Thursday, October 22, 2009

O blasfemador da internet

Confira a Entrevista com Andrew Keen o blasfemador da internet que saiu na CULT


O blasfemador da internet


Para Andrew Keen, o fim da "ditadura dos especialistas" com a era digital poderá dar lugar à "tirania das massas"

09/10/2009

Eduardo Socha

Em meados da década de 1990, Andrew Keen era um feliz empreendedor da internet no Vale do Silício (Califórnia), o éden da nova e então promissora economia. Criou várias empresas, algumas não deram certo. Quando chegou o estouro da bolha das "empresas pontocom" em 2001, Keen estava em vias de se transformar no anjo caído do paraíso digital. Resolveu lançar, em 2007, um livro abertamente apocalíptico contra a internet ( O Culto do Amador, publicado neste ano no Brasil).

Polemista habilidoso, ganhou fama rápida na grande imprensa norte-americana como o "anticristo da internet", epíteto que ele mesmo endossa, não sem um discreto sorriso no canto da boca. No livro, o jornalista britânico não economizou sua bem talhada virulência crítica para atacar a chamada web 2.0 - o conjunto de comunidades e serviços on-line que incentivam a participação dos usuários, ou seja, a nebulosa de codinomes (blogs, Facebook, Orkut, YouTube, Twitter, Wikipédia etc.) que aos poucos invade nosso cotidiano.

Controverso e provavelmente oportunista, o subtítulo do livro deixa entrever um ranço à primeira vista conservador - Como Blogs, MySpace, YouTube e a Pirataria Digital Estão Destruindo Nossa Economia, Cultura e Valores. Afinal, não é exatamente o que pensam os adeptos do movimento da livre cultura, que hoje fazem circular termos como Creative Commons, software livre e copyleft, e prometem a revolução cultural por meio da democratização radical da informação. Para Keen, no entanto, as novas tecnologias da web 2.0 e o enfraquecimento da noção de propriedade intelectual representam um perigo devastador para instituições que protagonizaram a difusão da cultura no Ocidente.

Cita como exemplo o colapso gradual dos grandes jornais nos EUA, das grandes editoras, das indústrias fonográfica e cinematográfica. Seria cômodo enquadrá-lo na figura do ressentido que resolveu investir no catastrofismo inconsequente e, claro, rentável. Mas o que parece incomodar no livro de Keen é o fato talvez de ele mesmo ser um insider e se declarar de esquerda. Ainda mora no Vale do Silício e está em contato permanente com os gurus da economia livre e da contracultura californiana. "Muitos dos meus amigos são empreendedores ali. Eu não era um jornalista que deu um passeio na região e chegou à conclusão de que as coisas iam mal", confirma à CULT.

Keen formou-se em história na London University (Inglaterra) e fez pós-graduação em ciência política na Universidade de Berkeley (Califórnia). De passagem pelo Brasil no mês passado, conversou com a CULT sobre as relações entre tecnologia, ideologia e política, a objetividade da imprensa e da informação, e os efeitos da internet na educação.


CULT - Você não acha que há um excesso de alarmismo em sua crítica à cultura da internet, principalmente dos blogs e das redes sociais, como Orkut e Facebook? Afinal, se as novas tecnologias acenam para uma revolução cultural, pode ser que estejamos vivendo um período de adaptação, com distorções iniciais, mas que, a longo prazo, podem concretizar uma efetiva liberdade de expressão...

Andrew Keen - Muito antes de ter escrito meu livro, estudei a história da Europa Oriental, em particular a Revolução Russa, o que me deixou um tanto cético em relação às revoluções. Sempre desconfio de ideias grandiosas e do otimismo das pessoas que defendem argumentos como o fim da história e a revolução democrática.

Dito isso, escrevi o meu livro como uma "subversão da subversão". Até então, tudo o que se falava e escrevia era sobre como a internet iria transformar a humanidade, tornando-nos todos livres, felizes e iguais. Não havia ninguém que questionasse essa ideia. Por isso meu livro foi projetado como uma polêmica e vigorosa reação a esse otimismo.

Confesso que o tom talvez seja um pouco exagerado, mas algo polêmico é, por definição, algo exagerado. Se eu tivesse escrito um livro mais equilibrado que considerasse um a um todos os prós e contras, ninguém o teria lido. Logo depois que meu livro saiu, vários outros foram publicados contendo argumentos muito semelhantes. Não que eu tenha sido tão original nas minhas ideias, mas várias publicações que se seguiram repetiam as coisas que eu tinha dito. Por isso acredito que precisávamos de um debate amplo a respeito desse assunto.

A grande sacada do meu livro é perceber que o novo modelo econômico, a tal "livre economia", não funciona. Uma vez que você dispensa os mediadores e editores, uma vez que qualquer um pode criar conteúdo, o modelo econômico resultante não é viável. O fato de você conseguir colocar um vídeo seu no YouTube não significa que você vá se tornar um produtor profissional, porque ninguém vai pagar por seu trabalho. A mídia sem o papel do editor não é confiável.


