Thursday, March 31, 2016

"É o Congresso o câncer que está destruindo a política e impossibilitando a concertação". Entrevista especial com Cândido Grzybowski

"É o Congresso o câncer que está destruindo a política e impossibilitando a concertação". Entrevista especial com Cândido Grzybowski

“Estamos nos confrontando entre aqueles que defendem e aqueles que são contra o impeachment, ao invés de discutir qual seria a melhor saída para o Brasil”, adverte o diretor do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas - Ibase.
Foto: www.notibras.com
Os fatos que envolvem a conjuntura política nas últimas semanas são tão “surpreendentes, que é difícil ter uma opinião clara sobre o que está acontecendo; há muitas coisas ocorrendo ao mesmo tempo em meio a uma confusão generalizada”. O comentário é deCândido Grzybowski à IHU On-Line, na entrevista a seguir, concedida por telefone na manhã de ontem (30-03-2016).
Entre os acontecimentos que têm engrossado o caldo da crise política, Grzybowski comenta a saída do PMDB da base aliada do governo e frisa que essa opção “demonstra que para não sair do poder, o partido opta por sair do poder de imediato. (...) O PMDBassume uma reação coorporativa e nada política no sentido de pensar o desafio para o país nesse momento. Com isso, a maior possibilidade é a crise se agravar”.
Numa tentativa de pensar alternativas que fortaleçam a democracia e resolvam a crise políticaCândido Grzybowski aposta na “concertação”, que deve ser entendida como um “pacto de transição, e não de coalizão”. Ele explica: “Significaria, por exemplo, levantar a hipótese de eleição direta para todos os cargos já. Ou seja, vamos zerar o jogo e recomeçar ou decidir quando fazer isso, ou vamos acomodar as diferenças até a próxima eleição, de modo a tornar viável a governabilidade. Isso é diferente de uma negociação por cargos para ganhar apoio”. Mas, lamenta, “essa atitude não existe (...) porque não tem uma pessoa puxando nessa direção”.
O diretor do Ibase analisa ainda o processo do impeachment e afirma que, do ponto de vista do método, está se seguindo o rito democrático, mas ainda não está claro qual é o conteúdo que justifica a queda da presidente Dilma. “Por enquanto o impeachment está sendo um julgamento político. O conteúdo do impeachment é a pedalada fiscal, mas alguns dizem que “sempre se fez assim”, ou seja, a decisão de se a pedalada fiscal é uma afronta à lei de responsabilidade fiscal é uma questão de interpretação da própria lei. Para mim, ainda não está claro se é ou não uma afronta à lei de responsabilidade”, pontua.
Grzybowski diz ainda que o “câncer” que está "matando" a política brasileira é o Congresso e não o Judiciário ou a Polícia Federal. “É o Congresso quem está destruindo a política e apelando para o Judiciário a toda hora e atropelando as decisões. A tentativa de Cunha de tentar mudar a composição dos conselhos para se beneficiar, mostra bem onde estamos. É esse jogo que está sendo feito e que acaba sendo levado ao Tribunal para desempatar a disputa”.
Cândido Grzybowski (foto abaixo) é graduado em Filosofia, na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ijuí, Rio Grande do Sul, mestre em Educação pela PUC-Rio e doutor em Sociologia pela Sorbone, Paris. É diretor do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas – Ibase.
Confira a entrevista.
Foto: 
economiasociedade.blogspot.com.br
IHU On-Line - Como o senhor está acompanhando a conjuntura política neste momento?
Cândido Grzybowski – Os fatos são tão rápidos e surpreendentes que é difícil ter uma opinião clara sobre o que está acontecendo; há muitas coisas ocorrendo ao mesmo tempo em meio a uma confusão generalizada. Então, em termos substantivos, posso dizer que continuamos quase na mesma situação.
Operação Lava Jato está se revelando como uma intencionalidade política e não só jurídica, porque está direcionada para um lado: aparecem outros políticos envolvidos em corrupção, mas esses outros, são outros.
Outro fato recente é a saída do PMDB da base aliada do governo na última terça-feira, 29-03-2015. A opção do PMDB demonstra que, para não sair do poder, o partido opta por sair do poder de imediato; é um partido que funciona como uma “pasta de moldar”, que só sabe preservar o seu poder, basta ver que ele tem permanecido no poder o tempo todo na Nova República. Ou seja, se adapta com quem está no poder, desde que também se mantenha no poder e, por isso, abre mão de ministérios agora, pensando que no futuro terá outros ministérios. O PMDB assume uma reação coorporativa e nada política no sentido de pensar o desafio para o país nesse momento. Com isso, a maior possibilidade é a crise se agravar.
IHU On-Line - Muitos analistas já disseram que a atual situação do PT se deve ao fato de o partido ter se aliado ao PMDB para governar. Agora, dada a saída do PMDB da base aliada, o senhor mantém essa aposta no agravamento da crise, ou de algum modo vislumbra a possibilidade de o PT se sobressair sem essa aliança?
Cândido Grzybowski – O problema é mais de fundo porque se continuará fazendo o que se fazia antes com o PMDB: corporativismo, negociação de cargos para garantir o apoio político; o problema é que não há um projeto.
A minha leitura é a de que a probabilidade do impeachment aumentou nos últimos dias, mas se isso acontecer, a crise será pior — e com isso não estou dizendo que a situação está boa neste momento.
Há um elemento político na atual crise, mas há também um elemento estrutural de fundo, que é a própria política corrompida. Que lideranças novas existem? A única liderança que aparece aos poucos é a Marina, mas ela é uma aventureira. E oMoro? Não sei se ele não está conduzindo a Operação Lava Jato de modo a aparecer como o “salvador da pátria”.
Corremos o risco de destruir a conquista democrática que foi construída nos últimos anos. Ao dizer isso, não estou defendendo a “tese do golpe”, que o PT está levantando. Na minha avaliação existe um problema de método e de conteúdo em relação ao impeachment. Quanto ao método, ele está sendo seguido democraticamente, porque estão seguindo o rito. Porém, além do método, temos de ter um conteúdo que justifique o impeachment, porque somente o fato de a presidente não ter apoio popular não justifica o impeachment. Mas o fato é que o governo está paralisado.

