‘Esta é uma greve para construir o Brasil’, diz Bresser-Pereira
28 abril, 2017 11:22
Pode ser “a maior manifestação política de nossa história”, afirmou um dos presentes a encontro na USP que reuniu intelectuais, estudantes e políticos para defender um “projeto” para o país
Por Vitor Nuzzi, da RBA
A greve geral desta sexta-feira (28) é um movimento “para construir o Brasil”, disse o economista e ex-ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira, ao fechar ato, ontem à noite, que lançou o Projeto Brasil Nação, que reúne intelectuais e políticos no espectro de centro-esquerda contra o governo Temer e por uma visão de Estado que priorize o desenvolvimento a partir de um viés nacionalista. Um manifesto lido na Sala Francisco Morato (conhecida como Sala dos Estudantes) da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, no Largo São Francisco, região central da cidade, é resultado de três meses de conversas, a partir de uma preocupação com o que Bresser-Pereira chamou de “desunião” da sociedade. Dali nasceu um projeto que aponta “a violência contra o povo brasileiro, mas também aponta um caminho”.
Nomes como o do ex-ministro e ex-governador Ciro Gomes (PDT) e do ex-ministro e ex-prefeito Fernando Haddad (PT) participaram dessas conversas, assim como o jurista Fabio Konder Comparato. Todos estavam na mesa de lançamento do manifesto, ao lado de nomes como o do embaixador Celso Amorim e do escritor Raduan Nassar, que em fevereiro protagonizou uma polêmica ao criticar o governo diante do ministro da Cultura, Roberto Freire. Bastante solicitado e aplaudido, ele não discursou ontem, nem fez declarações antes ou depois do evento.
“Vai ser o maior movimento popular da história moderna do Brasil, pós 64”, disse Ciro Gomes ao coletivo Jornalistas Livres, após o evento, comentando a greve. Para ele, há chance de ainda barrar as reformas. “A base do canalha, a quadrilha que hoje manda no Congresso, só tem um medo: de um povo informado que anuncie que um voto contra o povo, agora, doravante, não será mais impune.”
Em uma das primeiras fileiras da plateia que lotou o salão, entre outros, estava a ativista de direitos humanos Margarida Genevois, 94 anos completados em março. Próximo, o economista Antonio Corrêa de Lacerda, outro signatário do manifesto, como o empresário Mário Bernardini, além do historiador José Luiz del Roio e do jornalista Raimundo Rodrigues Pereira. Entre os políticos, foram ao evento o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) e os deputados federais Carlos Zarattini (PT-SP, líder da bancada na Câmara) e Orlando Silva (PCdoB-SP).
Comparato observou que qualquer mudança precisa de participação popular. “Não somos nós que vamos reconstruir o Brasil, deve ser o povo brasileiro. Nós temos de pôr o povo não não condição de figurante do teatro político, como foi até hoje, mas como soberano”, afirmou. “Qual é o coração de uma nação? É o povo.”
“Intelectuais não resolvem muita coisa”, endossaria, pouco depois, o próprio Bresser-Pereira. “Nós precisamos de políticos”, acrescentou, dizendo-se preocupado com a tentativa de “desmoralização” da política no Brasil. Ele citou a importância da presença de nomes como Ciro e Haddad para discutir o que chamou de “novo desenvolvimentismo”, uma renovação das ideias sobre desenvolvimento, que sejam progressistas e sociais. “O Brasil precisa voltar a ser nação.”
Não é o caso do atual governo, que no manifesto é apontado como “antinacional e antipopular”. Segundo o texto, a política macroeconômica imposta ao país pela gestão Temer apenas agravou a recessão.
Petrobras “esquartejada”
“Buscando reduzir o Estado a qualquer custo, o governo corta gastos e investimentos públicos, esvazia o BNDES, esquarteja a Petrobras, desnacionaliza serviços públicos, oferece grandes obras públicas apenas a empresas estrangeiras, abandona a política de conteúdo nacional, enfraquece a indústria nacional e os programas de defesa do país, e liberaliza a venda de terras a estrangeiros, inclusive em áreas sensíveis ao interesse nacional”, afirma o manifesto, com mais de 9 mil assinaturas até ontem.
