Friday, February 19, 2010

É possível sobreviver sem avaliação do desempenho?

Uma entrevista interessante no blog De Rerum Natura:

É possível sobreviver sem avaliação do desempenho?
No Jornal Público de 30 de Janeiro de 2010 foi publicada uma entrevista de Ana Gerschenfeld a Christophe Dejours, professor no Conservatoire National dês Arts et Métiers, em Paris.

Nessa entrevista, o especialista com obra reconhecida na área da Psicologia do Trabalho e da Acção apresenta o essencial das análises que tem feito sobre a avaliação individual do desempenho profissional que está a ser implementada em inúmeros países, nos mais diversos sectores, em instituições e empresas públicas e privadas, sob o pretexto de aumentar a qualidade do trabalho e a igualdade e justiça social.

Trata-se de análises que não deviam ser ignoradas porque há nelas factores de sobra para nos preocuparmos directamente e a curto prazo com a saúde física e psicológica dos profissionais, a qual se reflectirá no funcionamento social e técnico das instituições onde estão integrados, que, por sua vez, se reflectirá no atendimento às pessoas que a elas se dirigem. Menos directamente e a mais longo prazo, mas de modo mais sério e profundo, reflectir-se-á no modo como nos vemos e vemos os outros, como encaramos a nossa existência e que sentido lhe atribuímos, como estruturamos os valores que fundam a cultura em que nos estruturámos como pessoas.

Da referida entrevista destaco uma passagem, pela alternativa que aponta, pela possibilidade que abre de repensarmos a relação que temos ou devíamos ter com aquilo que fazemos na vida e com a vida.
"Uma empresa que defendesse os princípios da liberdade, da igualdade e da fraternidade conseguiria sobreviver no actual contexto de mercado?
Hoje, estou em condições de responder pela afirmativa, porque tenho trabalhado com algumas empresas assim. Ao contrário do que se pensa, certas empresas e alguns patrões não participam do cinismo geral e pensam que a empresa não é só uma máquina de produzir e de ganhar dinheiro, mas também que há qualquer coisa de nobre na produção, que não pode ser posta de lado. Um exemplo fácil de perceber são os serviços públicos, cuja ética é permitir que os pobres sejam tão bem servidos como os ricos – que tenham aquecimento, telefone, electricidade. É possível, portanto, trabalhar no sentido da igualdade. Há também muita gente que acha que produz coisas boas – os aviões, por exemplo, são coisas belas, são um sucesso tecnológico, podem progredir no sentido da protecção do ambiente. O lucro não é a única preocupação destas pessoas. E, entre os empresários, há pessoas assim – não muitas, mas há pessoas muito instruídas que respeitam esse aspecto nobre.

E, na sequência das histórias de suicídios, alguns desses empresários vieram ter comigo porque queriam repensar a avaliação do desempenho.
Comecei a trabalhar com eles e está a dar resultados positivos.

O que fizeram?
Abandonaram a avaliação individual – aliás, esses patrões estavam totalmente fartos dela. Durante um encontro que tive com o presidente de uma das empresas, ele confessou-me, após um longo momento de reflexão, que o que mais odiava no seu trabalho era ter de fazer a avaliação dos seus subordinados e que essa era a altura mais infernal do ano. Surpreendente, não? E a razão que me deu foi que a avaliação individual não ajuda a resolver os problemas da empresa. Pelo contrário, agrava as coisas. Neste caso, trata-se de uma pequena empresa privada que se preocupa com a qualidade da sua produção e não apenas por razões monetárias, mas por questões de bem-estar e convivialidade do consumidor final. O resultado é que pensar em termos de convivialidade faz melhorar a qualidade da produção e fará com que a empresa seja escolhida pelos clientes face a outras do mesmo ramo. Para o conseguir, foi preciso que existisse cooperação dentro da empresa, sinergias entre as pessoas e que os pontos de vista contraditórios pudessem ser discutidos. E isso só é possível num ambiente de confiança mútua, de lealdade, onde ninguém tem medo de arriscar falar alto. Se conseguirmos mostrar cientificamente, numa ou duas empresas com grande visibilidade, que este tipo de organização do trabalho funciona, teremos dado um grande passo em frente."

Fonte: http://dererummundi.blogspot.com/ acesso em 19/02/2010

Daner Hornich
Conflito de interesses entre o Estado e a Federação – veja a pequena reportagem na folha de São Paulo – assim são tratados os cidadãos estudantes desta nação.