“Por enquanto o impeachment está sendo um julgamento político

  

IHU On-Line – Então, em relação ao impeachment, ainda não existe conteúdo que justifique a realização do julgamento? Como se deveria proceder em relação ao conteúdo do impeachment?
Cândido Grzybowski – Na minha avaliação, essa é uma decisão que pode ser judicializada, ou seja, temos de ver se existe o crime que justifica o impeachment. Por enquanto o impeachment está sendo umjulgamento político. O conteúdo do impeachment é a pedalada fiscal, mas alguns dizem que “sempre se fez assim”, ou seja, a decisão de se a pedalada fiscal é uma afronta à lei de responsabilidade fiscal, é uma questão de interpretação da própria lei. Para mim, ainda não está claro se é ou não uma afronta à lei de responsabilidade. Mas outro problema é que essa falta de clareza sobre o conteúdo do impeachment se mistura com o fato de a presidente estar perdendo o apoio político.
Digo que o que está em risco é a conquista democrática, porque há tempos estamos caminhando para uma rivalização e estamos diante de uma formalidade que é incapaz de transformar a nossa realidade, em particular a política, porque os partidos são parte dos nossos problemas: seja pela proliferação dos partidos existentes, seja por conta do oportunismo e o troca-troca que acontece no governo.
Veja, os políticos são eleitos, e nós, cidadãos, também somos responsáveis porque criamos esse Congresso. O problema é que a política foi mercantilizada, e o financiamento por trás das campanhas e o modo de fazê-las têm envolvido o marketing no sentido de vender um produto e não de favorecer uma disputa de imaginários. Nossa crise é de hegemonia. E vamos ser claros: o PT decepcionou ao não fazer mudanças, no sentido de permanecer igual aos demais partidos, com a diferença de que tem condicionalidades sociais. O fato é que não está em disputa a hegemonia no imediato, porque se sairimpeachment, o que vem no lugar? Algo novo? Não.
IHU On-Line – Mas isso justifica o fato de deixar tudo como está? Qual é a sua proposta para resolver esse impasse político?
Cândido Grzybowski – Nós precisávamos, na linha do que diz Tarso Genro, de uma grande concertação, mas o que está ocorrendo é uma conciliação por cima. A saída do PMDB é o sinal mais claro da conciliação de interesses; é o partido que mais tem interesses, porque sua chefia está envolvida na corrupção.
IHU On-Line – O senhor acha que o fato de o PMDB sair da base aliada significa que os políticos do partido deixarão de ser investigados pela Operação Lava Jato?
Cândido Grzybowski – Qual é a garantia que você dá de que inclusive não é esse tipo de conciliação que está acontecendo? Tiramos “eles” e encerramos os processos porque não há mais razão para isso, pois se constituiu um novo governo. Essa é uma possibilidade real em se tratando do PMDB. Como Aécio e Serra estão sendo investigados e os processos do tempo do FHC foram reabertos, então estão todos envolvidos.
Qual é a liderança política para recriar a esperança? Estamos caminhando para um desastre, porque o ódio se instalou entre nós. Não estamos discutindo ideias que seriam boas para a democracia. Estamos nos confrontando entre aqueles que defendem e aqueles que são contra o impeachment, ao invés de discutir qual seria a melhor saída para o Brasil.
IHU On-Line – Por que a concertação seria uma alternativa melhor do que outras neste momento?
Cândido Grzybowski – Porque a concertação seria um esforço entre lideranças para decidir o que seria a melhor saída para todos. Claro que isso implica um pacto.

“É difícil dizer que foi a crise política que causou a atual situação de desemprego, mas podemos dizer que, por conta da crise, não estão surgindo respostas a essa situação

