Sunday, December 30, 2007

Visões de risco para a democracia

Saiu na Folha de São Paulo

São Paulo, domingo, 30 de dezembro de 2007


Sem Benazir, militares devem reforçar ligações com radicais
AZIZ HUQ

A morte de uma importante líder oposicionista facilitará a Pervez Musharraf a criação de uma coalizão parlamentar que aja de acordo com seus desejos, se forem realizadas as eleições previstas para janeiro. E também torna mais distante a possibilidade de eleições que não sejam manipuladas, e de líderes que respondam ao povo, e não aos seus comandantes uniformizados. Além disso, agora é ainda mais difícil que os militares paquistaneses abandonem seu relacionamento simbiótico com a linha dura religiosa, nas urnas e nas ruas.
Minha aspiração e esperança de democracia no Paquistão não é um sonho romântico. Em lugar disso, a democracia paquistanesa representa a melhor esperança de redimir o desastre que o Paquistão veio a se tornar para a política de segurança nacional dos EUA.
Não deveria escapar à atenção de ninguém que Musharraf até o momento vem dependendo abertamente do Jamiat Ulema-e-Islam (JUI), um partido religioso favorável ao Taleban, especialmente na Província do Baluquistão. Muitas reportagens consistentes e plausíveis identificaram a região como o local de refúgio de líderes importantes da Al Qaeda, a exemplo de Osama bin Laden, que podem confiar no apoio de líderes tribais e religiosos simpáticos à sua causa.
Musharraf depende, para sua sobrevivência política, de facções políticas no mínimo simpáticas ao maior inimigo dos Estados Unidos, e possivelmente culpadas de cumplicidade com o terrorismo. Em meio ao lodaçal da política interna paquistanesa, o amigo de nosso amigo pode bem ser nosso inimigo. Bush vem apoiando um líder militar que, embora alegue ter contido os religiosos militantes, depende dele para seu sucesso nas urnas.

Espiões e Al Qaeda
Sem democracia, porém, não existe a mais remota possibilidade de romper esse elo fatal e de remover o refúgio da liderança da Al Qaeda. Sem democracia, há escassas chances de que os líderes tribais e religiosos que oferecem proteção estratégica ao Taleban sejam conquistados como aliados.
Sem democracia, não há chance de uma reforma das madrassas, que não só formam "mártires" para a Caxemira e o Afeganistão como ajudam e reconfortam o pequeno número de muçulmanos ocidentais que desejam justificar a violência.
Um agravante é a incompetência americana. Como no Iraque, bilhões de dólares em assistência foram desperdiçados por incompetência e descuido, e por isso o Exército paquistanês continua incapaz ou pouco disposto a invadir as áreas de refúgio do Taleban.
Pior, não existe plano alternativo em vista. Sob a tutela dos EUA, os militares paquistaneses engordaram e se tornaram ainda mais toscos.
A política do governo Bush para o Paquistão constitui, em resumo, um desastre. Como de hábito, a Casa Branca presumiu que força militar -no caso exercida por um Estado vassalo- seria capaz de restringir o terrorismo.
Como de hábito, os líderes americanos fracassaram em compreender relacionamentos complexos, no caso o elo entre a ISI [agência de espionagem paquistanesa] e a Al Qaeda, que remonta à guerra soviética do Afeganistão, e a maneira pela qual a corrupção e a inclinação cada vez maior a uma política de base religiosa conduzem mais e mais pessoas a aderir à ideologia maniqueísta de nossos inimigos.

Estados falidos
A política do governo americano para o Paquistão é pior que um desastre. Ela está fomentando a erosão do limitado sucesso conquistado no Afeganistão. Está alimentando a propaganda de que os EUA apóiam tiranos. E está impedindo a realização do objetivo de longo prazo: um Paquistão que não sirva de refúgio a terroristas ou campo de treinamento para recrutas do Ocidente.
A morte de Benazir Bhutto prova que o governo Bush se colocou em uma situação sem saída. Além da repetição cruel da trágica história paquistanesa, a morte de Benazir deveria servir como marco das dimensões do fracasso do governo Bush na região.
Porque, em 12 de setembro de 2001, existia um Estado falido, o Afeganistão, que poderia servir de refúgio a terroristas.
Agora, as políticas do governo americano criaram dois novos Estados em falência, que não só podem como provavelmente vão sustentar atividades terroristas no futuro.
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Tradução de PAULO MIGLIACCI

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft3012200703.htm

Comentário: Visões de risco para a democracia num mundo mergulhado em posições e tendências totalitárias, radicais e fundamentalistas.