São Paulo, sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

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Impasse entre MEC e SP ameaça tirar aluno da universidade

Estudantes podem perder prazos de confirmação de bolsa no ProUni e em faculdades por conta de imbróglio entre governos

Problema está na emissão de certificado necessário para aluno confirmar vaga; é o Estado que emite documento com base em dados da MEC

FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL

Estudantes que usaram o Enem para substituir o antigo supletivo podem ficar sem vaga no ensino superior por conta de um impasse entre o Ministério da Educação e a Secretaria Estadual da Educação de SP.
O risco é os alunos perderem os prazos para matrícula em universidades (na UFSCar, por exemplo, é nesta segunda-feira) e de confirmação de bolsa de estudo no ProUni (que termina na próxima sexta-feira).
Para garantir a vaga, mesmo que tenha sido aprovado, o aluno precisa de certificado emitido pelo governo estadual com base em informações do governo federal. As gestões Serra (PSDB-SP) e Lula (PT) discordam sobre a forma de transmissão dos dados dos alunos.
Não há levantamento oficial sobre o número de afetados. A Folha apurou que cerca de 50 mil fizeram o Enem e não tinham terminado o ensino médio (potenciais prejudicados).
Pela primeira vez, o exame passou a servir como instrumento para conceder certificado equivalente ao diploma de conclusão do ensino médio. Para isso, o aluno deve ter mais de 18 anos e obtido pontuação mínima (400 em conhecimentos gerais e 500 na redação).
O governo paulista diz que ao menos 200 alunos procuraram o documento. Devido ao impasse, nenhum recebeu. "Parece desprezo com quem depende do certificado", diz Rafael da Guia Sousa, 18, que obteve vaga do Prouni em direito na PUC-SP e passou na UFSCar.
Ele reclama ainda "da confusão que foi o Enem". O exame foi adiado de outubro para dezembro porque a prova vazou.

O imbróglio
O MEC colocou na internet uma página para que os alunos demonstrem interesse no certificado (http://sistemasenem2.inep.gov.br/Enem2009/). Em princípio, só ao final do prazo os dados serão enviados aos Estados.
A data fixada foi 31 de março -após o fim das matrículas em boa parte das universidade e da confirmação do Prouni.
A União diz, porém, que se os governos enviarem a relação de alunos que procuram o certificado, pode mandar esses dados específicos "no dia seguinte".
O governo paulista afirma que não foi informado da possibilidade. Diz ainda que, como responsável pelo Enem, a União é quem deve identificar quem precisa do certificado.
Como opção emergencial, sugere que o Ministério da Educação envie o banco de dados dos alunos paulistas, para que tenha agilidade para pesquisar as informações. A União diz que o banco é sigiloso e só fornece dados específicos.

Erro
A Folha apurou que, no Inep (instituto de pesquisa ligado ao MEC), há a avaliação de que houve erro no formulário do Enem, pois deveria existir um campo para que o aluno informasse se estava interessado no certificado, agilizando o processo. Oficialmente, entretanto, o ministério afirma que essa opção não é possível, pois corre o risco de ser acusado de discriminação.
A reportagem não obteve resposta de outros Estados sobre o problema ocorrido em São Paulo.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff1902201018.htm acesso em 19/02/2010.

Daner Hornich

Sem carteira, aluno senta no chão em escola de SP

E, por falar em gestão pública deficitária veja a reportagem na folha de São Paulo do nosso candidato a presidência da República – é lamentável a gestão do PSDB nos que diz respeito à educação de São Paulo e do Brasil na era FHC – isso não quer dizer que na gestão do governo Lula seja melhor.


São Paulo, sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

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Sem carteira, aluno senta no chão em escola de SP

Prédio novo também continha sobras de material de construção e goteiras

No primeiro dia de aula, escola reduziu tempo de permanência dos estudantes -foram apenas duas horas para cada turma

VINÍCIUS DOMINICHELLI
DO "AGORA"

Parte dos alunos da Escola Estadual Presidente Café Filho, no Campo Limpo (zona sul), voltaram ontem às aulas em um prédio novo, mas sem itens básicos para estudar. No primeiro dia de aula, eles tiveram de sentar no chão - em cima de pedaços de papelões-, pois ainda não havia carteiras.
Além desse problema, a escola reduziu o tempo do aluno na escola. Ontem, foram apenas duas horas de aula para cada turma. Isso aconteceu não apenas para os alunos do prédio novo, mas para todos os estudantes da unidade escolar.
Os alunos reclamaram que a nova construção estava com resto de material de construção e goteiras. Os professores sofreram com a falta de armários.
Uma das professoras, que pediu anonimato, disse que já tentou tomar providências. "Liguei para o Conselho Tutelar, mas disseram que aceitam esse tipo de denúncia só pessoalmente. Um aluno não pode ser tratado como lixo e ser colocado no chão."