IHU On-Line – E seria novamente um pacto de coalizão ou diferente?
Cândido Grzybowski – Seria um pacto de transição e não de coalizão. Significaria, por exemplo, levantar a hipótese de eleição direta para todos os cargos já. Ou seja, vamos zerar o jogo e recomeçar ou decidir quando fazer isso, ou vamos acomodar as diferenças até a próxima eleição, de modo a tornar viável a governabilidade. Isso é diferente de uma negociação por cargos para ganhar apoio.
Logo aumentará o desemprego, que já está em queda livre. É difícil dizer que foi a crise política que causou a atual situação de desemprego, mas podemos dizer que, por conta da crise, não estão surgindo respostas a essa situação.
IHU On-Line – A opção por uma concertação teria impactos somente na política ou também na Operação Lava Jato?
Cândido Grzybowski – A concertação deveria implicar na investigação de todos os políticos e na elaboração de um acordo segundo o qual não será permitido ter caixa 2 nem financiamento empresarial. Teria de fazer uma reforma e recuperar a ideia da política como bem comum, porque hoje a política é uma disputa entre grupos e são esses grupos que estão disputando o poder, com apoio da mídia, especialmente a Globo, que faz uma pregação que contaminou a sociedade e a cidadania.
Eu não vou dizer que as manifestações dos últimos dias não foram manifestações de cidadania, porque há uma maioria querendo o impeachment da Dilma, mas essas manifestações são feitas com ódio, não com propostas.
O problema maior da concertação é verificar quem são os líderes que poderão ter disposição e legitimidade para sentar numa mesa e negociar. Hoje a OAB está posicionada de um lado, mas à época da ditadura ela se posicionou a favor da democracia. Instituições como a OAB têm uma história muito importante no Brasil e nunca aconteceu uma situação de eles tomarem uma posição desse tipo, de tomar partido numa questão. O Moro tende a fazer a mesma coisa; ele não faz só justiça, está se direcionando para um alvo.
O câncer, do meu ponto de vista, está no Congresso, e não no Judiciário ou na Polícia Federal. É o Congresso que está destruindo a política e apelando para o Judiciário a toda hora e atropelando as decisões. A tentativa de Cunha de tentar mudar a composição dos conselhos para se beneficiar, mostra bem onde estamos. É esse jogo que está sendo feito e que acaba sendo levado ao Tribunal para desempatar a disputa.
Como fazer concertação nesse quadro? Não sei. Precisávamos de figuras como Dom Evaristo ArnsRaymundo Faoro,Ulysses Guimarães, mas não as temos.
IHU On-Line – O senhor vê a concertação como uma alternativa possível, mas que tem limites porque não há uma liderança que tenha capacidade de conduzi-la nesse momento. Mas vamos supor que a concertação se efetive, o que seria o passo seguinte para avançarmos na democracia depois desse momento de transição?
Cândido Grzybowski – Sou favorável ao parlamentarismo, porque se vivêssemos num parlamentarismo, esses governos já teriam caído normalmente e teríamos novas eleições gerais, porque em última análise temos de pensar como convocar a cidadania desarmada, porque do contrário vamos nos “quebrar na rua”.
Claro que o parlamentarismo não cria a figura de um presidente forte, mas cria um presidente transitório. O sistema francês tem um presidente eleito pelo voto universal e tem um primeiro-ministro. Nesse sistema, se o primeiro-ministro cai, é preciso convocar novas eleições e isso gera um governo de convivência, porque o primeiro-ministro é da oposição. Poderíamos ter resolvido nosso impasse político se tivéssemos um parlamentarismo, porque esse sistema supõe a condição de nova eleição quando não se tem acordo, e não deixa o Congresso resolver a situação se ele não tem condição de resolver.
Todo regime tem vantagens e desvantagens. Como considero a cidadania, é ela quem deve decidir, e não o nosso representante. Numa situação como a que vivemos hoje, somos nós que devemos decidir, porque é isso que daria legitimidade à decisão. Quando o político troca de partido, por exemplo, ele consulta a cidadania? O político é delegado nosso e não dono do mandato. Quando o Cunha faz falcatruas, não o faz em nome dos seus eleitores, mas se utilizando do mandato para benefício próprio.
A cidadania, na democracia, é o que conta e ela comporta pessoas com posições autoritárias, mas esse autoritarismo morre no coração da sociedade civil, porque ele tem voz, expressão, mas nunca será maioria. Ele só vira maioria quando temgolpe de esquerda ou de direita, quando se opta pela luta armada, pelo atropelamento das instituições, e não pelo voto. Asociedade democrática avança e cobra cada vez mais.
Nesse momento, um processo de concertação consistiria em um novo pacto de governança que tem de ser revitalizado entre nós, porque o pacto de 30 anos atrás está em crise e não foi capaz de fazer algumas mudanças.
O ciclo para se formar uma geração de líderes é de aproximadamente trinta anos. Veja o caso da era Vargas, depois tivemos uma crise, aí veio a ditadura por mais quase trinta anos e hoje temos uma democracia que tem um sistema que também está em crise. A liderança sindical que se fez na luta contra a ditadura, e que gerou Lula, já está velha e o novo ainda não surgiu. É difícil, inclusive, entrar um novo líder no sindicato. Por que não usamos mais a expressão “peleguismo”? Não existe uma forma de “peleguismo à la PT”? Por que tantos líderes sindicais viraram operadores da máquina estatal? É como no tempo de Vargas: decapitaram-se os movimentos sociais, que foram rachados também.
O dominante na rua é o desprezo da política e isso mostra o desastre para o qual estamos caminhando. Ter opiniões divergentes, disputá-las, é saudável, mas ser contra o espaço da disputa é problemático. Temos de ser mais republicanos, porque temos um estado que é corruptivo e isso é próprio da origem do Estado brasileiro; o patrimonialismo é nossa marca de origem, porque os coronéis sempre foram donos do Estado. Mudaram os nomes, mas os coronéis continuam aí.

  

“O dominante na rua é o desprezo da política e isso mostra o desastre para o qual estamos caminhando