“Existe uma alternativa à política populista econômica de direita – e também de esquerda”, disse Bresser-Pereira. “Nós, nacionalistas, desenvolvimentistas e progressistas, sofremos uma derrota com o fracasso do governo da Dilma”, acrescentou, criticando os que assumiram o poder a partir de um golpe, “usando toda a imprensa a favor deles”, com a visão de que “a solução é liberalizar tudo, é reduzir o tamanho do Estado”. O documento lista cinco pontos macroeconômicos centrais (leia a íntegra ao final deste texto, além dos subscritores originais).
O momento é de partilhar ideias e lutar por elas, disse o economista e também ex-ministro Luiz Gonzaga Belluzzo. “Não é hora de ficar com disse-me-disse. Nós, intelectuais, precisamos vestir a roupa do homem comum, prescrutar a sua alma”, afirmou, para citar aquele que ele considera seu “maior inspirador” nos últimos tempos, o Papa Francisco: “A política não deve ser feita por aqueles que prezam suas mansões, seus carros de luxo, mas pelo homem comum”.
Voltando dos Estados Unidos, Amorim contou ter dificuldades para explicar o que aconteceu no Brasil. Disse ter se saído com uma comparação: “Imagine o Trump substituindo o Obama sem uma eleição. Foi o que aconteceu”. Apresentado por Ciro Gomes como responsável pela política externa mais “audaciosa”, talvez, desde o Barão do Rio Branco (pioneiro da diplomacia brasileira), o ex-ministro fez referência à Emenda Constitucional 95, que congela gastos públicos. “Nunca vi no mundo um congelamento de despesas sociais por 20 anos, por emenda constitucional. Isso não existe.”
Presidente do Clube de Engenharia, Pedro Celestino afirmou que o Brasil não teve uma simples mudança de governo, mas uma ruptura. “O que está em jogo é a destruição de um modelo de desenvolvimento”, afirmou, pregando “defesa intransigente da democracia, do nosso ordenamento jurídico, da nossa Constituição, dos direitos sociais e trabalhistas e da soberania”, Um dos focos do golpe, avalia, foi “o fato de termos descoberto a maior reserva de petróleo de boa qualidade nos últimos 30 anos”, referindo-se ao pré-sal. Por todos esses fatores, ele acredita que a greve geral de hoje pode se tornar “a maior manifestação política de nossa história, unitária, madura e democrática”.
Contra a greve “se levantam todas as velhas forças do sistema oligárquico”, afirmou a professora e economista Leda Paulani. “A greve geral é uma resposta ao assalto que foi perpetrado no Brasil. Assalto ao poder, aos sonhos, à esperança de que o Brasil pode vir a se constituir como nação, efetivamente.”
O ato foi aberto com a interpretação do Hino Nacional pela soprano Lucila Tragtenberg. “O país inteiro está sob ataque. Onde a gente olha, há uma sanha destruidora em curso.” O evento foi organizado pelo Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé.
Confira a íntegra do manifesto do Projeto Brasil Nação, e seus subscritores originais
O Brasil vive uma crise sem precedentes. O desemprego atinge níveis assustadores. Endividadas, empresas cortam investimentos e vagas. A indústria definha, esmagada pelos juros reais mais altos do mundo e pelo câmbio sobreapreciado. Patrimônios construídos ao longo de décadas são desnacionalizados.
Mudanças nas regras de conteúdo local atingem a produção nacional. A indústria naval, que havia renascido, decai. Na infraestrutura e na construção civil, o quadro é de recuo. Ciência, cultura, educação e tecnologia sofrem cortes.
Programas e direitos sociais estão ameaçados. Na saúde e na Previdência, os mais pobres, os mais velhos, os mais vulneráveis são alvo de abandono.