Em obras
Dentro do novo prédio, os barulhos da obra, que ainda não foi concluída pelo Estado, continuavam mesmo com as aulas em andamento. Nos corredores havia muito pó e a sujeira.
Um pai de aluno, de 52 anos, disse que pretende tirar seu filho da escola o mais rápido possível. "Onde já se viu começar aula sem carteira para as crianças sentarem?", afirmou o homem, que também pediu que seu nome não fosse divulgado.
Do lado de fora do colégio, uma placa do governo do Estado informa que foram gastos mais de R$ 4 milhões com o prédio novo e outros R$ 3 milhões com reformas

Fonte; http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff1902201016.htm 19/02/2010

Brasília um escândalo atrás do outro - transcendeu o grau de moralidade e vergonha


Brasília um escândalo atrás do outro – não bastou o primeiro mensalão no governo Lula e a queda do José Dirceu e seus companheiros de partido e similares, como lição para os políticos profissionais (de carteirinha e tudo de Brasília) de todo o país para pararem de corromper o espírito público e democrático em benefícios privados. A questão parece ser a impunidades dos políticos corruptos que não foram punidos até o momento neste país. Vamos verificar o que vai acontecer com Arruda e os seus companheiros, pois o papelão destes caras na política brasileira transcendeu o grau de moralidade e vergonha que passamos com tanta incompetência na gestão dos cargos públicos.


Veja abaixo a reportagem sobre os escândalos em Brasília no site do congresso em foco:

Paulo Octávio se irrita com impeachment
Mário Coelho
O governador em exercício do Distrito Federal, Paulo Octávio (DEM), ao ser comunicado da aprovação do pedido de impeachment pela Câmara Legislativa, demonstrou irritação em um encontro com deputados distritais na noite nesta quinta-feira (18). Segundo parlamentares ouvidos pelo site, Octávio afirmou: "Não acredito que fizeram isso comigo". Sete distritais participaram do encontro, que aconteceu no Palácio do Buriti e durou aproximadamente uma hora.
Em tempo recorde, os distritais aprovaram na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) três pedidos de impeachment contra Paulo Octávio. Na segunda-feira (22), eles devem começar a ser analisados pela Comissão Especial criada hoje na Câmara. Paulo Octávio não gostou de saber que os processos já estão tramitando. Desde que assumiu o governo do DF no lugar de José Roberto Arruda (sem partido), preso na última quinta-feira (11), ele tem conversado com distritais e reforçado a necessidade de manter a governabilidade na capital do país. Ele contava com a hipótese de que os deputados distritais poderiam preservá-lo.
O Congresso em Foco apurou que Paulo Octávio recebeu a promessa de distritais governistas de que o impeachment não seria aprovado. Porém, o instinto de sobrevivência dos deputados da Câmara falou mais alto. Ameaçados pelo pedido de intervenção feito pela Procuradoria Geral da República (PGR), os parlamentares decidiram não entregar o que haviam prometido. De sexta para cá, aprovaram os pedidos de impeachment contra Arruda e contra Paulo Octávio, completaram a composição da CPI da Corrupção e criaram a comissão especial.
Participaram da reunião o presidente da Câmara, Wilson Lima (PR), o relator dos processos de impeachment, Batista das Cooperativas (PRP), e os distritais Paulo Tadeu (PT), Raimundo Ribeiro (PSDB), Paulo Roriz (DEM), Dr. Charles (PTB) e Cristiano Araújo (PTB). Oficialmente, o encontro era para informar o governador da aprovação dos pedidos de impeachment. Porém, a intenção era tentar convencer Paulo Octávio de que ele não tem mais suporte político na Câmara para governar.
Na tentativa de virar o jogo, Paulo Octávio convidou os distritais para uma reunião no próximo sábado (20). Ele disse que pretende tratar da governabilidade. Mas o site apurou que, na verdade, o governador em exercício tentará convencer os distritais a abandonar os processos de impeachment. Caso ele tivesse renunciado hoje, mas acabou voltando atrás, os pedidos teriam sido descartados.