CULT - Você disse que a discussão sobre a web 2.0 não é mais tecnológica, e sim política e moral. O que o Google está fazendo hoje é semelhante ao que os monopólios industriais faziam no século 19. Qual a relação, nesse caso, entre tecnologia e ideologia?

Keen - Tecnologia é ideologia. Não quero aqui entrar num debate sobre a definição acadêmica de ideologia. Quando falo em ideologia, estou pensando num conjunto de ideias, ou de ideais, sobre o mundo. Há um excelente livro chamado From Counterculture to Cyberspace [Da contracultura ao ciberespaço], de Fred Turner, um brilhante professor e historiador da tecnologia. O argumento dele é o de que a internet foi criada a partir da inesperada fusão de duas construções ideológicas, dois movimentos ideológicos: o establishment militar, industrial e educacional que emergiu da Guerra Fria e a contracultura política dos hippies do norte da Califórnia, em especial aquela que surgiu em torno da figura de Stewart Brand. Não é coincidência que ambos os grupos tenham tendências libertárias. Muitos norte-americanos que viveram a Guerra Fria tornaram-se obcecados pela ideia de liberdade como oposição ao modelo soviético, ao passo que a cultura hippie defendia ideias semelhantes de questionamento da autoridade. Não surpreende, dessa forma, que a internet, que emergiu como ideologia do cruzamento dessas duas correntes, seja um movimento sem centro, um movimento de arestas que, por definição, não aceita qualquer tipo de autoridade.

Portanto, eu diria que existe uma relação muito íntima entre tecnologia e ideologia e que ela é muito mal compreendida. Muitas pessoas acreditam que acordamos um dia e lá estava a internet, como um inesperado presente de Natal. Para entender a tecnologia, é preciso entender as pessoas que a inventaram.

Também não é coincidência o fato de muitos dos principais ideólogos dessa nova cultura serem "cristãos renascidos" [ born again christians]. Acredito que existe uma forte ligação entre a cristandade dos renascidos e a internet. É só mais uma versão da velha mitologia cristã...


CULT - Talvez por isso você seja o "anticristo da internet"...

Keen - Sim, é por isso [risos]. Essa questão da ideologia é muito importante para mim. Ao contrário do que muitas pessoas acham, não sou um conservador. Considero-me politicamente de esquerda, mas não sou
hippie e acredito que a esquerda deva repensar sua maneira de lidar com a autoridade. Simpatizo com algumas das ideias que surgiram nos anos 1960, entretanto, vejo como problemática essa tendência anarquista de contestar toda e qualquer forma de autoridade. É a velha discussão entre Marx e os anarquistas, e estou obviamente do lado de Marx. É necessário um partido, uma estrutura. Não sou nenhum Stalin: acredito que é possível acreditar na autoridade sem ser um Stalin.


CULT - Já que você falou de política, quais os impactos mais visíveis da internet nesse campo? Recentemente, tivemos um debate no Brasil sobre a regulação da internet para as eleições do próximo ano. O que pensa a respeito da regulação?

Keen - Não conheço a situação brasileira, mas acho que provavelmente seria contrário à propaganda política em blogs, porque ela facilitaria a corrupção. O problema é que a palavra blog hoje é vazia de significado, dada a diversidade de páginas que recebem esse nome. Ficaria muito preocupado com a propaganda política feita nesses blogs anônimos, que, a meu ver, levaria à corrupção e também porque a cada dia se torna mais confusa a distinção entre o que é um editorial e o que é pura propaganda.

Há uma esperança de que a internet vai transformar a política, acabar com o império dos velhos monopólios. Não estou convencido de que essa promessa política da internet tenha se cumprido. Essa ideia de que agora, graças à internet, os mocinhos chegariam finalmente ao poder, de que a "sabedoria da multidão" agora poderia se manifestar e de que as pessoas finalmente controlariam seus próprios destinos não se mostrou de maneira alguma verdadeira. Pior que isso, acho que ela seja danosa, porque encoraja uma atitude política fantasista e utopista.

Outro exemplo do fracasso dessa promessa política da internet é o que aconteceu no Irã, onde todos falavam de uma "revolução do Twitter", que nunca ocorreu, porque os antigos regimes são muito bons em manipular a internet, muitas vezes até melhores que os reformistas. Os chineses, por exemplo, são mestres em investigar a rede de blogs e comunidades virtuais em busca de dissidentes, para persegui-los. Esse uso que os regimes do Irã, da China e da Rússia vêm fazendo dessas ferramentas me faz pensar que a internet é, em alguns casos, mais útil para regimes autoritários do que para os democráticos.


CULT - Seu livro fala da transição da "ditadura do especialista" para a "ditadura das massas". Seria esse o problema fundamental da web 2.0?