Mobilização social fortalece democracia na América Latina

Saiu na folha de São Paulo
São Paulo, domingo, 30 de dezembro de 2007



ENTREVISTA / JOSÉ MAURÍCIO DOMINGUES

Mobilização social fortalece democracia na América Latina
Para pesquisador, região ingressa na "terceira fase da modernidade" com instituições mais fortes, mas economia ainda atrasada

DOIS MOVIMENTOS caracterizam os últimos 25 anos da América Latina: de um lado, o processo de institucionalização das democracias avançou e há hoje uma forte pressão para a inclusão social, política e econômica de setores secularmente alijados; de outro, o subcontinente tem cada vez menos peso na economia mundial, permanecendo no papel secundário de exportador de commodities. Esta é, em síntese, a análise do sociólogo José Maurício Domingues.

MARCELO BERABA
DA SUCURSAL DO RIO

Professor e diretor do Iuperj (Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro), Domingues é autor do recém-lançado "Aproximações à América Latina - Desafios contemporâneos" (Civilização Brasileira).
Na sua opinião, a reversão do quadro de sócio periférico da economia globalizada terá de contemplar um forte investimento integrado dos principais países da região, encabeçados pelo Brasil, em ciência e tecnologia. Leia abaixo os principais trechos da entrevista que ele deu à Folha, na sede do Iuperj, no bairro carioca de Botafogo.