Fonte:http://congressoemfoco.ig.com.br/noticia.asp?cod_canal=1&cod_publicacao=31877 acesso em 19/02/2010


Daner hornich

Saturday, February 13, 2010

O prefeito de Piracicaba e os seus vereadores são míopes

O prefeito de Piracicaba e os seus vereadores são míopes ou não andam pelas ruas da cidade, pois o asfalto na cidade de Piracicaba é lastima (a chuva não é desculpa, pois o asfalto é de péssima qualidade – será que alguma empresa deve ganhar ou lucrar com os reparos? Surgem dúvidas na cabeça do contribuinte), temos buracos e ondulações em todos os lugares da cidade, seja na periferia da cidade, seja no centro.
Próximo do ATACADÃO ou na entrada que dá acesso ao bairro de Santa Terezinha - temos vários buracos, próximo da empresa BELGO, temos crateras que podem fazer estragos até em pneu de caminhão, imagine no pneu do carro e outros acessórios do veículo, na Vila Rezende, Paulista e Vila Independência na mesma proporção, vamos arrumar gente esses lugares, pois não podemos ficar imaginando ponte e viadutos – se não conseguimos fazer pontes com a população para a melhoria do bem comum – pois o governo de Piracicaba deve ser público ou republicano, algo que parece não ser.
Na próxima reflexão vamos falar da situação das escolas municipais e da situação dos professores que ganham um salário de miséria (por que temos tantos concursos para professores na cidade? Desistência por conta do salário e das condições de trabalho? E o famoso horário dos professores para estudar ou planejar suas atividades, com seu inflexível tempo de estudo e planejamento que inviabiliza outras possibilidades de trabalhos – Será que a prefeitura paga bem os seus professores para querer exclusividade? Fala prefeito – será que o seu economista – gestor em educação não calculou essas possibilidades? Sabe o que o que é bom pra vocês? É ter um jornal na cidade que apóia suas empreitadas e não tem massa crítica para pontuar a lamentável gestão do “senhor” prefeito que começou com propagandas a todo vapor e vai terminar com as propagandas sem vapor.
p/s: não foi possível fazer a correção do texto acima, mas logo vamos fazer e melhorar o texto.

Daner Hornich

Falar das atrapalhadas do governo Lula, aqui é um posicionamento crítico e não campanha para o próximo presidente

Lembrete: Falar das atrapalhadas do governo Lula, aqui é um posicionamento crítico e não campanha para o próximo presidente, pois também não concordo com os posicionamento do Governo de São Paulo - Basta ver as situações das nossas estradas, das nossas escolas e do nosso sistema de saúde - é uma lastima - sem falar do salário dos nossos professores e do tratamento dado a todos eles.
Veja na reportagem da folha notícias de uma irritação:

São Paulo, sábado, 13 de fevereiro de 2010

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No interior de SP, Serra chama manifestante de "energúmeno"

De acordo com assessores, governador se irritou com xingamentos da plateia

DA REPORTAGEM LOCAL

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), chamou um manifestante de "energúmeno" ontem, durante solenidade de entrega de 57 ônibus escolares na cidade de Guararapes (558 km da cidade de SP).
Carregando faixas e identificando-se como da Apeosp (sindicato dos professores), um grupo de manifestantes usava apitos para encobrir o discurso de Serra, enquanto a plateia, em maior número, gritava o nome do governador.
Serra perguntou se ali, no público, havia alguém contra a entrega de ônibus e investimentos do governo. Em resposta, ouviu um coro de "não".
O governador solicitava apoio dos prefeitos para a instalação de hospitais destinados a portadores de deficiências físicas, quando foi interrompido por um manifestante que, de acordo com a sua assessoria, xingava Serra.
"Esse energúmeno é contra o atendimento dos cegos, é contra os deficientes físicos, é contra os ônibus escolares [...]é contra tudo e todos", reagiu o governador, ainda segundo assessores que estavam no local.
Aplaudido pelo plateia e sob vaias dos manifestantes, Serra disse que estava trabalhando ali, mas que os que protestavam faziam "campanha" política.
O manifestante - que havia se aproximado do palanque - foi retirado da plateia por policiais porque, segundo a assessoria do governador, tinha desacatado Serra com ofensas.