Keen - A ditadura do especialista [ expertise] é uma peça importante da era industrial e é fácil criticá-la. De modo geral, acho que foi uma boa coisa. Para mim, essa divisão rigorosa da vida resultou na meritocracia. Não consigo ver o que poderia substituí-la. O sistema educacional é relativamente meritocrático e a maioria das pessoas quer se dedicar a algumas poucas atividades bem pagas, para as quais há uma necessidade limitada de profissionais.
Penso que vivemos uma época em que a ordem meritocrática está sob ataque. É possível reconhecer essa tendência no ataque aos políticos, à mídia, aos economistas. Em alguns casos, esse ataque é merecido, porque essas pessoas fizeram mal o seu trabalho. Mas não sei bem o que vem substituir essa ordem. Não acho que seja exatamente um poder das massas.

Aristóteles falava de oclocracia, a tirania das massas, um tipo de regime em que a plebe governa, mas que sempre acaba em tirania. A verdade é que, no fundo, por trás dessa oclocracia digital que vivemos, existem novos oligarcas, indivíduos com imenso poder e que muitas vezes escapam do nosso julgamento, porque não sabemos ao certo quem são. Não acredito na era das massas. Se ela existe de algum modo, o que mais temo são esses oligarcas que se escondem por trás delas e são capazes de mobilizá-las.

Por exemplo, no Twitter, é possível ver a influência de pessoas com centenas de milhares de seguidores. O ator inglês Stephen Fry "twitou" uma opinião favorável sobre um livro e esse livro foi de imediato para a lista dos mais vendidos no New York Times. Não estou dizendo que Fry é mal-intencionado. O que estou dizendo é que, uma vez que existem figuras poderosas com vários seguidores, partidos políticos e outras organizações tradicionais se enfraquecem.

É essa a mudança que tenho em mente no livro - uma mudança que vai da estrutura organizacional para uma estrutura demasiado centrada no indivíduo. Não sei se soube expressá-la tão bem ao escrevê-lo. A internet é cada vez mais um veículo de aquisição de poder para esses novos senhores feudais digitais, esses barões da nova era, que são imensamente poderosos, algumas vezes mais poderosos do que as organizações, o que pode ser muito perigoso. Os EUA precisam de checks and balances [a separação tradicional de poderes na democracia]. O que me incomoda é que estamos eliminando o checks and balances. Quando você se livra deles em nome da justiça, da liberdade, da igualdade, na verdade você está criando as bases para uma ditadura.


CULT - Você fala muito de analfabetismo digital. As escolas ainda não estão preparadas para a internet?

Keen - O que me preocupa são as crianças que obtêm informação na Wikipédia. Os melhores sistemas educacionais são os que são supervisionados por seres humanos. É muito perigoso quando se disponibilizam sistemas de conhecimento não supervisionados na internet, como no Google ou na Wikipédia. A internet pode ser uma ótima ferramenta para as crianças, mas cada vez mais você as vê usando e citando a Wikipédia, por exemplo. O que precisamos ensinar a essas crianças é o alfabetismo midiático. Temos de fazê-las entender que toda informação vem acompanhada de uma bagagem cultural.

Quem quer que seja o autor, todo texto é, em certo sentido, uma polêmica. Todo texto tem o seu viés, o que não significa que seja necessariamente corrupto. O desafio para as crianças é entender isso, em vez de apenas ler esse texto como mera verdade. E, quando um texto aparece na internet, ainda que no blog mais obscuro, ele ganha esse aspecto de verdade, sobretudo se endossa uma opinião prévia do leitor.


CULT - O que fazer?

Keen - Penso que os professores deveriam focar seus esforços em ensinar as crianças a ler e enxergar o que está por trás desse tipo de texto. Não é necessário ensiná-las como usar essas novas mídias, porque elas são projetadas para ser intuitivas. O grande desafio do século 21 é o alfabetismo midiático. Se queremos que essas crianças cresçam para tornar-se bons cidadãos, capazes de votar com consciência e de tomar decisões maduras sobre o mundo, precisamos ensiná-las a usar essas ferramentas com ceticismo e a diferenciar o que é confiável do que não é. Do contrário, acabaremos por infantilizar nossa cultura.


CULT - Como você é um dos maiores críticos da Wikipédia, procurei seu nome no site em inglês. No item "crítica à internet", lê-se que você não vê problemas em ser chamado de elitista e que, ao ser perguntado sobre se a internet era pior do que o regime nazista, você teria dito "pelo menos os nazistas não deixavam os artistas sem emprego". Como reage a isso?

Keen - [Risos] É engraçado você ter me perguntado isso, porque esse episódio nos conduz direto ao centro do problema. Trata-se de um ótimo exemplo das distorções e mal-entendidos causados pela cultura da internet. Veja você: Stephen Colbert é um dos comediantes mais populares dos EUA. Seu programa é um dos mais vistos da TV norte-americana, com uma audiência de vários milhões de expectadores. Não é bem um entrevistador, mas um comediante que criou uma persona paródica por meio da qual se apresenta como um entrevistador populista de direita. As entrevistas que faz não são entrevistas sérias, ao contrário, elas têm essa função cômica e paródica. Ele está ali mais para tirar sarro da cara do entrevistado do que outra coisa.