FOLHA - A democracia está consolidada na América Latina?
JOSÉ MAURÍCIO DOMINGUES - Ela não está consolidada inteiramente em lugar nenhum do mundo, haja vista a situação americana, com Bush vetando a proibição de tortura. Democracia é sempre frágil e tem de ser conquistada todos os dias por uma cidadania minimamente mobilizada. Mas acho que nos últimos 25 anos ela fez avanços muito significativos na América Latina.
Os sujeitos sociais, coletiva e individualmente, são hoje mais livres, mobilizados e comprometidos com a democracia do que jamais foram no passado.
A tendência é uma mobilização cidadã ao lado do processo de institucionalização da democracia.
FOLHA - No livro o senhor se refere a uma terceira fase da modernidade na América Latina. Como a caracteriza?
DOMINGUES - Esse é um processo global. A primeira fase da modernidade é liberal restrita, começa no final do século 18 e se estende pelo século 19. Na segunda fase, no período dos anos 1930 ao final dos anos 1990, o Estado vai ter uma maior presença. A terceira fase se caracteriza por uma revolução científica e tecnológica muito forte, por uma pluralização das identidades sociais e por uma modificação nas formas do Estado.
Isso implica uma maior complexidade social e a tendência a uma utilização cada vez mais ampla dos mecanismos de rede.
A América Latina se moderniza muito, nessa terceira fase, sob o ponto de vista social e político, mas economicamente não. O modelo neoliberal foi uma resposta à crise dos anos 1970. Na América Latina isso resultou no sepultamento definitivo do nacional-desenvolvimentismo e na abertura generalizada dos mercados.
Nós somos hoje grandes exportadores de commodities como soja, carne, aço, minério de ferro, e é em cima disso que estamos montados nesta retomada do desenvolvimento econômico, entre aspas, na onda do crescimento da economia mundial.
FOLHA - O que há de comum nos processos em curso na Venezuela e na Bolívia?
DOMINGUES - São processos políticos absolutamente distintos. O processo boliviano é basicamente popular e democrático. Em nenhum momento o governo ou o MAS (Movimento ao Socialismo) propõem construir o socialismo na Bolívia. Alguns inclusive falam em capitalismo andino. É um processo de democratização, de integração das populações indígenas a um Estado que sempre foi controlado pelas oligarquias. É um movimento que vem do final dos anos 1980, que pela primeira vez vê surgir o indígena como ator político autônomo e que vai desaguar na ascensão do Evo Morales ao poder com a idéia de refundar o Estado boliviano de uma forma democrática e integradora, utilizando os recursos naturais para conseguir algum desenvolvimento.
Já o caso venezuelano não tem nada a ver com isso. A Venezuela era um sistema político liberal cuja força residia nas clientelas que a oligarquia podia construir através do petróleo abundante. Só que é um sistema que apodreceu por dentro, sobretudo pelo acordo entre os principais partidos pelo qual, não importava quem ganhasse as eleições, todos continuavam no poder e com a população marginalizada.
Isso gerou insatisfação social, que não levou a uma organização popular, mas a uma rebelião crescente dentro das Forças Armadas.
Neste sentido, Hugo Chávez emerge numa situação política quase de terra arrasada. Ele surge como uma liderança cesarista que catalisa determinadas demandas da sociedade em função da sua figura pessoal e de suas bases nas Forças Armadas. Isso abriu a possibilidade de mobilizações populares, mas gerou resistência em setores da oligarquia que estavam acostumados a mandar sem contestação.
FOLHA - É uma democracia frágil?
DOMINGUES - O problema é que também Chávez tem tendências antidemocráticas. Espero que a derrota no referendo arrefeça seus ânimos de concentração de poder e que a oposição também aprenda que pode ganhar eleitoralmente, porque é uma oposição extremamente golpista. Agora se chegou a um certo empate político, o que talvez abra a possibilidade de consolidação institucional da democracia na Venezuela.
FOLHA - O processo na Bolívia pode chegar à separação?
DOMINGUES - Tem setores em Santa Cruz e outras províncias ricas que gostariam de se separar do país. Mas acho que não vai chegar a isso. Primeiro, Morales terá de recuar de alguma maneira e renegociar o pacto. O Exército já disse que não aceita a separação. Os presidentes da América Latina deixaram claro que tampouco a aceitam.
Você não cria um país sem reconhecimento internacional, sem que as Forças Armadas sejam coniventes e sem que negocie muito largamente dentro do próprio país, a não ser que parta para a guerra civil. Acho que isso não vai ocorrer, embora haja tensões nesta direção. Eles vão ter de renegociar o pacto.
Não vai ser exatamente o que Morales e o MAS querem, mas também não será o que querem Santa Cruz e aliados.
FOLHA - É nítido o esforço do Brasil de construir um processo de integração na América Latina. O que impede a aceleração desta integração?
DOMINGUES - Um dos problemas básicos tem a ver com a nossa posição subordinada à divisão internacional do trabalho. Outro dificuldade é a pouca integração física. Nosso desenvolvimento científico e tecnológico é muito baixo, o Brasil de longe excede os outros países latino-americanos. E há complicações do ponto de vista econômico, embora o Brasil tenha muito mais a ganhar do que a perder, porque é hoje uma plataforma de exportação de grandes corporações para o restante da América do Sul.
Fala-se muito na integração física, importante, na integração dos mercados, decisiva, mas o desenvolvimento científico-tecnológico é um eixo fundamental para se levar à frente essa integração, capacitando os nossos vizinhos até para que a gente possa ter mais complementaridade com eles.
FOLHA - Ao tomar posse, a nova presidente da Argentina, Cristina Kirchner, atacou os Estados Unidos. Vários países têm relações tensas com Washington. Como analisa essa relação?
DOMINGUES - A Argentina sempre teve uma relação difícil com os Estados Unidos. O período do Menem [Carlos Menem, presidente entre 1989 a 1999] é uma exceção. Vários países da América Latina em vários momentos tiveram períodos tensos com os Estados Unidos. Antigamente, eles viam a região como uma extensão natural do seu poder.
O período do Bush [George W., presidente dos EUA) é um período de muito pouca preocupação com a América Latina.
Eles deram umas pancadas no Chávez, reclamaram um pouco do Kirchner, afagaram um pouco o Lula porque parecia mais moderado, mas deram muito pouca importância ao subcontinente. Perderam a discussão da Alca e tentaram comer pelas beiradas com os tratados de livre comércio.
Acho que isso vai mudar muito se for confirmada a ascensão dos democratas no próximo ano. Se isso acontecer, nós vamos ter certamente uma mudança de posição e um interesse muito maior pela América Latina, como os democratas sempre demonstraram.
FOLHA - Isso é bom ou ruim?
DOMINGUES - Isso significa uma situação muito mais complexa, porque eles vão querer nos trazer de volta para a sua órbita de influência com muito mais flexibilidade, oferecendo alguma coisa, mas por outro lado nos amarrando mais. Os Estados Unidos perderam de fato influência na América Latina nos últimos seis, sete anos, mas a tendência é que, se o governo democrata realmente emergir, nós tenhamos relações mais sutis e mais complexas.
FOLHA - E a Argentina?
DOMINGUES - A Argentina é o país mais importante da América do Sul para o Brasil. É o nosso parceiro fundamental e a integração está avançando, apesar de todos os problemas do Mercosul.
A criação agora pela Cristina Kirchner do Ministério da Ciência e Tecnologia vai aumentar a integração científica. A América Latina tem cada vez menos peso na economia mundial. Só vamos conseguir reverter a situação se dermos um salto científico-tecnológico.
FOLHA - O Chávez alardeia o perigo de invasão dos Estados Unidos. Ele corre esse risco?
DOMINGUES - Não, eu não acredito que os Estados Unidos vão invadir a Venezuela ou vão bombardeá-la. Mas a região de fronteira com a Colômbia é uma região complicada. Os EUA têm muitas bases militares, ajudam muito militarmente a Colômbia, é uma zona potencial de conflitos se houver interesse dos EUA em desestabilizar o governo Chávez.
Mas não acredito que o problema seja esse. Nem acredito que o Chávez esteja se armando muito. Os Exércitos da América Latina estão destruídos há 20, 30 anos, com exceção do Chile, que tem o Exército mais bem equipado de toda a América latina. Não creio que haja um ambiente de tensão militar na América Latina nem de corrida armamentista.
O Chávez utiliza muito essa retórica [da invasão americana] para tentar mobilizar um sentimento nacional em torno da figura dele e em torno das Forças Armadas, que são o pilar de seu poder na Venezuela.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft3012200714.htm