Cheques
Antes, o governador havia entregado cheques de R$ 900 a moradores de São Luiz do Paraitinga, umas das cidades mais prejudicadas pelas chuvas que atingem o Estado.
O valor equivale a três meses do auxílio-moradia emergencial lançado pelo governo do Estado. Alguns moradores subiram ao palco e receberam os cheques das mãos do governador e de secretários estaduais.
Após o evento, uma fila de moradores foi formada na quadra de uma escola municipal. Segundo o governo, 308 famílias serão beneficiadas.
Algumas famílias deverão receber até R$ 1.900. Isso porque Serra lançou o programa Novo Começo, que, além do auxílio-moradia, destinará R$ 1.000 para que famílias atingidas pelas chuvas comprem móveis e outros objetos perdidos.
"Se depender de mim, ele será presidente", afirmou a dona de casa Alessandra Fernandes, 33, após receber seu cheque.
Para Fernando Neves, ex-ministro do TSE, a entrega dos cheques não configura infração à legislação eleitoral "desde que não haja pedido de voto". A prática se configura como "atividade de governo", diz ele.
As consequências políticas das chuvas preocupam os tucanos e Serra. Ontem, ele disse que ainda não sabe se viajará no Carnaval, apesar de ter convites para ir ao Rio, a Recife e a Salvador. O governador só visitará outros Estados caso o tempo esteja bom em São Paulo.
Serra evitou novamente falar de política e de sua provável candidatura, mas afirmou que houve uma "politização" das consequências da chuva.
"Tem muita gente jogando e se deliciando com "o quanto pior melhor". Mas eu não presto atenção nisso. O importante é trabalhar", afirmou o tucano. "A politização, inclusive eleitoral, é natural. Eu encaro isso, não com agrado, mas com certa naturalidade e frieza, porque não tem remédio", completou.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc1302201022.htm Acesso em 13/02/2010.

Daner Hornich

Será que o Lula vai ouvir o povo do Irã?

Será que o Lula vai ouvir o povo do Irã? Lula escuta o povo brasileiro? O Lula fala, fala, fala, fala em discurso para o povo das inaugurações eleitoreiras, mas não escuta – se ele escuta é a sua voz. Veja abaixo:


São Paulo, sábado, 13 de fevereiro de 2010

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Lula tem de se encontrar com dissidentes em Teerã, diz Nobel

DE GENEBRA

A visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Irã, em maio, só será válida se ele se reunir também com dissidentes, e o diálogo que Brasília defende com Teerã precisa incluir questões de direitos humanos e não só temas econômicos e políticos, defende a advogada, ativista e Nobel da Paz iraniana Shirin Ebadi.
"É claro que precisamos de mais diálogo, mas o diálogo também tem de ser sobre democracia e direitos humanos", disse Ebadi a jornalistas brasileiros em Genebra ao ser indagada sobre a posição do Itamaraty de que pressão e punição isolariam o Irã, e ainda há tempo para conversar com o país sobre seu programa nuclear.
"Até agora, o diálogo entre Brasil e Irã foi só sobre questões econômicas", respondeu, após evento em que listou violações do governo Ahmadinejad, como julgamentos sumários, prisões de jornalistas, tortura e perseguição de ativistas.
Ebadi defendeu que o governo brasileiro use sua proximidade com o Irã para influenciá-lo sobre o tema. O país será submetido nesta segunda à revisão periódica pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, e o Brasil vai se pronunciar a respeito. "É muito importante que o povo brasileiro saiba o que o governo iraniano tem feito com seu povo."
A ativista, que perdeu o direito de advogar no Irã por expressar-se contra o governo, afirmou que é "boa" a visita do presidente Lula, mas pregou que não se restrinja a atos oficiais.
"Não há nada de errado com a visita. Contanto que ele não fale só com o governo iraniano, que fale com ativistas de direitos humanos, jornalistas, familiares de vítimas", afirmou, dizendo que essa seria a forma mais adequada de "mostrar respeito ao povo".
"Os governos vão e vêm, as nações ficam."
Ebadi, laureada em 2003, também criticou a ideia defendida pelos EUA e outros países de aplicar novas sanções contra o Irã no âmbito do Conselho de Segurança da ONU para demover o país de seu programa nuclear, o qual Teerã diz ser, por ora, pacífico -embora Mahmoud Ahmadinejad tenha dito, nesta semana, ter capacidade para produzir uma bomba.
"Sanções só vão piorar a situação para o povo. Graças ao apoio da Rússia e da China, o governo do Irã consegue contornar as sanções. Mais sanções só vão punir o povo."
Segundo Ebadi, o que os governos ocidentais deveriam fazer é pressionar suas empresas que negociam com o governo Ahmadinejad. "A Siemens e a Nokia fornecem ao governo iraniano a tecnologia para monitorar e-mails e mensagens por celular, e é por causa desse monitoramento que muita gente está na prisão." (LC)