IHU On-Line – Então, qual seria a saída hoje?
Cândido Grzybowski – Deveríamos aceitar fazer a concertação, e todos deveriam ceder para todos ganharem. A concertação significaria a grandiosidade no sentido de negociar e encontrar uma alternativa. Mas essa atitude não existe, embora ela seja o modo de produzir um resultado que seja inspirador e de transição, que seja não violento e com o mínimo de respeito aos princípios e valores éticos, que reconheça que temos conquistas e muito a fazer a fim de definir quais são as prioridades. E a prioridade hoje é garantir os empregos, mas ninguém está discutindo isso. Do jeito que as coisas vão, facilmente chegaremos a uma situação de 20% de desemprego.
A concertação garantiria retirar os “falcões” dessa história, aqueles que não querem nada. Na França houve uma concertação entre o partido socialista e o partido do Sarkozy para evitar a extrema direita, que são os “falcões”, os quais são intolerantes como os extremistas do Estado Islâmico. A disputa política francesa se dá entre essas duas correntes.
IHU On-Line – A concertação no Brasil deveria ser feita com quais partidos?
Cândido Grzybowski – Com aqueles que têm alguma significância.
IHU On-Line – Quais o senhor tem em mente?
Cândido Grzybowski – Pois é, não partiria do princípio dos partidos, porque no Brasil o sistema partidário está deslegitimado e estamos precisando de correntes de opinião. Nesse sentido, temos correntes de opinião, inclusive, da direita que são responsáveis, como FHC e sua turma, que tem uma postura de dialogar. Obviamente que dentro do PT há muitas pessoas assim e mesmo dentro do PMDB, assim como na Rede, no PSOL, mas as condições políticas imediatamente não estão direcionando para isso, porque não tem uma pessoa puxando nessa direção.
Na verdade se trata de reconhecer que os políticos não estão sabendo o que fazer, e precisamos ver o que a cidadania quer. Não temos na Constituição a possibilidade de fazer essa concertação e teríamos de votar uma emenda constitucional que permita uma concertação, mas para isso precisamos criar uma maioria. Outra possibilidade seria se tivéssemos um movimento como o das Diretas Já, mas o que vejo na rua não tem nada a ver com as Diretas Já. As manifestações não têm uma proposta, apenas são contra a corrupção ou querem apenas segurar a situação como está. Não está em jogo um projeto.
IHU On-Line – Que ações e atitudes demonstram o que senhor chama de “estar do lado da democracia ou estar de um lado”, quando se referiu à posição da OAB?
Cândido Grzybowski – A OAB não exerceu seu papel histórico, que era alertar sobre os riscos para a democracia, ou seja, como resolver os nossos impasses com grandeza democrática. A OAB não levantou a ideia da concertação e foi para o “pau”. A OAB tem seu papel público e convivia com os contrários, mas hoje o racha está lá dentro. A posição que ela toma não é em defesa da democracia; ela aposta no impeachment.

“É a pequena política que está nos dominando, mas chegamos a isso por responsabilidade de todos os atores políticos

IHU On-Line – Então, estar ao lado da democracia significa buscar alternativas que não seja o impeachment?
Cândido Grzybowski – Tarso Genro, ao dizer que é preciso uma concertação, fez um gesto de grandeza política, porque ele não diz que vamos defender Dilma a qualquer custo. Ele discute se é o caso de fazer impeachment ou deixar o governo chegar até o fim, já que foi eleito democraticamente. Tanto é que, assim como está, é um governo perdido, que não sabe o que faz, nem para onde vai.
PT tem muita responsabilidade nesta situação, pois reagiu tarde, não se abriu para uma concertação e continuou fazendo o que é o método dominante de coalizão para governar. A situação poderia ser boa se tivesse um acordo entre os diferentes atores em função de um projeto, mas não há projeto. É a pequena política que está nos dominando, mas chegamos a isso por responsabilidade de todos os atores políticos.
Vou levantar uma questão de fundo que não está sendo discutida. Hoje, os colégios eleitorais têm um máximo e um mínimo de representação de deputados por estado, sendo que a representação de São Paulo é 70, ou seja, o máximo, e a representação do estado de Romero Jucá [Roraima] é o mínimo, ou seja, oito. Isso significa garantir oito deputados sob um colégio eleitoral de aproximadamente 200 mil pessoas, enquanto São Paulo, para eleger um deputado, precisa de mais de 300 mil eleitores. Isso é expressão de cidadania?
Estou falando que temos de pensar melhor esse processo, porque tivemos uma Constituição feita por um Congressoconstituinte e não por uma assembleia constituinte. Esse Congresso constituinte foi eleito com as regras que a ditadura nos deu, e as regras não foram mudadas, mas mitigadas, e o princípio básico permaneceu. O princípio dos deputados, que são eleitos pela cidadania e não pelos estados, por exemplo, deveria ser colocado na mesa para negociação e isso tem a ver com a batalha pela reforma política, que é mais do que discutir financiamento de campanha. Estou apenas lembrando que teríamos de discutir essas questões porque os grandes colégios de opinião não são bem representados no Congresso. Deveríamos ter melhor expressão da diversidade deste país no Congresso.
(Por Patricia Fachin)

É NAUSEANTE ASSISTIR O BOM DIA BRASIL. A FALACIA DESTE JORNALECO É UMA VERGONHA E UMA DEMONSTRAÇÃO CLARA DE FALTA DE RESPEITO E RESPONSABILIDADE COM A POPULAÇÃO BRASILEIRA.

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Defecção do PMDB engrossa as ruas no 31/3

Nao vai ter Golpe, nem que o sangue jorre !
publicado 29/03/2016
varejeira.jpg
A defecção do PMDB, com aquele desfile de santinhos que fogem mais do Moro do que de Lucifer, resultou num reforço considerável às manifestaçoes de rua deste 31 de Março -quando não haverá outro Golpe !

O rosto deles.

A biografia deles.

O BO deles.

A expressão de falsa felicidade, que esconde o pavor do povo e da cadeia !

Dali não escapa um !

E acham que numa trapaça parlamentar vao instalar o programa radical do FMI, descrito, às minucias pelo Requião.

Vao entregar a Petrobrax à Chevron, passando por cima do Estrella, e os petroleiros vão ficar na beira do cais, à espera do helicóptero ...

Vao rasgar os direitos do trabalhador, a CLT, a indexação do Salário Mínimo, e o trabalhador vai ficar em casa para assistir ao jogo do Corinthians, que começa às 22h00...

E que esses peemedebistas de holofote, que vão, eles todos, à cadeia conseguirão impeachar uma Presidenta que nenhum crime cometeu !

Como diz o Wanderley, é Golpe, é Golpe, é Golpe!