Comentário: Uma entrevista para ser analisada e pontuada dentro do espaço público e democrático - devemos concordar que o investimento em ciência e tecnologia é ponto chave para alavancar o desenvolvimento político, social e econômico na America Latina – Será que o Brasil vai despertar para essa perspectiva?

CIRCO NA AMERICA LATINA

La anécdota sólo se conoce superficialmente. Las narcoguerrillas comunistas de las FARC, de acuerdo con Hugo Chávez, montaron un gran circo mediático para liberar a tres inocentes cautivos secuestrados en las selvas colombianas desde hace varios años. Pensaban acaparar los titulares de medio mundo, pero otros terroristas más oportunos, aunque igualmente siniestros, les aguaron la fiesta con el asesinato de Benazir Bhutto en Pakistán. La publicidad, pues, será mucho menor. En todo caso, ¿qué objetivos perseguían los protagonistas de este espectáculo obsceno, basado en explotar los sufrimientos de las víctimas y de sus familiares colombianos? Comencemos por Hugo Chávez.

El venezolano buscaba proyectar su imagen y consolidar su condición de líder de una zona de influencia. Forma parte de su psicopatía narcisista, pero también de su estrategia. Planteó la operación como un triunfo político colectivo. Era una oportunidad para presentarse a la cabeza de un conjunto de países a los que se propone vincular a sus delirantes planes de constituir un bloque político internacional dedicado a hostilizar a Occidente. Así que, rápidamente, les pidió a sus aliados que designaran a personas de cierto rango que demostraran su poder de convocatoria. Chávez, como todos los capos, cobra con intereses los recursos que entrega. Sus obligados deudores, en algunos casos, son los agradecidos receptores de esos maletines electorales llenos de petrodólares que circulan como cometas por toda la zona.

Argentina envió al ex presidente Néstor Kirchner y al canciller Jorge Taiana; Cuba, a Germán Sánchez, embajador en Caracas, conocido por los venezolanos como el Virrey, un hábil y endurecido representante de los servicios cubanos de inteligencia; Ecuador escogió a Gustavo Larrea, ex ministro del Interior; Brasil, a Marco Aurelio García, un hombre muy cercano a Lula y a Castro; y Bolivia, al viceministro Sacha Llorenti. Junto a ellos, despistado, viajaría el embajador francés Hadelin de la Tour-du-Pin, a quien probablemente le divierte esta pintoresca excursión por el trópico, tal vez convencido de ser el bondadoso agente de un acto caritativo, o un personaje secundario en una novela de García Márquez.