Quando fui convidado para o programa dele, pensei que não perderia nada em ir falar do meu livro, mas logo me avisaram que, se havia uma coisa que eu deveria evitar, era tentar ser engraçado. Assim, uma vez no programa, decidi jogar o jogo cômico de Colbert e também eu interpretei o meu papel. Aí ele me encarou e me disse: "O senhor é um elitista!". E eu retruquei com aparente indiferença: "E o que há de errado nisso?". Depois disso todos me chamam de elitista quando me citam na Wikipédia.

Quanto à referência ao nazismo, obviamente trata-se de uma piada. Colbert colocou satiricamente essas palavras em minha boca, sem que eu as tivesse de fato dito. Em primeiro lugar, sou judeu. Em segundo lugar, fiz estudos acadêmicos sobre a história da Alemanha. Estou longe de ser alguém que não tem ideia do que aconteceu na Alemanha nazista.
Isso mostra o absurdo dessa cultura, na qual sou citado com base em um programa humorístico.

Mostra que as pessoas que escrevem na Wikipédia são pessoas com pouca cultura, que não têm senso de contexto nem entendimento aprofundado do mundo. Mostra ainda que toda essa cultura se enraíza no que chamo de uma comunicação nebulosa. Fico até contente que a entrada virtual sobre mim não tenha sido corrigida porque ela revela a péssima qualidade da Wikipédia.

A meu ver, o maior problema da Wikipédia não é o fato de ela conter equívocos e, sim, o de não haver ninguém que avalie os artigos e assuma a responsabilidade por eles. Eu sempre gosto de lembrar que o verbete da Pamela Anderson na Wikipédia é maior e mais meticulosamente elaborado do que o da Joana d'Arc, ou o da Hannah Arendt.

(...)

CULT - Você acredita no relativismo da verdade jornalística?

Keen - Tomemos como exemplo a questão da Palestina, que é um dos assuntos mais complexos e polêmicos que podemos abordar, uma questão sobre a qual está claro que não existe "a verdade", mas uma série de verdades conflitantes. Como você se informaria sobre o que está acontecendo no Oriente Médio, se quisesse realmente compreender a situação? A única forma de fazê-lo é ler as várias opiniões contrárias. Você teria de ler jornais que sejam anti-Israel e pró-Palestina, ler os artigos pró-Israel de Thomas Friedman no New York Times, os artigos de Robert Fisk no Independent, ler o Financial Times, cujo posicionamento é mais equilibrado. A questão com os jornais é que eles não apresentam ao leitor um pacote mastigado de notícias. Se ele quiser entender o mundo para se tornar alguém mais informado e, como consequência, um melhor cidadão e um melhor eleitor, ele tem de se esforçar, tem de trabalhar para isso, tem de estar disposto a ler opiniões diferentes e refletir sobre elas com um mínimo de ceticismo. Não estou dizendo que, se você ler todos esses artigos diferentes sobre o Oriente Médio, será capaz de extrair deles "uma verdade".

Acredito que a mídia mainstream criava o alfabetismo midiático na era em que crescemos. Hoje, a internet, por ser anônima, por ser um meio de comunicação cujas fontes são tão difíceis de avaliar e julgar, por ser, na verdade, incrivelmente tendenciosa, suscita o analfabetismo midiático.

Na verdade, isso não se deve exclusivamente à internet. Isso se deve, sobretudo, às transformações sofridas por nossa cultura, cada vez mais focada em rápidas acomodações intelectuais que deem conta da enorme velocidade do fluxo de informações.
Em resposta aos relativistas culturais radicais que dizem não haver verdades, digo que, sim, existem verdades. Há verdades nas notícias. Os terroristas do 11 de Setembro de fato jogaram os aviões contra aqueles prédios. Pode haver diferentes interpretações para esse fato, mas nada faz com que deixe de ser algo que realmente aconteceu, um fato e não uma convenção.

Mas, quando você elimina a responsabilidade do autor sobre o texto, quando você elimina a ligação que existe entre o escritor e o leitor, tudo se torna possível em termos de desonestidade. O que eu quero dizer é que a verdade, seja ela qual for, é muito mais escorregadia agora do que era na época da mídia mainstream.


CULT - Você mesmo disse que seu livro, publicado originalmente em 2007, contém erros...

Keen - Não diria erros, mas fraquezas. Idealizei demais a mídia
mainstream, eu deveria ter sido mais crítico a esse respeito.


CULT - Certo. Qual seria, de todo modo, a ideia central que não foi abalada de lá para cá?

