirem com as mãos limpas na administração pública, mas recebeu o malandro Garotinho acusado de mil e uma coisas no Estado do Rio de Janeiro, num esquema de corrupção que ultrapassam as cifras dos mensalões da federação brasileira, deixam em dúvida os eleitores, cidadãos brasileiros.
Antes mesmo de ser eleito o presidenciável paulista do Vale do Paraíba conversa em uma reunião de horas em seu gabinete com um corrupto que degrada a vida pública, por meio, dos favores, das ações fraudulentas e delinqüentes, como o propinoduto. Imaginemos depois de eleito com que esse presidenciável vai conversar para governar o país – será o nosso novo Lula sem barba e careca?
Sobre o nosso presidenciável que se diz ético e que age de mãos limpas em relação à administração pública (mas se encontra com o ícone da corrupção do Rio de Janeiro) é o mesmo que não deixou criar comissões de investigações no Estado de São Paulo, desde o caso da acupuntura até o caso da Nossa Caixa Nosso Banco.
O discurso do santo médico imaculado põe em dúvidas ou deixa em suspense a transparência ética do “vale paraibano” no que diz respeito ao trato com a coisa pública, a democracia e os bons costumes – em síntese não temos nem anjo e nem demônio, mas homens passíveis de corrupções na direção do Estado Democrático de Direito Brasileiro, mas com o povo como sensor.
Sem aprofundar muito sobre o problema político surgem as seguintes questões nesse momento trágico da vida política brasileira: Qual a diferença entre os dois candidatos? Qual a diferença entre os projetos dos dois candidatos? Serão os dois candidatos faces da mesma moeda? O que vamos ver e ouvir nos debates da TV – promessas que serão diferenciais para o desenvolvimento sustentável e econômico e que a educação e a saúde vão ser o carro condutor do governo? Ou vamos escutar que a nossa fome de pão e de beleza vai ser saciada com menos corrupção, escândalos e falcatruas?
Algumas questões vão ser debatidas, outras vão ser deixadas de lado, principalmente, aquelas que dizem respeito aos nossos problemas de desigualdade (entre trabalhadores qualificados e não qualificados, pra não falar da desigualdade física e moral), da educação para a técnica, tecnologia, ciência e a arte e dos desníveis das sociedades ricas comparando-se as classes mais pobres da nação que fica cada vez mais miserável.
Sobre esses assuntos vale o alerta e a provocação de Rousseau (1712 – 1778): “O povo, por si, quer sempre o bem, mas por si nem sempre encontra. A vontade geral é sempre certa, mas o julgamento que orienta nem sempre é esclarecido. É preciso fazê-la ver os objetos tais como são, algumas vezes tais como eles devem parecer-lhe, mostrar-lhe o caminho certo que procura, defendê-la da sedução das vontades particulares, aproximar a seus olhos os lugares e os tempos, pôr em balanço a tentação das vantagens presentes e sensíveis com o perigo dos males distantes e ocultos” (Do contrato Social, 1978, 56).

Daner Hornich – Mestre em Filosofia (PUC – SP)

Verdade e Política

Política e Verdade – sempre foram caminhos nada harmoniosos na história da filosofia ocidental, sobre esse assunto Hannah Arendt tem um artigo intitulado “Verdade e Política” – é um texto interessante, inquietante e provocativo e vale a pena ler nesses tempos de eleições, principalmente quando não se “inclui entre as virtudes políticas a sinceridade” (Arendt, 1992, 283).
Daner Hornich

Filosofia Política uma lembrança de Pascal em tempos de eleições

“Em geral, só imaginamos Platão e Aristóteles vestindo grandes túnicas de acadêmicos. Eram pessoas honestas e, como as outras, riam com os seus amigos; e quando se divertiram fazendo as suas Leis e a sua Política, faziam-no brincando. Era a parte menos filosófica e menos séria de sua vida (...). Se escreveram sobre política, foi como para pôr ordem em um hospício; e se fizeram menção de falar sobre ela como uma grande coisa, é porque sabiam que s loucos a quem falavam julgavam ser reis e imperadores; adotavam seus princípios para moderar a loucura deles na medida do possível”(Pensées, n 331).

Militares, ciências, Educação Popular.

A pandemia atual expõe a falácia de alguns dogmas sobre a pós modernidade, ela mesma integra a lista dos enunciados falsos de evidências lóg...