Só que não vai ter Golpe.

E, se for o caso, o sangue vai jorrar !

Mas, antes, o povo vai às ruas no 31/3, impulsionado por aquele sorriso de mordomo do Temer, o pai do Golpe, como dizia o Ciro.

Ciro: ladrões se unem para fechar Lava Jato

Ciro: ladrões se unem para fechar Lava Jato

E entregar o Brasil à Chevron do Cerra
publicado 30/03/2016
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De Laerte Coutinho
A partir do Viomundo;

Ciro Gomes: “Coalizão de ladrões” quer derrubar Dilma para “assaltar o poder”, “matar a Lava Jato” e adotar “agenda entreguista”

Ciro Gomes: “Coalizão de ladrões” quer derrubar Dilma para adotar “agenda entreguista”

30 de março de 2016

 por Luís Eduardo Gomes, no Sul21

Em Porto Alegre para participar do Seminário Dívida Pública, Desenvolvimento e Soberania Nacional,  promovido pelo Sindicato dos Engenheiros (Senge), na PUCRS, o ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) afirmou que o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT) está sendo movido por uma “coalizão de ladrões” que deseja implementar uma “agenda entreguista”, submetida a interesses internacionais.

Em entrevista concedida ao Sul21 e ao Jornal Já, Ciro Gomes afirmou que a saída do PMDB do governo federal, sacramentada em votação que durou três minutos na tarde de terça-feira (29), em Brasília, tem o objetivo de acelerar o processo de impeachment para tentar impedir que as investigações da Operação Lava Jato atinjam mais nomes da classe política brasileira.

“O doutor [Rodrigo] Janot, procurador-geral da República, está de posse de mil contas na Suíça, com US$ 800 milhões já identificados e bloqueados, com a fina flor dos políticos e dos empresários com eles conexos. Por isso que eles precisam aceleradamente [do impeachment]. Faz cinco meses que o processo de cassação do Eduardo Cunha não anda um passo sequer na Câmara e uma presidência da República da oitava economia mundial, em menos de 15 dias, pelo que nós estamos contando hoje, pode cair”, afirma Ciro.

Para o ex-governador, provável candidato a presidência da República pelo PDT em 2018, o impeachment da presidenta ainda não é inevitável, mas será preciso que o “povão acorde” e que haja uma mudança no contexto nacional para que ele seja barrado. Ciro ainda prevê que, caso se concretize a queda de Dilma, o vice-presidente Michel Temer terá muitas dificuldades para governar diante da crise econômica e política vivida pelo país.

Confira a seguir a íntegra da entrevista

Como você avalia a saída do PMDB do governo?

Ciro Gomes: Isso é a crônica de uma morte anunciada. Se não fosse uma tragédia para o país, eu seria um dos brasileiros que poderia estar dizendo, com muita moral e coerência, que eu avisei. Quantas vezes eu falei com o Lula, eu falei com a Dilma, lá na ancestralidade desse projeto, o quanto estúpido e equivocado era colocar esse lado quadrilha da política brasileira na linha de sucessão do País. Prevaleceu o pragmatismo que acabou entregando organicamente ao PMDB a resultante do poder no Brasil, sem voto. E agora eles estão percebendo que podem consumar o fato, eliminar os intermediários e assumir diretamente.

São componentes absolutamente escandalosos e enojantes. Eu não estou exagerando em nenhuma palavra, porque assistir o País ir para o risco que está correndo, para o Michel Temer, organicamente vinculado a tudo que está errado sob o ponto de vista institucional e de corrupção no Brasil – eu sei muito bem o que estou falando, é só pesquisar meu mandato de deputado federal, com ele na presidência da Câmara – e parceiro íntimo do Eduardo Cunha, que vira vice-presidente da República.

Com isso eles vão, apoiados pelo PSDB nesse instante, cumprir a segunda tarefa depois de assaltar o poder, que é matar a Lava Jato, que agora, sob o ponto de vista dos politiqueiros de Brasília, parece ter saído do controle. Só para eu lhe dar alguns dados que não saem na grande mídia porque não interessa. O doutor [Rodrigo] Janot, procurador-geral da República, está de posse de mil contas na Suíça, com US$ 800 milhões já identificados e bloqueados, com a fina flor dos políticos e dos empresários com eles conexos. Por isso que eles precisam aceleradamente [do impeachment]. Faz cinco meses que o processo de cassação do Eduardo Cunha não anda um passo sequer na Câmara e uma presidência da República da oitava economia mundial em menos de 15 dias, pelo que nós estamos contando hoje, pode cair.

O que acontece nos dias seguintes à chegada do Temer à presidência?

Ciro: O que acontece é que um governo ilegítimo se constitui. Esse governo não é gravemente negativo para o país só porque é ilegítimo e viola a democracia. Esse governo vem com uma agenda basicamente entreguista, dos últimos interesses nacionais que essa gentalha não conseguiu entregar para o estrangeiro.

Anote o que eu estou lhe dizendo: petróleo e gás. Mas também para arrebentar com o rudimento de avanço social que o país experimentou, porque eles têm uma convicção, está nos textos do Armínio Fraga, de que o salário mínimo, que é base para toda massa salarial brasileira, passou do limite, que tem que ser reduzido. Nos textos deles está lá que a política social não deve mais ser universal, e sim focada em pequenos grupos como defende o neoliberalismo mais tacanho, que inclusive está superado internacionalmente.

Enfim, é uma tragédia completa para o Brasil. O que significa dizer que, dado que esses politiqueiros não conhecem o Brasil que existe hoje, que nós dissolveremos muito rapidamente esse quase consenso que está sendo construído que é pela negação, porque a sociedade brasileira está machucada pela crise econômica e indignada com a novelização do escândalo. Mas, na hora que esse consenso negativo provocar uma ruptura imprudente da nossa tradição democrática, no dia seguinte essa energia não vai para casa. E eu estarei junto com eles tocando fogo, porque não toleraremos que o Brasil seja vendido.