A desigualdade volta a aumentar, após um período de ascensão dos mais pobres. A sociedade se divide e se radicaliza, abrindo espaço para o ódio e o preconceito.
No conjunto, são as ideias de nação e da solidariedade nacional que estão em jogo. Todo esse retrocesso tem apoio de uma coalizão de classes financeiro-rentista que estimula o país a incorrer em deficits em conta corrente, facilitando assim, de um lado, a apreciação cambial de longo prazo e a perda de competitividade de nossas empresas, e, de outro, a ocupação de nosso mercado interno pelas multinacionais, os financiamentos externos e o comércio desigual.
Esse ataque foi desfechado num momento em que o Brasil se projetava como nação, se unindo a países fora da órbita exclusiva de Washington. Buscava alianças com países em desenvolvimento e com seus vizinhos do continente, realizando uma política externa de autonomia e cooperação. O país construía projetos com autonomia no campo do petróleo, da defesa, das relações internacionais, realizava políticas de ascensão social, reduzia desigualdades, em que pesem os efeitos danosos da manutenção dos juros altos e do câmbio apreciado.
Para o governo, a causa da grande recessão atual é a irresponsabilidade fiscal; para nós, o que ocorre é uma armadilha de juros altos e de câmbio apreciado que inviabiliza o investimento privado. A política macroeconômica que o governo impõe à nação apenas agravou a recessão. Quanto aos juros altíssimos, alega que são “naturais”, decorrendo dos déficits fiscais, quando, na verdade, permaneceram muito altos mesmo no período em que o país atingiu suas metas de superávit primário (1999-2012).
Buscando reduzir o Estado a qualquer custo, o governo corta gastos e investimentos públicos, esvazia o BNDES, esquarteja a Petrobrás, desnacionaliza serviços públicos, oferece grandes obras públicas apenas a empresas estrangeiras, abandona a política de conteúdo nacional, enfraquece a indústria nacional e os programas de defesa do país, e liberaliza a venda de terras a estrangeiros, inclusive em áreas sensíveis ao interesse nacional.
Privatizar e desnacionalizar monopólios serve apenas para aumentar os ganhos de rentistas nacionais e estrangeiros e endividar o país.
O governo antinacional e antipopular conta com o fim da recessão para se declarar vitorioso. A recuperação econômica virá em algum momento, mas não significará a retomada do desenvolvimento, com ascensão das famílias e avanço das empresas. Ao contrário, o desmonte do país só levará à dependência colonial e ao empobrecimento dos cidadãos, minando qualquer projeto de desenvolvimento.
Para voltar a crescer de forma consistente, com inclusão e independência, temos que nos unir, reconstruir nossa nação e definir um projeto nacional. Um projeto que esteja baseado nas nossas necessidades, potencialidades e no que queremos ser no futuro. Um projeto que seja fruto de um amplo debate.
É isto que propomos neste manifesto: o resgate do Brasil, a construção nacional.
É isto que propomos neste manifesto: o resgate do Brasil, a construção nacional.
Temos todas as condições para isso. Temos milhões de cidadãos criativos, que compõem uma sociedade rica e diversificada. Temos música, poesia, ciência, cinema, literatura, arte, esporte – vitais para a construção de nossa identidade.
Temos riquezas naturais, um parque produtivo amplo e sofisticado, dimensão continental, a maior biodiversidade do mundo. Temos posição e peso estratégicos no planeta. Temos histórico de cooperação multilateral, em defesa da autodeterminação dos povos e da não intervenção.
O governo reacionário e carente de legitimidade não tem um projeto para o Brasil. Nem pode tê-lo, porque a ideia de construção nacional é inexistente no liberalismo econômico e na financeirização planetária.
Cabe a nós repensarmos o Brasil para projetar o seu futuro – hoje bloqueado, fadado à extinção do empresariado privado industrial e à miséria dos cidadãos.
Nossos pilares são: autonomia nacional, democracia, liberdade individual, desenvolvimento econômico, diminuição da desigualdade, segurança e proteção do ambiente – os pilares de um regime desenvolvimentista e social.