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft1302201003.htm

O governo Lula e suas atrapalhadas posições frente ao IRÃ

O governo Lula e suas atrapalhadas posições frente ao IRÃ (Hoje sabemos que o Estado Iraniano reprime o seu povo, e o nosso governo parece compactuar com o governante daquele país). Veja abaixo:


São Paulo, sábado, 13 de fevereiro de 2010

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Brasil fará crítica a direitos humanos no Irã

Mudança de tom no conselho sobre o tema, em Genebra, é planejada como demonstração de que apoio a Teerã não é incondicional

Ao endurecer discurso na esfera humanitária, país busca estender margem de atuação para manter posição contra as sanções no CS

LUCIANA COELHO
DE GENEBRA
MARCELO NINIO
DE JERUSALÉM

O Brasil está coordenando sua posição sobre eventuais sanções ao Irã no Conselho de Segurança da ONU, em Nova York, com sua ação sobre o país no Conselho de Direitos Humanos da organização, em Genebra. Um endurecimento neste último o ajudaria a se credenciar como mediador na questão nuclear.
Fontes ouvidas pela Folha relatam uma triangulação constante que inclui conversas e reuniões abarcando ambos os temas à medida que cresce a pressão por novas sanções contra Teerã -o Irã passou a enriquecer urânio a um nível mais alto nesta semana, ampliando seu programa nuclear, que diz ser pacífico, mas que para EUA e aliados visa a bomba.
É nesse contexto que se aproxima a revisão periódica da situação dos direitos humanos no Irã pelo conselho em Genebra, depois de amanhã.
A ideia do Itamaraty é tomar uma posição mais firme em relação à violação de direitos humanos no Irã ao passo que mantém o discurso contra sanções no CS -onde defende haver espaço ainda para diálogo.
Brasília estreitou os laços com Teerã e tem recebido críticas abertas e veladas, vindas dos demais países que antes tentavam negociar com o governo iraniano o escrutínio de seu programa nuclear e que agora pedem sanções (EUA, França e, a julgar pela última semana, também a Rússia).
Com a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva agendada para maio, é preciso marcar posição. Uma ação mais firme no Conselho de Direitos de Humanos mostraria aos demais aliados que o Brasil não é aliado irrestrito do Irã, dando mais credibilidade à sua insistência pelo diálogo nuclear.
No mês passado, o chanceler Celso Amorim declarou que as questões não devem ser "misturadas". É uma brecha para rever o histórico de evitar críticas duras ao país e se abster nas votações sobre o tema na Assembleia Geral da ONU.
Outro passo nessa direção é o discurso que a embaixadora brasileira nas Nações Unidas em Genebra, Maria Nazareth Azevedo, fará durante a sessão de revisão do Irã, depois de amanhã. A fala, apurou a Folha, deve citar as prisões arbitrárias e condenações sumárias à morte no país. Mesmo sem mencionar a repressão pós-eleitoral (a mesma que Lula chamou de "briga de torcida"), cujo saldo foi de ao menos 20 mortos e centenas de ativistas presos, a alusão é clara.
Mais de um observador ouvido pela reportagem aponta uma mudança recente, discreta mas firme, na posição brasileira. O Itamaraty também passou a considerar "mais razoável" a posição americana sobre o tema (os EUA são críticos firmes das violações).
O Brasil já havia colocado, em outras ocasiões, sua preocupação com a perseguição de minorias e com os direitos das mulheres no país -inclusive o fez no encontro de Lula com Mahmoud Ahmadinejad em Brasília, em novembro. Desde então, o tema continua sendo discutido "a nível de embaixadas", segundo o Itamaraty.
A referência às prisões, porém, foi feita apenas na última reunião da ONU em Nova York sobre a questão, em dezembro. Foi exatamente quando o país se absteve de votar alegando que o conselho em Genebra seria o fórum adequado.
Entidades de direitos humanos pressionam agora pelo cumprimento da promessa e, como pediu a Conectas em carta dirigida a Amorim, "recomendações concretas e mensuráveis ao Estado iraniano".

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft1302201001.htm 13/02/2010

Daner Hornich

o universo é regido por uma inteligência amorosa

Uma boa leitura para esse carnaval pode ser o artigo do Juevenal Savian Filho sobre Boécio (475 – 525) na revista CULT da edição 143.