O senhor já disse que será o primeiro a entrar com um pedido de impeachment do Temer se ele assumir a presidência..

Ciro : É todo um contexto. Eu não sou ninguém e há muita manipulação nesse Facebook, com perfis falsos. O que eu disse, e vou repetir, é que o impeachment é um procedimento jurídico-político. Ele não pode ser nem só político e nem só jurídico, e está escrito na Constituição que essa interrupção de um mandato de um presidente da República só se dará na condição de cometimento de crime de responsabilidade. A Dilma não foi acusada de nenhum cometimento, de nenhuma dessas figuras penais da lei de responsabilidade. O pretexto do pedido que está tramitando e pode derivar numa ruptura democrática do país é o que eles chamam de pedalada fiscal, que é um crime contábil, completamente errado, não defendo, mas que todos os governos vêm fazendo e nunca, em circunstância alguma, é crime. Entre o elenco formal da lei não é crime. Portanto você tem um golpe.

E eu disse na entrevista e vou repetir pro senhor, se foi esse o pretexto que vai levar à ruptura do Brasil e há esse risco de ninguém mais governar o nosso país pelos próximos 20 anos, eu estou comovidamente convencido disso, eu entrarei imediatamente com um pedido de impeachment baseado no fato, que eu já tenho todos os documentos, de que o Michel Temer, como vice-presidente ocupando a presidência da República, assinou dezenas de decretos de pedaladas fiscais, igualzinho a Dilma. Portanto, se valer para ela juridicamente – evidentemente que isso é só pretexto -, vai ficar a sociedade brasileira muito esclarecida de que isto também foi uma molecagem de golpe. Mas vou entrar na hora.

A partir do impeachment da Dilma e de um possível impeachment também do Temer, qual seria a solução? Novas eleições?

Ciro: Um impeachment só acontece quando há uma construção consensual. Hoje, esse consenso não existe ainda. Ele se acelerou muito por conta de você ter feito encontrar interesses internacionais poderosos, que têm uma influência importante na formação da mega mídia, especialmente de São Paulo, que se autodenomina imprensa nacional, e do Rio de Janeiro, com uma sociedade muito angustiada com a crise econômica e com a loucura da denúncia moral, que foi extremamente passionalizada com aquilo que pareceu ao povo uma jogadinha miúda, metendo o centro da República nela, que é trazer o Lula para dentro do Palácio. Eu espero que ainda dê tempo e que essa marcha da insensatez se interrompa. Não acontecendo, o próximo passo de um impeachment do Michel Temer é muito improvável, porque imediatamente ele passa a ser o representante no poder dos interesses internacionais, que hoje estão na clandestinidade, balançando as bases da democracia brasileira.

É só vocês fazerem uma pesquisa rapidinha: quais são os lugares da Geografia do mundo onde há petróleo com algum excedente e você imediatamente vai ver a mesma instabilidade que há no Brasil, até agravada. Agravada, por exemplo, como é o caso do Iraque. Agravada pelas tensões no Irã, agravada pelas tensões no Egito, pelas tensões na Líbia. É uma coisa que não é coincidência. Arábia Saudita está balançando. A Venezuela, na nossa América Latina, está completamente em frangalhos, a sua institucionalidade. Isso é um jogo bruto, não é um jogo para criança. Agora, esse interesse passa a vencer. Imediatamente a mídia correlata já está fazendo o que para qualquer brasileiro é uma coisa enojante. Um partido que está há 10 anos mamando, roubando, escandalosamente e fisiologicamente entranhado no governo, que, portanto, se tem alguma coisa boa no governo, ele pode reclamar para si também e, se tem alguma coisa completamente errada, o PMDB também é responsável por isso. Sai (do governo) e a Rede Globo faz uma novela dignificando, nobilitando o gesto do PMDB. É a novilíngua. George Orwell, no livro “1984”, escreveu sobre isso.

Ciro, você fala de entreguismo do PMDB…

Ciro: Está escrito. Leia o que eles estão chamando ridiculamente de Ponte para o Futuro.

O senhor acha que o PMDB tem condições políticas de implementá-lo?

Ciro: Nenhuma chance. É uma grande fraude. É uma grande e imensa fraude porque o Brasil hoje tá pinçado por três crises, e uma alimenta a outra, e “trocar Chico por Manel” não resolve nada. Pelo contrário, quando você excita expectativas simplórias, grosseiras, como está acontecendo hoje, em que todo o problema brasileiro seria essa novela moral, que nós vamos trocar uma pessoa que não tá acusada de nada por uma linha de sucessão que é Michel Temer, Eduardo Cunha, Renan Calheiros – os três estão citados na Lava Jato e ela é a única que não foi citada nem é investigada em coisa nenhuma -, o que acontece no dia seguinte? Eles vão trabalhar para desarmar a Lava Jato, mas as três crises vão estar do mesmo tamanho.