Keen - A ideia fundamental é a de que a "cultura supervisionada" [curated culture] é algo bom; que o velho mundo midiático, o complexo ecossistema de indivíduos entre o autor e o público, serve para filtrar e melhorar o conteúdo. Quando você se desfaz dessa mediação, com o argumento de que a nova mídia é mais eficiente e lucrativa, também está se desfazendo de valores fundamentais e os resultados disso podem ser catastróficos.
Outra ideia importante é a de que a mídia mainstream é razoavelmente eficiente e, sem dúvida, mais eficiente que a nova mídia em encontrar e polir talentos. O talento é uma constante em nossa história. Sempre existiram pessoas talentosas. Mas a maioria das pessoas não o é. Isso não significa que elas sejam más, ou que mereçam ir para o inferno. Elas apenas não são muito talentosas e não têm nada de interessante a dizer. O desafio da mídia é encontrar as pessoas talentosas e lapidar seu talento, para poder torná-lo vendável. Quando John Hammond viu Bob Dylan numa casa noturna de Nova York em 1961, Dylan ainda não estava pronto para ser um popstar, mas Hammond era um olheiro talentoso, podia reconhecer a genialidade e o potencial daquele homem em sua frente. Cinquenta anos depois, Dylan é provavelmente o mais importante ícone cultural norte-americano do século 20. O problema é que nesse novo mundo os Dylans se perdem. Estamos jogando fora nossos talentos. Nesse novo mundo os que vão aparecer serão os autopromotores, que com frequência veiculam ideias bastante banais. Qualquer ideia mais substanciosa se perde.

Confesso que não é um argumento muito original. Já tinha sido desenvolvido pela Escola de Frankfurt. Porém vivemos um momento em que essa discussão se tornou particularmente aguda. Nesse sentido, muitas vezes brinco dizendo que o meu livro é uma espécie de " Adorno for dummies" [Adorno para leigos].

Fonte: http://revistacult.uol.com.br/novo/entrevista.asp?edtCode=2821A2A7-1F12-4309-9FB5-E8B4354FEE9A&nwsCode=F9B3076D-F982-498B-B6B3-3CFE07375D86 22/10/2009

A GRIPE A (H1N1) NO BRASIL AINDA É GRAVE.

A GRIPE A (H1N1) NO BRASIL AINDA É GRAVE.
Ver noticia abaixo:
Site ucho.info
Casos da gripe A crescem no Brasil, mas governo federal está despreocupado
24.06.2009 - 12:33am | Seção: Política

Zombando da gripe -
Quando surgiram os primeiros casos da “gripe A” (H1N1) no México, o governo brasileiro, sob o manto do messianismo mambembe do presidente Lula da Silva, se apressou em afirmar que a doença chegaria por aqui sem força. O próprio presidente-metalúrgico endossou tais afirmações. Quem garantiu o inimaginável simplesmente desconhece a velocidade de propagação de uma epidemia, que se dá em progressão geométrica. O desdém foi tamanho, que a vigilância nos portos e aeroportos foi minimizada, se é que algum dia ela de fato existiu. Agora, com a “gripe A” alvejando os brasileiros aos borbotões, há os que garantem que essa variação do vírus Influenza não passa de uma gripe comum.
Além das fronteiras brasileiras, a “gripe A” mata, mas aqui é considerada como patologia corriqueira. Escolas paulistanas anteciparam as férias por conta da gripe. Empresas em São Paulo, a Serasa mandou para casa 94 funcionários por causa da “gripe A”. No Rio, A Vale do Rio Doce isolou um andar de sua sede, apenas porque a “gripe A” é uma bobagem. Em apenas um dia foram confirmados 94 novos casos da doença, que agora já são 334. Outros 218 estão sendo monitorados. Com a crise financeira o governo adotou a mesma postura. Duvidou da sua força, a ponto de rotulá-la de marolinha.
Fonte: http://ucho.info/casos-da-gripe-a-crescem-no-brasil-mas-governo-federal-esta-despreocupado 29/10/2009

Noticias do palácio, do rei e do seu mundo imaginário.

"Luiz Inácio da Silva pode tergiversar o quanto quiser no caso da insegurança pública no Rio de Janeiro, pois nas coxias policiais a realidade é bem diferente de tudo que vem sendo divulgado".

Saiu no site do UCHO.INFO

Insegurança no Rio de Janeiro pode não ter fim
22.10.2009 - 11:14am | Seção: Política

Tudo dominado -
Luiz Inácio da Silva pode tergiversar o quanto quiser no caso da insegurança pública no Rio de Janeiro, pois nas coxias policiais a realidade é bem diferente de tudo que vem sendo divulgado. Os especialistas garantem que a solução para o caos que domina a capital fluminense é ampliar as ações sociais já existentes em algumas favelas. E nesse quesito não faltaram os prepostos palacianos para defender tal tese. Acontece que no complexo de favelas do Alemão, onde o crime grassa à luz do dia, a polícia não pode entrar por conta das obras do Plano de Aceleração do Crescimento, o PAC.
Opiniões dissidentes garantem que é preciso promover uma interação das polícias de todo o País, como forma de interceptar o transporte de armas de fogo de uso exclusivo das Forças Armadas, não sem antes reforçar o patrulhamento nas fronteiras brasileiras, por onde o escambo do crime acontece livremente. O grande problema é que fechar as fronteiras brasileiras pode desapontar os companheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, as Farc.
Quando a cidade de São Paulo enfrentou, durante alguns dias, o toque de recolher imposto pelo PCC, políticos de todos os matizes se movimentaram de maneira idêntica ao que fazem agora no caso do Rio. Há três décadas, autoridades falam em combater a violência no Rio, mas até agora nada foi feito. E mais: os setores de inteligência das polícias fluminenses sabiam desde agosto do planejamento da operação que foi desencadeada no último final de semana.