Edição 143 A busca de unidade interior

A Consolação da Filosofia registra não apenas a consolação que Boécio recebeu da filosofia, mas também a que procurou oferecer a ela

Juvenal Savian Filho

O autor mais emblemático, na história da filosofia, para o tema da consolação é certamente Boécio (475-525), cuja obra de maior divulgação, aliás, intitula-se A Consolação da Filosofia.

A consolação, nessa obra, é apresentada em dois sentidos: aquela oferecida "pela" filosofia e aquela oferecida "à" filosofia. Como se diz em gramática clássica, toda a diferença está na partícula "da", interpretada como genitivo subjetivo ou como genitivo objetivo. A Consolação de Boécio registra, assim, não apenas a consolação que ele recebeu da filosofia, mas também a que ele procurou oferecer a ela.

Consolação oferecida "à" filosofia
Com efeito, Boécio diagnosticava, em sua época - a fase final da desagregação do Império Romano -, um descaso com a atividade filosofia, ou, então, a manipulação e a dilapidação do patrimônio filosófico por parte de tendências que entravam na moda e saíam dela. Na obra escrita no cárcere, ele procura "consolar" esse patrimônio com um texto esmerado do ponto de vista literário e dotado de um conteúdo teórico que mantinha viva a herança clássica greco-romana.

É certamente em função dessa consolação que Boécio, nas primeiras páginas de sua derradeira obra, retrata a filosofia sob a forma de uma mulher, a dama Filosofia, cuja aparência, embora imponente, encontrava-se embaçada, e com vestes rasgadas por mãos violentas:

Apareceu-me uma mulher, acima de meu olhar. Seu aspecto era venerável; seus olhos, repletos de fogo, mais penetrantes do que podem ser os olhares humanos. (...) Suas vestes eram confeccionadas de fios muitos finos, trabalho delicado, matéria indestrutível; fora ela mesma quem as tecera. Podia-se ler, bordada na franja inferior, a letra grega Pi; e, no alto, um Theta. Entre essas duas letras, via-se como uma escada, com degraus que levavam da letra inferior à superior. Entretanto, sua indumentária havia sido rasgada por mãos brutais, que lhe arrancaram tantos pedaços quantos foi possível arrancar.

A imponência dessa mulher simbolizava a tradição filosófica greco-romana, incluindo os autores bizantinos antigos, bem conhecidos por Boécio. Quanto aos agressores, eles eram identificados como os ignorantes pretensiosos, os inimigos de Sócrates, alguns epicuristas e alguns estoicos.


Boécio não desvalorizava o estoicismo e o epicurismo em geral. Ele se punha, inclusive, em concordância com muitas teses dessas escolas. Mas via problemas nelas, como, por exemplo, a associação estoica entre a esperança e a infelicidade, ou a eleição epicurista do prazer como bem absoluto do ser humano. Esses modismos, somados à violência sofrida pela cultura clássica (em tempos "bárbaros"), estariam representados nas vestes rasgadas da dama Filosofia.

Para Boécio, apenas uma esperança ilusória seria causa de infelicidade (como, por exemplo, esperar justiça de um tirano), e o prazer seria apenas um bem relativo, nunca absoluto (o bem absoluto teria de ativar as capacidades racionais do ser humano, distinguindo-o dos outros animais). Numa palavra, a esperança autêntica deve ser lúcida, e o prazer, bem situado no conjunto dos bens humanos.

Esses exemplos apontariam para a elaboração da experiência prática, visando chegar à contemplação teórica da verdade sobre a existência: tal o sentido dos degraus que partem da letra pi (inicial de práxis, em grego) e levam à letra theta (inicial de theoría, em grego), bordadas respectivamente na parte inferior e superior das vestes da Filosofia.

Essa elaboração da prática, vazada em elementos platônicos, aristotélicos, cristãos e neoplatônicos - com pivô e ápice na Felicidade -, molda a consolação "da" Filosofia e denuncia o que, para Boécio, constituía formas de pensamento fáceis e sedutoras, porém equivocadas e autoilusórias.

Consolação oferecida "pela" Filosofia
A escalada dos degraus da práxis à teoria constituía, por sua vez, a consolação oferecida "pela" Filosofia a Boécio. Seus últimos dias, vividos na prisão, arremataram uma existência de coerência ética e política. De conselheiro do imperador Teodorico, ele passou, depois de uma acusação injusta, a ser visto como traidor do império. Foi, então, obrigado a manter residência forçada no norte da Itália, longe da família, dos amigos e de sua biblioteca, à espera da execução. Nesse período, ele compôs a Consolação.