Nossos pilares são: autonomia nacional, democracia, liberdade individual, desenvolvimento econômico, diminuição da desigualdade, segurança e proteção do ambiente – os pilares de um regime desenvolvimentista e social.
Para termos autonomia nacional, precisamos de uma política externa independente, que valorize um maior entendimento entre os países em desenvolvimento e um mundo multipolar.
Para termos democracia, precisamos recuperar a credibilidade e a transparência dos poderes da República. Precisamos garantir diversidade e pluralidade nos meios de comunicação. Precisamos reduzir o custo das campanhas eleitorais, e diminuir a influência do poder econômico no processo político, para evitar que as instituições sejam cooptadas pelos interesses dos mais ricos.
Para termos democracia, precisamos recuperar a credibilidade e a transparência dos poderes da República. Precisamos garantir diversidade e pluralidade nos meios de comunicação. Precisamos reduzir o custo das campanhas eleitorais, e diminuir a influência do poder econômico no processo político, para evitar que as instituições sejam cooptadas pelos interesses dos mais ricos.
Para termos Justiça precisamos de um Poder Judiciário que atue nos limites da Constituição e seja eficaz no exercício de seu papel. Para termos segurança, precisamos de uma polícia capacitada, agindo de acordo com os direitos humanos.
Para termos liberdade, precisamos que cada cidadão se julgue responsável pelo interesse público.
Precisamos estimular a cultura, dimensão fundamental para o desenvolvimento humano pleno, protegendo e incentivando as manifestações que incorporem a diversidade dos brasileiros.
Para termos desenvolvimento econômico, precisamos de investimentos públicos (financiados por poupança pública) e principalmente investimentos privados. E para os termos precisamos de uma política fiscal, cambial socialmente responsáveis; precisamos juros baixos e taxa de câmbio competitiva; e precisamos ciência e tecnologia.
Para termos diminuição da desigualdade, precisamos de impostos progressivos e de um Estado de bem-estar social amplo, que garanta de forma universal educação, saúde e renda básica. E precisamos garantir às mulheres, aos negros, aos indígenas e aos LGBT direitos iguais aos dos homens brancos e ricos.
Para termos proteção do ambiente, precisamos cuidar de nossas florestas, economizar energia, desenvolver fontes renováveis e participar do esforço para evitar o aquecimento global.
Para termos proteção do ambiente, precisamos cuidar de nossas florestas, economizar energia, desenvolver fontes renováveis e participar do esforço para evitar o aquecimento global.
Neste manifesto inaugural estamos nos limitando a definir as políticas públicas de caráter econômico. Apresentamos, assim, os cinco pontos econômicos do Projeto Brasil Nação.
1 Regra fiscal que permita a atuação contracíclica do gasto público, e assegure prioridade à educação e à saúde
2 Taxa básica de juros em nível mais baixo, compatível com o praticado por economias de estatura e grau de desenvolvimento semelhantes aos do Brasil
3 Superávit na conta corrente do balanço de pagamentos que é necessário para que a taxa de câmbio seja competitiva
4 Retomada do investimento público em nível capaz de estimular a economia e garantir investimento rentável para empresários e salários que reflitam uma política de redução da desigualdade
5 Reforma tributária que torne os impostos progressivos
2 Taxa básica de juros em nível mais baixo, compatível com o praticado por economias de estatura e grau de desenvolvimento semelhantes aos do Brasil
3 Superávit na conta corrente do balanço de pagamentos que é necessário para que a taxa de câmbio seja competitiva
4 Retomada do investimento público em nível capaz de estimular a economia e garantir investimento rentável para empresários e salários que reflitam uma política de redução da desigualdade
5 Reforma tributária que torne os impostos progressivos
Esses cinco pontos são metas intermediárias, são políticas que levam ao desenvolvimento econômico com estabilidade de preços, estabilidade financeira e diminuição da desigualdade. São políticas que atendem a todas as classes exceto a dos rentistas.
