Tuesday, September 05, 2006

ReflexãoNossos crimes e nossas tolices

OPINIÃO » OPINIÃO PÚBLICA
26/04/2006 » 21h43
ReflexãoNossos crimes e nossas tolices
Voltaire no livro sobre: “Deus e os homens”, entre outras reflexões, expõem o comportamento dos homens no texto: “nossos crimes e nossas tolices” argumenta que “em geral, os homens são tolos, ingratos, invejosos ávidos do bem alheio, abusam de sua superioridade quando são fortes e velhacos quando são fracos” (Voltaire, 2000, 1).Refletindo sobre a argumentação de Voltaire pode-se imaginar quem são em geral os nossos políticos, não que todos sejam farinha do mesmo saco, mas que a maioria dos nossos políticos são criminosos e cometem tolices espoliando e comentando falcatruas contra o povo brasileiro com ações tolas, ingratas e carcomida pela inveja ávida do bem alheio, como argumentaria Voltaire.Pode-se ratificar com Voltaire que na política brasileira estamos vivendo tempos de guerra. Dentro do Estado brasileiro vivemos uma crise de credibilidade e legitimidade; dentro do Estado de Direito, por ausência de transparência no trato das coisas públicas e por desrespeito ao cidadão, numa guerra ideológica de espoliação e imprudência. Voltaire questiona e argumenta: “Por que estamos em guerra desde tanto tempo? Por que cometemos esses crimes sem nenhum remorso? Faz-se guerra unicamente para colher o trigo que outros semearam, para ter seus carneiros, seus cavalos, seus bois, suas vacas e seus móveis é a isso que tudo se reduz, pois é esse o único princípio da riqueza” (Voltaire, 2000, 2).Pergunto: por que estamos nessa guerra que prima pela ausência de ética nas nossas relações políticas? Serão esses os princípios de todos os nossos políticos o da espoliação, da roubalheira, do abuso de poder, da corrupção e da violência como transgressão das coisas públicas em benefícios privados dos nossos representantes no Estado de Direito brasileiro? Para responder tais questões acima, pode-se imaginar a situação do nosso país tirando uma fotografia das nossas escolas, universidades, postos de saúde, habitação, estradas, emprego, polícia, poder paralelo do tráfico de drogas, desenvolvimento econômico, congresso nacional, dos nossos magistrados, sem contar a corja de empresários bandoleiros que vivem da exploração dos trabalhadores brasileiros e da sonegação de impostos que empobrecem o bem público. Citando o nosso iluminista Voltaire pode-se acrescentar que o retrato atual do governo brasileiro é o da matança do cidadão disseminada por “esses atos de banditismo públicos e secretos que desolaram famílias; as calúnias, as ingratidões, a insolência do forte, a velhacaria do fraco” (Voltaire, 2000, 4).A bandeira do nosso governo é a do crime contra o Estado de Direito na calada da noite, na mesada do Valério aos representantes do povo, nos votos secretos, na dança da corrupção, do tapa-buraco das nossas péssimas estradas, das propinas financeiras e estratégicas na aprovação do Orçamento. Em algumas imagens, fotografadas da nossa república, devemos mirar a lama e não o petróleo, a desgraça, o terror, o desrespeito e a corrupção dos nossos políticos que estupram os bons costumes do nosso país.
Daner Hornich é mestre em filosofia e professor.

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