Vamos lá, crise número 1: internacional. Um constrangimento, eu diria para você, paradigmático. O Brasil encerrou um ciclo, nós perdemos qualquer veleidade de ter um projeto de desenvolvimento, nisso o PT comete talvez seu maior erro. Fez um avanço, mas não institucionalizou nada, não mexeu em estrutura nenhuma do País. O resultado prático é que, quando terminar o ano de 2016, entre produtos industrializados que nós vendemos para o estrangeiro e produtos industrializados que nós compramos do estrangeiro, o buraco já está em US$ 110 bilhões. A gente vinha, até 2014, pagando este buraco com um ciclo de commodities muito caras. Então, eu estou trabalhando na CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), nós vendíamos, em 2014, uma tonelada de minério de ferro por US$ 180. Chegamos a vender por US$ 40. O petróleo, quando nós comemoramos a maravilhosa descoberta do pré-sal, eu estava lá ajudando a fazer a lei de partilha, aquilo tinha e tem ainda o condão no futuro de mudar radicalmente a estrutura brasileira social, econômica e de infraestrutura, o que acontecia, o petróleo custava US$ 110. Então, a gente gasta US$ 41 para tirar um barril de petróleo, com este nível de escala hoje, e vendíamos a US$ 110. É uma fortuna. Pois bem, o petróleo custa US$ 41 para tirar e nós estamos vendendo a US$ 30. “Micou” o pré-sal. Você tem a soja, o milho, etc., que não caíram tanto, mas caíram 15%, 20% todos. Ou seja, a gente artificializou de fora para dentro uma conta macroscópica do Brasil com o estrangeiro e esse ciclo morreu e morreu para sempre – pelo menos pelas duas próximas décadas. O país está desafiado a recelebrar toda a sua matriz de desenvolvimento agora, catando outro lugar aonde assentar essa imprudência de não termos uma política industrial de comércio exterior. Então, segura a primeira crise que eu quero ver como esses golpistas vão tratar.

Segunda crise, quando você tem um desequilíbrio nas suas contas externas, você transfere para dentro do país uma variável que é a desvalorização da moeda. Eu não tenho tempo aqui, mas, basicamente, se eu tenho um buraco nas contas com o estrangeiro, a consequência prática dentro do país, a primeira, é que a moeda se desvaloriza. O real se desvaloriza perante o dólar. Isto imediatamente se irradia para os preços, todos os preços que são imediatamente sensíveis ao câmbio. Por exemplo, você compra pão, pão é trigo, o Brasil não produz trigo com suficiência, importa, é dólar. Então, se você tem uma desvalorização do real frente ao dólar, o pão fica mais caro, a pizza fica mais cara. Remédio, 75% da química fina brasileira é importada. Se você desvalorizada a moeda, o remédio fica mais caro. Passagem de ônibus, a principal variável é o diesel, diesel é petróleo, petróleo é câmbio. Então, você tem uma pressão de preços relativos que dá uma miragem de inflação. Tentaram botar desde o senhor Fernando Henrique, e o PT manteve a mesma equação, a economia num tal piloto-automático do inflation target, que aqui tomou o nome de meta da inflação. Aí você atira com taxas de juros. Você tem a maior recessão, que não é mais, é depressão econômica, da história do Brasil, e a taxa de juros do Brasil é a maior do mundo. Eu quero ver o que essa calhordice aí, desses golpistas salafrários, vai fazer no dia seguinte que tomar posse.

E, terceiro, a crise política. Ou você acha que PT, MST, CUT, Ubes, eu e todos nós que estamos convencidos de que há um golpe em marcha no Brasil vamos deixar esse governo governar para vender o País para o estrangeiro. Nenhuma chance. Nós vamos para o pau contra eles. Eu não reconheço legitimidade nesse governo que está querendo se construir em cima do golpe. Eu não reconheço e vou lutar, no meu limite, com as ferramentas que estiveram a meu alcance, para que essa tragédia não se abata sobre o Brasil.

O impeachment é inevitável?

Ciro: Não é inevitável. Eu estou lhe falando e é preciso que a gente date as coisas, porque as coisas estão muito frenéticas no Brasil, mas o que a sociedade precisa saber é que o processo de cassação do Eduardo Cunha, pilhado com milhões de dólares no estrangeiro roubados da Petrobras, flagrantemente, tudo demonstrado com interações internacionais constrangedoras, faz cinco meses não deu o primeiro passo ainda na comissão, e essa coalizão de ladrões, esta cleptocracia que está se organizando ao redor do senhor Michel Temer, está querendo derrubar uma presidente em 20 dias. Tá marcado para o dia 17 de abril e, no momento em que eu estou lhe falando, só um milagre nos salva. Esse milagre é possível de ser praticado se o nosso povo acordar, não só nós que já estamos na luta, mas o povão, que ainda está vendo as coisas, com muita razão, com um pé atrás, mas eu ainda tenho esperança que Deus toque o coração e a cabeça da sociedade brasileira. E isso pode mudar as coisas.

Wednesday, March 30, 2016

Prisão na máfia da merenda e trensalão: reveses para os tucanos

Prisão na máfia da merenda e trensalão: reveses para os tucanos

Acusado por desvio em contratos da merenda é preso e Justiça aceita denúncia por cartel de trens

Ex-braço-direito de Geraldo Alckmin é alvo de investigação por enriquecimento ilícito

A Assembleia Legislativa de São Paulo.  ALESP
Se o PT enfrenta dias de inferno astral com a tramitação de um processo deimpeachment contra Dilma Rousseff, a perda de aliados e o envolvimento naOperação Lava Jato, em São Paulo, o PSDB também precisa apagar, guardadas as proporções, os seus próprios incêndios à medida que vão avançando investigações sobre esquemas de corrupção envolvendo o partido.
Só nesta semana, dois escândalos ligados à gestão tucana tiveram desdobramentos. A polícia prendeu sete investigados por fraude na merenda escolar do Estado. Em outra frente, a Justiça de São Paulo aceitou denúncia contra sete executivos acusados de cartel e fraude na compra de trens, durante o governo José Serra (PSDB). Soma-se ao cenário a investigação sobre Edson Aparecido. Ex-secretretário-chefe da Casa Civil e braço-direito de Geraldo Alckmin (PSDB), ele deixou o cargo na última sexta-feira para concorrer a vereador. Semanas antes ele passou a ser investigado por enriquecimento ilícito. Entenda os casos:

Operação contra máfia da merenda

O ex-presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Leonel Julio, e o presidente da Univesp (União dos Vereadores do Estado de São Paulo), Sebastião Misiara foram presos na manhã desta terça-feira, acusados de ligação com a máfia da merenda em São Paulo.
As prisões fazem parte da 2ª fase da Operação Alba Branca, da Polícia Civil e do Ministério Público, que investiga a suspeita de fraude em licitações da merenda escolar em 22 cidades nos últimos dois anos. A Coaf (Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar) é apontada como a responsável pelo esquema. A Justiça mandou prender também Carlos Eduardo da Silva, Aluísio Girardia, Emerson Girardi, Luiz Carlos da Silva Santos e Joaquim Geraldo. “O ponto central desse trabalho de investigação vem sendo focado nos integrantes e também em colaboradores da Coaf, que, conforme as investigações já evidenciaram, vinham fraudando tais procedimentos que visavam à venda e compra de itens que integram a merenda escolar”, afirma a polícia em nota.
O atual presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, o deputado Fernando Capez (PSDB), é citado por funcionários da Coaf como um dos destinatários de propinas para facilitar contratos para a aquisição de sucos de laranja para escolas de diversos municípios. O deputado nega as acusações. Dirigentes da Coaf apontaram também os deputados federais Baleia Rossi (PMDB) e Nelson Marquezelli (PTB) e o deputado estadual Luiz Carlos Godim (SD) como beneficiários do esquema. Todos negam as acusações.
O caso coloca sob suspeita também a secretaria da Casa Civil do governadorGeraldo Alckmin, porque o então chefe de gabinete do ex-secretário Edson Aparecido, Luiz Roberto dos Santos, conhecido como Moita, aparece em um grampo telefônico feito pela polícia pedindo dinheiro a integrantes de uma das empresas. Ele foi demitido no dia 18 de janeiro, na véspera da operação ser deflagrada.
No ano passado, o Governo estadual pagou mais de 11 milhões de reais à Cooperativa por diversos contratos – um crescimento de mais de 4.500%, tendo em vista os 238.000 recebidos no ano anterior. Além das suspeitas que recaem sobre licitações feitas pelo Estado com verba do Governo Federal, os investigadores acreditam que as prefeituras também recebiam propina para assinar contratos com a Coaf. De acordo com o Ministério Público, as propinas giravam entre 10% e 30% do valor dos contratos. O esquema começou a ser investigado no segundo semestre do ano passado.Seis suspeitos foram presos, mas após acordo de delação, todos foram soltos. O atual presidente da Coaf, Nilson Fernandes, empossado em fevereiro, negou qualquer envolvimento da atual gestão na fraude investigada.

Cartel de licitação de trens em São Paulo

A Justiça aceitou nova denúncia contra sete executivos das multinacionais Alstom e CAF, acusados de participar de um esquema de cartel e fraude à licitação na compra de trens que operava na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) durante o governo de José Serra (2007-2011). Segundo o Ministério Público de São Paulo, eles teriam participado de fraudes em licitação de 1,8 bilhão de reais em 2009 e 2010.
A juíza Roseane Cristina de Aguiar Almeida, da 29ª Vara Criminal da capital, responsável pelo caso, afirmou que há indícios de que os cinco executivos da Alstom e dois da CAF cometeram crimes econômicos, bem como delitos de fraude. Todos foram denunciados pelo Grupo de Atuação Especial de Combate a Delitos Econômicos (GEDEC) do Ministério Público.
Na denúncia apresentada, o promotor Marcelo Batlouni Mendroni, do GEDEC, afirma que “as empresas, por meio de seus executivos e funcionários, dividiram entre si os contratos administrativos” para combinar as propostas que apresentariam nas concorrências públicas. Segundo ele, “as companhias dividiram o mercado e o preço final superfaturado, direcionando cada licitação e sabendo previamente qual empresa seria a vencedora”.
O promotor também havia pedido a prisão preventiva de dois dos acusados que vivem no exterior –Cesar Ponce de Leon, ex-diretor da Alstom que mora na Espanha, e Antonio Oporto del Olmo– mas teve o pedido negado. De acordo com a magistrada, o fato deles residirem no exterior não significa que eles vão frustrar o cumprimento da lei.

Investigação contra o braço-direito de Alckmin

Edson Aparecido era, até sexta-feira, o responsável pela articulação política do Palácio dos Bandeirantes e foi coordenador da campanha de reeleição de Alckmin em 2014. Além de ver um subordinado direto ser citado por envolvimento na máfia da merenda, agora ele próprio é alvo de investigação. O Ministério Público de São Paulo o investiga por suposto enriquecimento ilícito e ato de improbidade, na compra de um imóvel pelo qual pagou 620 mil reais na Vila Nova Conceição - o apartamento é avaliado em 2,5 milhões de reais.
Em fevereiro, o portal UOL revelou que o apartamento foi vendido a Edson Aparecido pelo empreiteiro Luiz Alberto Kamilos, dono da Construtora Kamilos, contratada pelo Governo do Estado para obras píblicas. O ex-secretário nega qualquer irregularidade e diz ter feito um empréstimo com assistente e atual mulher para compra.
Aparecido, segundo nota oficial, deixou o cargo de secretário-chefe da Casa Civil de Alckmin para se candidatar a vereador.´
http://brasil.elpais.com/brasil/2016/03/29/politica/1459272317_950241.html

Militares, ciências, Educação Popular.

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