A missão do Projeto Brasil Nação é pensar o Brasil, é ajudar a refundar a nação brasileira, é unir os brasileiros em torno das ideias de nação e desenvolvimento – não apenas do ponto de vista econômico, mas de forma integral: desenvolvimento político, social, cultural, ambiental; em síntese, desenvolvimento humano. Os cinco pontos econômicos do Projeto Brasil são seus instrumentos – não os únicos instrumentos, mas aqueles que mostram que há uma alternativa viável e responsável para o Brasil.
Subscritores originais
- LUIZ CARLOS BRESSER-PEREIRA, economista
- ELEONORA DE LUCENA, jornalista
- CELSO AMORIM, embaixador
- RADUAN NASSAR, escritor
- CHICO BUARQUE DE HOLLANDA, músico e escritor
- MARIO BERNARDINI, engenheiro
- FERNANDO BUENO, empresário
- ROGÉRIO CEZAR DE CERQUEIRA LEITE, físico
- ROBERTO SCHWARZ, crítico literário
- PEDRO CELESTINO, engenheiro
- FÁBIO KONDER COMPARATO, jurista
- KLEBER MENDONÇA FILHO, cineasta
- LAERTE, cartunista
- JOÃO PEDRO STEDILE, ativista social
- WAGNER MOURA, ator e cineasta
- VAGNER FREITAS, sindicalista
- MARGARIDA GENEVOIS, ativista de direitos humanos
- FERNANDO HADDAD, professor universitário
- MARCELO RUBENS PAIVA, escritor
- MARIA VICTORIA BENEVIDES, socióloga
- LUIZ COSTA LIMA, crítico literário
- CIRO GOMES, político
- LUIZ GONZAGA DE MELLO BELLUZZO, economista
- ALFREDO BOSI, crítico e historiador
- ECLEA BOSI, psicóloga
- LUIS FERNANDO VERÍSSIMO, escritor
- MANUELA CARNEIRO DA CUNHA , antropóloga
- FERNANDO MORAIS, jornalista
- LEDA PAULANI, economista
- ANDRÉ SINGER, cientista político
- PAUL SINGER, economista
- LUIZ CARLOS BARRETO, cineasta
- PAULO SÉRGIO PINHEIRO, sociólogo
- MARIA RITA KEHL, psicanalista
- ERIC NEPOMUCENO, jornalista
- CARINA VITRAL, estudante
- LUIZ FELIPE DE ALENCASTRO, historiador
- ROBERTO SATURNINO BRAGA, engenheiro e político
- ROBERTO AMARAL, cientista político
- EUGENIO ARAGÃO, subprocurador geral da república
- ERMÍNIA MARICATO, arquiteta
- TATA AMARAL, cineasta
- MARCIA TIBURI, filósofa
- NELSON BRASIL, engenheiro
- GILBERTO BERCOVICI, advogado
- OTAVIO VELHO, antropólogo
- GUILHERME ESTRELLA, geólogo
- JOSÉ GOMES TEMPORÃO, médico
- LUIZ ALBERTO DE VIANNA MONIZ BANDEIRA, historiador
- FREI BETTO, religioso e escritor
- HÉLGIO TRINDADE, cientista político
- RENATO JANINE RIBEIRO, filósofo
- ENNIO CANDOTTI, físico
- SAMUEL PINHEIRO GUIMARÃES, embaixador
- FRANKLIN MARTINS, jornalista
- MARCELO LAVENERE, advogado
- BETE MENDES, atriz
- JOSÉ LUIZ DEL ROIO, ativista político
- VERA BRESSER-PEREIRA, psicanalista
- AQUILES RIQUE REIS, músico
- RODOLFO LUCENA, jornalista
- MARIA IZABEL AZEVEDO NORONHA, professora
- JOSÉ MARCIO REGO, economista