Fonte: http://ucho.info/inseguranca-no-rio-de-janeiro-pode-nao-ter-fim 22/10/2009

Friday, October 09, 2009

O premiê italiano, Silvio Berlusconi, jurou "se defender" e "mostrar do que é feito"

Comentário:

Noticias do louco italiano que imagina que os Juízes daquele país são seus servos, como os daqui. Tirano disfarçado que uma boa parte do povo italiano gosta. Em aula ao falar sobre o sujeito fui reprovado por um aluno italiano que elegeu o como um dos melhores primeiros ministros que Itália já conheceu – trouxe muitos benefícios para o povo italiano, não é só no Brasil que a população é enganada com bolsa família, cabra família e outras artimanhas governamentais, por meio de muita propaganda.
Daner Hornich


Saiu na Folha de São Paulo:

Berlusconi volta a atacar presidente e juízes

Um dia após perder imunidade, premiê italiano diz que acusações contra ele são risíveis e que ele mostrará "do que é feito" na Justiça

Artilharia verbal contraria até aliados de premiê, como presidente do Parlamento, que pede respeito a chefe de Estado e a Judiciário

DE GENEBRA

O premiê italiano, Silvio Berlusconi, jurou "se defender" e "mostrar do que é feito" caso tenha que voltar aos tribunais para responder a duas acusações de corrupção que poderão ser reabertas depois de o Tribunal Constitucional anular, anteontem, sua imunidade.
"Esses dois julgamentos são risíveis, são uma farsa que eu vou explicar para os italianos até na TV", disse ontem o político direitista e empresário, dono do maior conglomerado privado de mídia do país.
A máxima instância jurídica italiana decidiu na quarta que a imunidade dada ao premiê pelo Parlamento em 2008 violava a premissa constitucional de que todos são iguais ante a lei.
Mas Berlusconi minimizou a decisão que pode levá-lo a seu pior momento político em quase duas décadas. O premiê direitista já está fragilizado no país por uma série de escândalos sexuais e pela crise econômica, e, fora dele, pelas críticas a sua política migratória.
Ontem, voltou a acusar a magistratura de esquerdismo e a criticar o presidente Giorgio Napolitano. "O presidente foi eleito por uma maioria de esquerda. Suas raízes políticas são totalmente de esquerda, e foi ele quem designou os juízes do Tribunal Constitucional, o que mostra de que lado está", disse ele a uma rádio.
Na véspera, o premiê telefonara a um dos principais programas de suas emissoras, o "Porta a Porta", em horário nobre, e fizera críticas parecidas.
Mas os ataques parecem ter dividido sua coalizão. O presidente do Parlamento, Gianfranco Fini, afirmou que, por legítimo que seja, o direito do premiê se defender "não pode substituir o dever que ele tem de respeitar o chefe de Estado e o Tribunal Constitucional".
Berlusconi disse que não vai renunciar. Mesmo assim, a decisão do Tribunal mergulhou em incertezas o país conhecido por raras vezes ter tido um premiê que terminasse o mandato -o de Berlusconi vai até 2013.
Analistas de mercado também já olham com atenção para o conglomerado do premiê, um dos homens mais ricos da Itália, com fortuna de 6,5 bilhões. É dele o grupo de investimentos Fininvest, que controla a Mediaset, dona de canais de TV e de uma agência de publicidade; de uma empresa financeira e do clube de futebol Milan. Envolvido em um caso de suborno, o grupo pode receber uma multa milionária que se somará a uma dívida de 1,7 bilhão. (LUCIANA COELHO)

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft0910200909.htm

Islã é religião de 23% do mundo, aponta estudo

Perspectivas Religiosas no Mundo

Saiu na Folha de Sõa Paulo:

São Paulo, sexta-feira, 09 de outubro de 2009

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DEMOGRAFIA

Islã é religião de 23% do mundo, aponta estudo

DA REDAÇÃO

O mundo tem 1,57 bilhão de muçulmanos, aponta um estudo publicado ontem pelo grupo não governamental Pew Research Center, de Washington. Trata-se de quase um quarto da população mundial, sendo que 62% dos muçulmanos se concentram na Ásia.
A Indonésia é o país do mundo de maior população muçulmana, com 203 milhões -12,9% do total mundial-, seguida pelo Paquistão. O estudo abrangeu 231 países e territórios.
O Oriente Médio e o norte africano concentram 20% dos muçulmanos, mas também a maior porcentagem de países de maioria islâmica. "Mais da metade dos 20 países e territórios lá tem populações 95% ou mais muçulmanas", aponta o Pew.
Outra conclusão do Pew é que 20% dos muçulmanos -ou 317 milhões de pessoas- vivem em países onde sua crença é minoritária. É o caso do Brasil, onde vivem 191 mil muçulmanos, ou 0,1% da população do país.
Essa dispersão faz com que a Alemanha, por exemplo, tenha mais muçulmanos (4 milhões) do que o Líbano (3 milhões).
A população islâmica na Rússia (16 milhões) é maior do que as de Líbia e Jordânia somadas (12 milhões). E a China tem mais muçulmanos (22 milhões) que a Síria (20 milhões).
O país que concentra a minoria islâmica numericamente mais expressiva, de 161 milhões, é a Índia, de maioria hindu.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft0910200908.htm