Para las FARC, la liberación de las dos mujeres y del niño nacido en cautiverio conlleva seis objetivos:
* Demostrar flexibilidad y mejorar su incómoda imagen de asesinos y narcotraficantes.
* Obligar al odiado Gobierno de Uribe a reconocerles cierta legitimidad.
* La admisión, aunque sea provisional, de “zonas de despeje”.
* La introducción en el conflicto de factores internacionales que les son favorables.
* Respaldar y complacer a Hugo Chávez, el más valioso de sus cómplices.
* Y, acaso, dar un paso hacia la táctica que les propone el venezolano: respaldar a un candidato afín en las elecciones del 2010, como ya apuntó recientemente Raúl Reyes, la cabeza política de las FARC. Prepararse, en suma, para lograr en las urnas lo que no han conseguido con cuatro décadas de violencia. Tras esa hipotética victoria seguiría el acostumbrado guión: una nueva Constitución y la progresiva y total desarticulación de los mecanismos democráticos republicanos.

Lo que nadie puede explicarse es qué hace un personaje como Nicolás Sarkozy en un barrio tan peligroso y en compañía tan poco recomendable. De Sarkozy, presidente de Francia, uno esperaría una conducta más seria. Debe saber que el Consejo de la Unión Europea, con muy buenas razones, ha declarado terroristas a las FARC, una nutrida banda integrada por miles de personas dedicadas a la extorsión, el narcotráfico, los secuestros y los asesinatos, cuyo declarado objetivo, lo que constituye un serio agravante, es crear un manicomio colectivista de corte soviético cuando consiga ocupar el Palacio de Nariño. ¿Dónde está la coherencia de una diplomacia que hace pocas semanas advertía sobre la peligrosidad de Irán y hoy se interna en la selva colombiana de la mano del gran aliado de Ahmadinejad en el mundo? ¿Cómo es posible que la misma Francia que en Europa contribuye leal y eficazmente a la persecución de ETA, en América Latina caiga en la ingenuidad de bailar al son que tocan los narcoterroristas colombianos?

Uno, claro, se alegra por la liberación de los rehenes y por sus familiares, pero sin olvidar ni un momento que esta operación montada por Chávez y por las FARC no está dirigida a fomentar la paz en Colombia, sino a debilitar aún más la precaria estabilidad del Gobierno legítimo de Uribe, y a contribuir a la demolición de la frágil democracia que, no se sabe cómo, subsiste en el torturado país. Uno, que conoce la fauna de la región y no se hace ilusiones, también puede entender el comportamiento irresponsable de Brasil, Argentina, Ecuador y Bolivia (ignoro por qué no invitaron a Daniel Ortega al aquelarre), pero Francia debe ser mucho más que una desordenada y caótica República gobernada con la punta de una banana. Francia debería ser otra cosa.

www.firmaspress.com
Fontes: http://www.2001.com.ve/articulo_opinion.asp?registro=1637

Comentário: Balelas na America Latina com pequenas histórias “anti-democráticas”.

Sunday, December 23, 2007

o nascimento do bom gosto em todas as coisas da vida

Uma pequena lembrança de Diderot para os nossos tempos; “A instrução adoça os caracteres, aclara sobre os deveres, sutiliza os vícios, os sufoca ou vela, inspira o amor à ordem, à justiça e às virtudes, e acelera o nascimento do bom gosto em todas as coisas da vida” (Diderot, 2000, 264).

Em tempos de fanatismo econômico, religioso e político

Em tempos de fanatismo econômico, religioso e político podemos recordar a argumentação da Viviane Forrester em seu livro “Uma estranha ditadura” – “As empresas mais lucrativas demitem na base da queda de braço; seus lideres têm uma propensão irresistível a diminuir os custos do trabalho. Por que investir no emprego? Demitir é mais vantajoso. Nós vimos, a Bolsa adora. E o que ela adora é lei”. (FORRESTER, 2001, 30)

Vivemos em tempos de Jean Calas

Saiu na folha de São Paulo
São Paulo, quinta-feira, 20 de dezembro de 2007


Outro caso de tortura é investigado em Bauru
Construtor denunciou em março que policiais civis da cidade o torturaram com choque por suspeitar que ele fosse seqüestrador
Cidade é a mesma onde jovem morreu no último sábado, após levar choques de policiais militares; caso está no Ministério Público
TALITA BEDINELLI
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BAURU