Essa obra é o registro de um protesto contra sua sorte injusta, bem como a tentativa de responder a graves problemas filosóficos que, no contexto da prisão, revelaram, em cores fortes, seu caráter existencial. Suas queixas centravam-se na instabilidade da Fortuna, deusa caprichosa, responsável pelas variações da Natureza em geral, ora prodigalizando os seres de bens, ora subtraindo-lhes tudo, sem nenhuma razão aparente.

A Filosofia, então, para consolar Boécio, inicia com a aplicação de remédios suaves, até chegar a remédios amargos, porém mais eficazes. Os remédios suaves consistirão na lembrança dos bens concedidos pela Fortuna (o bem-estar passado de Boécio e o de sua família, sua carreira política, a carreira de seus filhos etc.) e os amargos, no esclarecimento de sua natureza variável, no enfrentamento do problema do mal, da liberdade, da providência divina etc.


A causa do sofrimento de Boécio estaria em confiar nessa deusa cega e caprichosa, esperando que ela se comportasse sempre do mesmo modo. Mas, caso ela se comportasse sempre do mesmo modo, então negaria seu caráter. A Filosofia mostra, então, como o desejo humano leva os indivíduos a desejar a constância da Fortuna.

O desejo, em si mesmo, não seria mau; equivocada é a ilusão que ele acarreta, ou seja, a crença de que a abundância de bens pode trazer a felicidade. Em outras palavras, haveria um erro humano, o de querer suprir as carências com a abundância. Aliás, a abundância seria antinatural, pois, segundo Boécio, os outros seres vivos precisam de pouco para sobreviver. Mas os humanos, além de se iludir com a abundância, nem sempre se dão conta de que têm algo a mais do que os outros animais. Para serem felizes, têm de acionar a capacidade que os distingue, a mente, ponto de semelhança, inclusive, entre eles e o ordenamento do mundo. Numa palavra, a realização humana residiria no desenvolvimento da capacidade mental e no uso correto dos bens.

Nesse sentido, a consolação oferecida pela Filosofia a Boécio consiste em fazê-lo avaliar com prudência a natureza das coisas (à semelhança da filosofia consoladora de Sêneca) e em ativar sua mente para o conhecimento de si. Essa é a razão de a Filosofia cantar em seus versos:

Oh, que feliz era aquele tempo antigo
que se contentava dos campos fiéis,
sem perder-se num luxo inútil.
E contentava-se dos frutos rústicos.
(...)
Oh, quão feliz seria o gênero humano,
se aos vossos espíritos regesse o amor;
aquele mesmo que rege o céu.

O bem próprio do ser humano, atividade interior de natureza espiritual, não seria redutível às experiências físicas, e a felicidade só seria atingível pela posse e pelo cultivo desse bem.

A atividade da mente, no dizer de Boécio, levaria ao conhecimento de si, e esse conhecimento, por sua vez, levaria ao conhecimento da inteligência amorosa que rege o universo. Da perspectiva desse conhecimento, tudo passaria a ter sentido, inclusive aquilo que se vive como sofrimento. As situações adversas passam a ser valoradas como consequência da fragilidade da Natureza e da vida humana, sem que o desejo irracional leve à ilusão de uma vida constante e sem imperfeições.

Por fim, o fato de se afirmar que o universo é regido por uma inteligência amorosa não significa tolhimento da liberdade. O exercício da liberdade ligar-se-á à capacidade humana de determinar o sentido da existência de cada indivíduo, em meio aos constrangimentos impostos pelo dinamismo da vida. Esses remédios são o consolo que a Filosofia oferece a Boécio. É no registro de uma busca de unidade na experiência interior (vivida no corpo e com os bens do corpo) que a filosofia, segundo Boécio, pode ter um papel consolador.

Na linguagem clássica, a filosofia consola não porque extirpe o sofrimento, mas porque é Sabedoria.

Juvenal Savian Filho, professor de filosofia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Escreveu, entre outros, Metafísica do Ser em Boécio (Loyola, 2008), Deus (Globo, 2008), Fé e Razão: Uma Questão Atual? (Loyola, 2005)


Fonte; http://revistacult.uol.com.br/novo/dossie.asp?edtCode=62159830-7C0E-4F83-880B-17D4CC4AE09A&nwsCode=F4F7CB5E-9E28-4C65-B5AB-45B1DCB29301 13/02/2010

Daner Hornich

Militares, ciências, Educação Popular.

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