Noticias do Mundo Honduras "não é uma república de bananas",

São Paulo, sexta-feira, 09 de outubro de 2009

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OEA deixa Tegucigalpa de mãos vazias

Missão de chanceleres de entidade afirma na partida que diálogo para resolver crise deve ser "exclusivamente hondurenho"

Inflexibilidade de governo Micheletti, que quis mostrar que Honduras "não é uma república de bananas", surpreendeu a delegação

Yuri Cortez/France Presse

Polícia e manifestantes pró-Zelaya se enfrentam em frente de hotel onde estava comitiva da OEA

ANA FLOR
ENVIADA ESPECIAL A TEGUCIGALPA

A missão da OEA (Organização dos Estados Americanos) deixou Honduras ontem frustrando expectativas de um acordo que desse fim aos mais de cem dias de crise política e institucional no país.
Chanceleres e diplomatas de uma dezena de países das Américas foram a Tegucigalpa com um discurso uníssono em que pediam a restituição do presidente deposto Manuel Zelaya. Menos de 24 horas depois, foram embora entregando as negociações nas mãos dos hondurenhos. "Este será um diálogo exclusivamente hondurenho. Honduras é uma família dividida que precisa se reconciliar", disse Bruno Stagno, ministro das Relações Exteriores da Costa Rica, minutos antes de a delegação inteira seguir para o aeroporto. A OEA se comprometeu a deixar um grupo no país para dar "apoio logístico" às negociações.
Os representantes chegaram a Tegucigalpa na quarta-feira com um discurso que exigia a restituição da democracia do país -o que significava a volta de Zelaya à Presidência.
O comunicado sobre os resultados da missão lido na manhã de ontem aos jornalistas, que esperavam por uma coletiva de imprensa, mostrou um recuo nas reivindicações internacionais. Os chanceleres falaram em restauração das garantias constitucionais -em tese, a volta de Zelaya; na prática, qualquer solução hondurenha aprovada por Congresso e Suprema Corte-, liberdade de imprensa, com a reabertura dos meios de comunicação fechados, e um tratamento "digno" ao presidente deposto durante as negociações, com sua saída da embaixada brasileira.
A derrocada da mediação internacional se tornou clara no encontro entre os representantes da OEA e o presidente interino, Roberto Micheletti, na noite de anteontem. Os líderes ouviram, em uma reunião transmitida ao vivo pela TV local, reprimendas sobre o isolamento internacional de Honduras, que foi suspensa da OEA e teve ajuda financeira cortada.
O líder do governo golpista afirmou que deixaria o poder se Zelaya também abdicasse de uma volta ao cargo. Caso isso não ocorresse, afirmou que o país "sobreviveria" ao isolamento. Deu a entender, ainda, que pretende deixar o cargo apenas no dia 27 de janeiro, quando o novo presidente eleito assumir o cargo.
O secretário de Estado de Assuntos Exteriores do Canadá para as Américas, Peter Kent, reconheceu que a reação de Micheletti surpreendeu a OEA.
Kent, assim como outros representantes, afirmou que Zelaya já teria concordado em voltar à Presidência com poderes limitados, que o impediriam de tentar insistir na promoção de uma Assembleia Constituinte, iniciativa considerada ilegal por Congresso e Justiça hondurenhos e estopim para a deposição do presidente.
Pouco depois de os chanceleres deixarem o hotel onde leram a declaração final, cerca de 500 manifestantes fizeram um protesto contra o fraco resultado do encontro. "A OEA é um clube de turistas brancos e aposentados", afirmou raivoso Juan Barahona, da Frente Nacional de Resistência contra o golpe e negociador de Zelaya.
A polícia cercou os manifestantes, mas não usou gás para dispersá-los. A revogação do estado de sítio, apesar de anunciada na segunda, ainda não foi publicada no Diário Oficial.

Ofensiva
Desde o início da semana, o governo Micheletti vinha dando sinais de que poderia aceitar o retorno do presidente deposto, mas impunha como condições a Zelaya um gabinete pré-negociado e poder limitado.
O discurso inflexível mostrado à OEA, porém, seria uma demonstração de força do grupo de conselheiros de Micheletti que defendiam a radicalização das relações. Dois assessores ouvidos pela Folha sustentam que era preciso "demonstrar que Honduras não é uma república de bananas", que se curva à vontade internacional.
A visita de congressistas americanos conservadores, que incentivaram o governo interino a resistir às pressões pela volta de Zelaya, reforçou a impressão de que o golpe começava a ser entendido -e que poderia ser aceito internacionalmente como um movimento para conter o crescimento da influência do presidente da Venezuela, Hugo Chávez.
Um terceiro fator a fortalecer Micheletti foi a bem-sucedida estratégia para enfraquecer a resistência. O fechamento de meios de comunicação pró-Zelaya ajudou a diluir o apoio popular ao presidente deposto.
Ontem, Zelaya insistiu no dia 15 como data-limite para que o diálogo dê resultado. "Nessa data, faremos as análises necessárias de acordo com os resultados da mesa de diálogo, que para mim não são otimistas nem positivos, pelo contrário. Mas nessa data anunciaremos qual será a nossa posição."

