As centrais sindicais realizaram na manhã desta quarta-feira uma plenária de organização dos trabalhadores para a greve geral convocada para a próxima sexta-feira, 28 de abril – contra a reforma da Previdência, a reforma trabalhista e a recém-sancionada Lei 13.429/2017, que liberaliza a terceirização para todas as atividades econômicas e amplia a contratação temporária. Com base na confirmação de que setores estratégicos como o de transporte de passageiros serão totalmente paralisados, os sindicalistas afirmam que será a maior greve dos últimos 30 anos.
A reportagem é publicada por Extraclasse, 26-04-2017.
A referência é à sequência de greves do final dos anos 1980 contra as políticas econômicas do governo José Sarney. A greve de 6 de janeiro de 1989, contra o Plano Verão, durou 48 horas e paralisou cerca de 35 milhões de pessoas, 70% da população economicamente ativa à época. Em 1991, outra greve de 48 horas pela reposição das perdas salariais, garantia de emprego, defesa dos serviços públicos, reforma agrária, fim do aumento abusivo dos aluguéis e prestações da casa própria e em defesa da democracia teve a adesão de 19,5 milhões de trabalhadores em todo o país, engrossando o movimento “Fora Collor” que iria derrubar o então presidente Fernando Collor ao final de 1992.Durante a plenária desta quarta-feira, líderes sindicais e representantes dos movimentos sociais participaram de uma entrevista coletiva.
Os representantes da CUT-RS, CTB, Força Sindical, UGT, Nova Central, CGTB, Intersindical e CSP-Conlutas apresentaram o levantamento parcial dos setores que realizaram assembleias e que deliberaram pela adesão à greve. A expectativa dos sindicalistas, a partir dos resultados das assembleias realizadas pelos sindicatos de cada categoria, é de que será paralisado todo o sistema de transporte de passageiros em Porto Alegre e Região Metropolitana, englobando todos os modais, de ônibus municipais e intermunicipais ao trensurb, o catamarã e mototaxistas; do transporte de cargas e de valores, além das diversas categorias da indústria; bem como as categorias dos bancários, eletricitários, vigilantes, comerciários, metalúrgicos e petroleiros, trabalhadores da agricultura familiar, da construção civil, do porto de Rio Grande, do Polo Petroquímico e da indústria de alimentação.
Também decidiram pela greve servidores públicos de todas as categorias, incluindo a segurança pública, a educação e a saúde e as empresas públicas de tecnologia (Procempa, Procergs, Serpro e Dataprev. Os aeronautas deliberaram estado de greve em todo o país e os trabalhadores dos Correios realizam assembleia nesta quarta-feira. Os professores associados ao Sindicato dos Professores do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinpro/RS) votaram pela adesão à greve geral.
Para o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, a expectativa é que a greve geral seja a maior dos últimos 30 anos no país. As reformas, disse, representam “o maior ataque aos diretos sociais, trabalhistas e previdenciários da história” e isso, segundo ele, deve determinar a grande adesão de todas as categorias ao movimento. “Diante do maior ataque promovido por um governo ilegítimo, não poderia ter outra resposta senão a maior greve geral, resultante da maior unidade que conseguimos na história recente do movimento sindical. Estaremos nas ruas, no interior, na Região Metropolitana e na Capital, cumprindo a nossa obrigação de defender os direitos da classe trabalhadora que estão sendo triturados.
A referência é à sequência de greves do final dos anos 1980 contra as políticas econômicas do governo José Sarney. A greve de 6 de janeiro de 1989, contra o Plano Verão, durou 48 horas e paralisou cerca de 35 milhões de pessoas, 70% da população economicamente ativa à época. Em 1991, outra greve de 48 horas pela reposição das perdas salariais, garantia de emprego, defesa dos serviços públicos, reforma agrária, fim do aumento abusivo dos aluguéis e prestações da casa própria e em defesa da democracia teve a adesão de 19,5 milhões de trabalhadores em todo o país, engrossando o movimento “Fora Collor” que iria derrubar o então presidente Fernando Collor ao final de 1992.
Metalúrgicos param montadoras
Os metalúrgicos da CUT nas montadoras do ABC, Porto Feliz (SP), São Carlos (SP) e Joinville (SC) atrasaram na última terça-feira a entrada no trabalho em manifestação contra as reformas da Previdência e trabalhista e a lei de terceirização. O ato faz parte do calendário de mobilizações contra as reformas.
No ABC, os metalúrgicos na Ford, Volks, Scania e Mercedes-Benz realizaram assembleias e paralisações, assim como na Volks de São Carlos (SP), na planta da Toyota em Porto Feliz (base do Sindicato dos Metalúrgicos de Itu) e na GM de Joinville (SC).
Em assembleia na Ford, o presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), Paulo Cayres, destacou a importância da mobilização em todos os estados para pressionar deputados e senadores a não votarem contra os trabalhadores.
“Essas reformas, na verdade, são um verdadeiro desmanche de direitos dos trabalhadores. Os golpistas querem fortalecer o patrão e nos escravizar. Precisamos dizer aos parlamentares que, caso votem contra nós, eles serão denunciados e sofrerão as consequências em suas campanhas eleitorais no próximo ano”, afirmou.
Em Taubaté (SP) não houve mobilização, porque a planta da Volkswagen está em férias coletivas e na Ford, a semana está reduzida em função do Programa de Proteção ao Emprego. E na Toyota de Sorocaba (SP), os trabalhadores aprovaram anteriormente a greve geral de 28 de abril.
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