Antes de o garoto Carlos Rodrigues Júnior, 15, morrer torturado com choques após ser abordado por policiais militares, um outro morador de Bauru (343 km de SP) já havia denunciado abusos similares por parte da outra polícia, a Civil.
O construtor civil André Luiz Araújo Costa, 37, registrou um boletim de ocorrência na Corregedoria da Polícia Civil dizendo ter sido vítima de agressões e choques por todo o corpo por seis horas em 29 de março.
A Secretaria da Segurança Pública disse que a corregedoria abriu inquérito para investigar o caso, que foi enviado em agosto ao Ministério Público Estadual. Procurado ontem à noite, o Ministério Público afirmou não ter como levantar informações àquela hora.
A reportagem achou Costa. Ele disse que policiais à paisana o abordaram em casa dizendo que precisavam reparar uma válvula. Ele afirma ter sido posto em um Fiesta prata, ter tido um capuz colocado na cabeça e ter sido levado a um local que, descobriu depois, ser a sede do Deinter-4 (Departamento de Polícia Judiciária do Interior).

Seqüestro
O construtor disse que os policiais repetiam que ele tinha envolvimento em um seqüestro cujo cativeiro foi em uma chácara onde trabalhou. "Eles me sufocaram, colocaram um saco preto na minha cabeça e falaram que eu tinha matado uma criança, tinha seqüestrado", afirmou.
"Depois, eles me deram chutes, socos e pegaram o que parecia jornal enrolado, molharam e bateram no meu corpo. Aí, pegaram uma máquina de dar choques e deram no meu pescoço, atrás da orelha, na palma da mão, sob a unha, na sola do pé e na virilha."
Segundo Costa, os policiais ainda o ameaçaram e disseram que entrariam na casa dele à noite se ele contasse para alguém o que tinha acontecido. "Eles diziam que, se me matassem, não tinha problema porque ninguém tinha me visto sair de casa com eles."
O construtor civil disse que contou o que aconteceu no dia seguinte a um amigo, o investigador particular Luiz Castro.
Castro, 47, afirmou ontem que, depois, também levou socos e pontapés de policiais.
À Folha ele disse que os policiais tinham um mandado judicial para revistar a residência. Ele diz que os policiais descobriram o fato porque o telefone de Costa estava grampeado.
Fonte:http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2012200710.htm

Comentário: Vivemos em tempos de Jean Calas, isto é, em tempos de intolerância, injustiça, impunidade e truculência policial.

D. Aloísio uma personalidade que marcou a sua vida na defesa dos mais pobres.

D. Aloísio uma personalidade que marcou a sua vida na defesa dos mais pobres.
Saiu no Terra.

Domingo, 23 de dezembro de 2007, 09h18 Atualizada às 11h14

D. Aloísio Lorscheider morre no RS
O arcebispo emérito de Aparecida, em São Paulo, cardeal d. Aloísio Lorscheider, morreu às 5h30 deste domingo, no hospital São Francisco, em Porto Alegre (RS), por falência múltipla dos órgãos.
» Saiba mais sobre d. Aloísio Lorscheider
» Mande uma mensagem de condolência
Aos 83 anos, ele foi internado no início de dezembro devido a uma retenção de líquidos no corpo. No dia 12, ele sofreu uma convulsão de origem cardíaca e foi transferido para a UTI, onde ficou em coma induzido.
O arcebispo, nascido na cidade gaúcha de Estrela, já tinha sido internado outras três vezes em 2007.
Seu corpo será velado na Catedral de Porto Alegre e o sepultamento será no Convento de Daltro Filho, a 130 km da capital gaúcha. O dia e o horário do sepultamento ainda não foram definidos.
Presidente da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cargo que exerceu por dois mandatos, de 1971 a 1978, d. Aloísio foi nomeado pelo papa João Paulo II como arcebispo de Aparecida em 1995.
Ele renunciou ao posto em janeiro de 2004, passando em seguida a ocupar a posição de arcebispo emérito da arquidiocese.
A arquidiocese de Aparecida recebeu em 2007 a 5ª Conferência Geral dos Bispos da América Latina e do Caribe, que contou com presença do papa Bento XVI.
O papa foi responsável pela missa de abertura da conferência, celebrada no pátio do Santuário Nacional de Aparecida diante de 500 mil fiéis.
"Rogo a todos que conheceram d. Aloísio e se beneficiaram de seu ministério, para que peçam a Deus, por intercessão da Bem-Aventurada Virgem Maria, de quem foi grande devoto, de São José e de São Francisco, que o atraiu à vida religiosa franciscana, que receba na sua glória, o querido irmão, que O amou e O serviu fielmente durante toda vida", afirmou em comunicado d. Raymundo Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida.
Confira o boletim médico na íntegra:
"Faleceu, na madrugada deste domingo, 23 de dezembro, o arcebispo emérito de Aparecida (SP), d. Aloísio Lorscheider. A morte ocorreu às 5h20, no Hospital São Francisco - unidade de cardiologia do Complexo Hospitalar da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre -, em função do falecimento de múltiplos órgãos.
D. Aloísio deu entrada no hospital em 28 de novembro devido à insuficiência cardíaca, que já apresentava havia meses. O quadro se agravou no dia 11 de dezembro, quando sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e entrou em coma profundo. Esta foi a quarta internação na instituição só este ano".