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft0910200901.htm

Comentário:

Honduras "não é uma república de bananas", mas o Brasil do Lula o que é?

Thursday, October 08, 2009

Imunidade de premiê é inconstitucional, decide Justiça italiana

Juízes italianos votam com serenidade e mostram que Primeiro Ministro italiano (picareta) não é o soberano que tudo pode e quer. Governos picaretas governando o mundo encontramos de sobras nos tempos atuais – tão sombrios.

Daner Hornich

Veja abaixo o que saiu na Folha:



Imunidade de premiê é inconstitucional, decide Justiça italiana
Por 9 votos a 6, tribunal revoga lei promulgada em 2008 que causara a suspensão de processos contra Silvio Berlusconi

Premiê acusa juízes de serem de esquerda, critica mídia e presidente e afirma que cumprirá restante do seu mandato com ou sem a lei


Alberto Pizzoli/France Presse


O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, olha para o céu durante cerimônia em Roma

LUCIANA COELHO
DE GENEBRA

O premiê italiano, Silvio Berlusconi, sofreu ontem o pior revés de seu atual mandato quando o Tribunal Constitucional do país anulou a lei que lhe dava imunidade judicial enquanto estiver no cargo. Isso significa que pelo menos dois processos envolvendo o governo direitista podem ser desengavetados.
A decisão, por 9 votos a 6, vem em um momento de fragilidade política e baseia-se no argumento de que a emenda aprovada pelo Parlamento em 2008 fere o princípio constitucional de que todos os cidadãos são iguais perante a lei.
Na argumentação dos juízes, uma mudança desse calibre necessitaria da aprovação por maioria qualificada de dois terços do Congresso, o que não ocorreu -a coalizão governista não tem tamanho apoio.
Integrantes da oposição aplaudiram o veredicto, mas apenas um deputado, o ex-juiz Antonio Di Pietro, pediu imediatamente a saída do premiê.
Berlusconi declarou que a decisão não o fará renunciar e saiu disparando petardos contra os juízes, o presidente e jornalistas -para ele, dono do maior conglomerado privado de mídia do país, "72% da imprensa é de esquerda".
Crítico contumaz do sistema judicial italiano, ao qual acusa de querer legislar, atribuiu a anulação a "juízes de esquerda". "Vamos governar por cinco anos com ou sem essa lei", disse a repórteres diante de sua casa, em Roma, segundo a BBC. O mandato só acaba em 2013.
O premiê também criticou o presidente Giorgio Napolitano, do extinto Partido Comunista. "Me sinto trapaceado, acabou", afirmou, culpando-o pela indicação dos juízes.

Rixa
Berlusconi, cuja rivalidade com o Judiciário remonta a seu mandato anterior (2001-2006), tem constantes rusgas com a Justiça, a qual acusa de persegui-lo para fins políticos.
A opinião da magistratura sobre o direitista tampouco é melhor. Em recente congresso na Itália, a reportagem da Folha ouviu de juízes e juristas proeminentes que o governo atual é antidemocrático e está "dividindo o país", sobretudo com sua política de criminalizar imigrantes irregulares.
O momento político também não favorece Berlusconi, que, apesar de uma aprovação alta, sofreu arranhões em sua base eleitoral conservadora após os sucessivos escândalos sexuais envolvendo seu nome.
Nesta semana, o Tribunal de Milão considerou o premiê corresponsável pelo suborno de um juiz envolvido em uma decisão judicial que beneficiou uma de suas empresas em um processo de 1991. Ele fora inocentado de acusações criminais em 2001 e pode recorrer.
Já os casos que poderão agora ser reabertos envolvem tanto as empresas quanto a carreira política de Berlusconi. Ambos precedem sua eleição, no começo do ano passado, estavam em curso e foram suspensos exatamente por causa da aprovação da imunidade, em junho do mesmo ano.
Em um deles, Berlusconi é acusado de fraude fiscal e de maquiar seu livro-caixa na compra de direitos de TV de empresas "offshore" do premiê pela própria Mediaset, seu conglomerado de mídia. A Procuradoria afirma que os preços declarados foram inflados.
O segundo caso remonta à acusação de que senadores receberam, em 2007, ofertas em dinheiro para se unirem à sua coalizão, então na oposição.
Berlusconi está ainda envolvido em um quarto caso, o qual não está claro se pode ou não ser afetado pela decisão do Tribunal Constitucional. Nele, o premiê é acusado de ter pago em 1997 ao advogado britânico David Mills 580 mil para sumir com documentos financeiros suspeitos. Em fevereiro, Mills foi condenado a quatro anos e meio de cadeia.

Com agências internacionais
Fontes: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft0810200901.htm 08/10/2009

Militares, ciências, Educação Popular.

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