- OLÍMPIO ALVES DOS SANTOS, engenheiro
- GABRIEL COHN, sociólogo
- AMÉLIA COHN, socióloga
- ALTAMIRO BORGES, jornalista
- REGINALDO MATTAR NASSER, sociólogo
- JOSÉ JOFFILY, cineasta
- ISABEL LUSTOSA, historiadora
- ODAIR DIAS GONÇALVES, físico
- PEDRO DUTRA FONSECA, economista
- ALEXANDRE PADILHA, médico
- RICARDO CARNEIRO, economista
- JOSÉ VIEGAS FILHO, diplomata
- PAULO HENRIQUE AMORIM, jornalista
- PEDRO SERRANO, advogado
- MINO CARTA, jornalista
- LUIZ FERNANDO DE PAULA, economista
- IRAN DO ESPÍRITO SANTOS, artista
- HILDEGARD ANGEL, jornalista
- PEDRO PAULO ZALUTH BASTOS, economista
- SEBASTIÃO VELASCO E CRUZ, cientista político
- MARCIO POCHMANN, economista
- LUÍS AUGUSTO FISCHER, professor de literatura
- MARIA AUXILIADORA ARANTES, psicanalista
- ELEUTÉRIO PRADO, economista
- HÉLIO CAMPOS MELLO, jornalista
- ENY MOREIRA, advogada
- NELSON MARCONI, economista
- SÉRGIO MAMBERTI, ator
- JOSÉ CARLOS GUEDES, psicanalista
- JOÃO SICSÚ, economista
- RAFAEL VALIM, advogado
- MARCOS GALLON, curador
- MARIA RITA LOUREIRO, socióloga
- ANTÔNIO CORRÊA DE LACERDA, economista
- LADISLAU DOWBOR, economista
- CLEMENTE LÚCIO, economista
- ARTHUR CHIORO, médico
- TELMA MARIA GONÇALVES MENICUCCI, cientista política
- NEY MARINHO, psicanalista
- FELIPE LOUREIRO, historiador
- EUGÊNIA AUGUSTA GONZAGA, procuradora
- CARLOS GADELHA, economista
- PEDRO GOMES, psicanalista
- CLAUDIO ACCURSO, economista
- EDUARDO GUIMARÃES, jornalista
- REINALDO GUIMARÃES, médico
- CÍCERO ARAÚJO, cientista político
- VICENTE AMORIM, cineasta
- EMIR SADER, sociólogo
- SÉRGIO MENDONÇA, economista
- FERNANDA MARINHO, psicanalista
- FÁBIO CYPRIANO, jornalista
- VALESKA MARTINS, advogada
- LAURA DA VEIGA, socióloga
- JOÃO SETTE WHITAKER FERREIRA, urbanista
- FRANCISCO CARLOS TEIXEIRA DA SILVA, historiador
- CRISTIANO ZANIN MARTINS, advogado
- SÉRGIO BARBOSA DE ALMEIDA, engenheiro
- FABIANO SANTOS, cientista político
- NABIL ARAÚJO, professor de letras
- MARIA NILZA CAMPOS, psicanalista
- LEOPOLDO NOSEK, psicanalista
- WILSON AMENDOEIRA, psicanalista
- NILCE ARAVECCHIA BOTAS, arquiteta
- PAULO TIMM, economista
- MARIA DA GRAÇA PINTO BULHÕES, socióloga
- OLÍMPIO CRUZ NETO, jornalista
- RENATO RABELO, político
- MAURÍCIO REINERT DO NASCIMENTO, administrador
- ADHEMAR BAHADIAN, embaixador
- ANGELO DEL VECCHIO, sociólogo
- MARIA THERESA DA COSTA BARROS, psicóloga
- GENTIL CORAZZA, economista
- LUCIANA SANTOS, deputada
- RICARDO AMARAL, jornalista
- BENEDITO TADEU CÉSAR, economista
- AÍRTON DOS SANTOS, economista
- JANDIRA FEGHALI, deputada
- LAURINDO LEAL FILHO, jornalista
- ALEXANDRE ABDAL, sociólogo
- LEONARDO FRANCISCHELLI, psicanalista