Fonte: http://noticias.terra.com.br/brasil/interna/0,,OI2173008-EI306,00.html

Comentário: D. Aloísio foi uma referência na luta pela democracia (direitos sociais e políticos) no Brasil.

Tuesday, December 04, 2007

Dúvidas sobre a aceitação de Chaves

Saiu na folha de São Paulo:

Amorim diz que Chávez foi "elegante"
Para chanceler brasileiro, aceitação da derrota foi boa para a democracia

Marco Aurélio Garcia também elogiou processo eleitoral; oposição celebrou no Senado vitória do "não" à nova Carta na Venezuela


Yuri Cortez/France Presse
Opositores de Chávez celebram em Caracas a vitória do "não"


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Planalto e o Itamaraty combinaram de falar pouco e destacar a "normalidade" do referendo constitucional em que o presidente Hugo Chávez foi derrotado, anteontem, na Venezuela. O resultado não foi uma surpresa no Brasil.
Em frases sucintas, o ministro Celso Amorim (Relações Exteriores) e o assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia, destacaram a tranqüilidade com que tanto Chávez quanto o próprio país acataram o resultado.
"Senti que tudo transcorreu normalmente. O resultado foi divulgado pacificamente e aceito pelo presidente Chávez de maneira elegante. Acho que é bom para a democracia", disse Amorim. O chanceler afirmou também esperar que o resultado do referendo facilite a aprovação pelo Congresso Nacional brasileiro da adesão da Venezuela ao Mercosul.
Mas ainda é forte a resistência de senadores da oposição ao ingresso do país no bloco, assunto que precisa ser apreciado pelo plenário da Câmara.
A derrota chavista chegou a ser comemorada pelo senador José Sarney (PMDB-AP), em discurso da tribuna da Casa.
Para o líder do DEM, José Agripino, "o referendo não tem influência" na votação da adesão ao bloco. O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) preferiu dissociar o resultado da votação da futura discussão sobre o ingresso da Venezuela no Mercosul. Mas reconheceu "que a derrota é um sinal de um bom nível de democracia" no país.

Normal
Numa conversa rápida, Marco Aurélio Garcia usou três vezes a palavra "normal" para definir o resultado do referendo e a reação de Chávez.
"Ocorreu tudo de uma forma muito normal. E era isso mesmo que se esperava -que quem perdesse acatasse o resultado, como fez o presidente Chávez", disse Garcia, que estava em Santiago, no Chile.
"Certamente, ele [Chávez] fará um balanço, uma reflexão, pois tem ainda cinco anos de mandato pela frente", acrescentou Garcia, avaliando que o referendo venezuelano não terá nenhuma implicação nos países vizinhos, como a Bolívia, onde governo e oposição se digladiam em torno da elaboração de uma nova Carta. "São realidades muito distintas." (JOHANNA NUBLAT)

Comentário: Tenho minhas dúvidas sobre a normalidade da aceitação do presidente Hugo Chaves sobre o referendo e nem elegante como afirma Celso Amorim – o bajulador da ordem estabelecida na Venezuela.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft0412200709.htm

Militares, ciências, Educação Popular.

A pandemia atual expõe a falácia de alguns dogmas sobre a pós modernidade, ela mesma integra a lista dos enunciados falsos de evidências lóg...