- MARIO CANIVELLO, jornalista
- MARIO RUY ZACOUTEGUY, economista
- ANNE GUIMARÃES, cineasta
- ROSÂNGELA RENNÓ, artista
- EDUARDO FAGNANI, economista
- REBECA SCHWARTZ, psicóloga
- MOACIR DOS ANJOS, curador
- REGINA GLORIA NUNES DE ANDRADE, psicóloga
- RODRIGO VIANNA, jornalista
- LUCAS JOSÉ DIB, cientista político
- WILLIAM ANTONIO BORGES, administrador
- PAULO NOGUEIRA, jornalista
- OSWALDO DORETO CAMPANARI, médico
- CARMEM DA COSTA BARROS, advogada
- EDUARDO PLASTINO, consultor
- ANA LILA LEJARRAGA, psicóloga
- CASSIO SILVA MOREIRA, economista
- MARIZE MUNIZ, jornalista
- VALTON MIRANDA, psicanalista
- MIGUEL DO ROSÁRIO, jornalista
- HUMBERTO BARRIONUEVO FABRETTI, advogado
- FABIAN DOMINGUES, economista
- KIKO NOGUEIRA, jornalista
- FANIA IZHAKI, psicóloga
- CARLOS HENRIQUE HORN, economista
- BETO ALMEIDA, jornalista
- JOSÉ FRANCISCO SIQUEIRA NETO, advogado
- PAULO SALVADOR, jornalista
- WALTER NIQUE, economista
- CLAUDIA GARCIA, psicóloga
- LUIZ CARLOS AZENHA, jornalista
- RICARDO DATHEIN, economista
- ETZEL RITTER VON STOCKERT, matemático
- ALBERTO PASSOS GUIMARÃES FILHO, físico
- BERNARDO KUCINSKI, jornalista e escritor
- DOM PEDRO CASALDÁLIGA, religioso
- ENIO SQUEFF, artista plástico
- FERNANDO CARDIM DE CARVALHO, economista
- GABRIEL PRIOLLI, jornalista
- GILBERTO MARINGONI, professor de relações internacionais
- HAROLDO CERAVOLO SEREZA, jornalista e editor
- HAROLDO LIMA, político e engenheiro
- HAROLDO SABOIA, constituinte de 88, economista
- AFRÂNIO GARCIA, cientista social
- IGOR FELIPPE DOS SANTOS, jornalista
- JOSÉ EDUARDO CASSIOLATO, economista
- JOSÉ GERALDO COUTO, jornalista e tradutor
- LISZT VIEIRA, advogado e professor universitário
- LÚCIA MURAT, cineasta
- LUIZ ANTONIO CINTRA, jornalista
- LUIZ PINGUELLI ROSA, físico, professor universitário
- MARCELO SEMIATZH, fisioterapeuta
- MICHEL MISSE, sociólogo
- ROGÉRIO SOTTILI, historiador
- TONI VENTURI, cineasta
- VLADIMIR SACCHETTA, jornalista
- ADRIANO DIOGO, político
- MARCELO AULER, jornalista
- MARCOS COSTA LIMA, cientista político
- RAUL PONT, historiador
- DANILO ARAUJO FERNANDES, economista
- DIEGO PANTASSO, cientista político
- ENNO DAGOBERTO LIEDKE FILHO, sociólogo
- JOÃO CARLOS COIMBRA, biólogo
- JORGE VARASCHIN, economista
- RUALDO MENEGAT, geólogo
- PATRÍCIA BERTOLIN, professora universitária
- MARISA SOARES GRASSI, procurador aposentada
- MARIA ZOPPIROLLI, Advogada
- MARIA DE LOURDES ROLLEMBERG MOLLO, economista
- LUIZ ANTONIO TIMM GRASSI, engenheiro
- LIÉGE GOUVÊIA, juíza
- LUIZ JACOMINI, jornalista
- LORENA HOLZMANN, socióloga
- LUIZ ROBERTO PECOITS TARGA, economista
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