Friday, May 28, 2010

Resposta ao governador Alberto Goldman de uma leitora atenta e crítica

Resposta ao governador Alberto Goldman de uma leitora atenta e crítica
Conferir no final da reportagem da Folha de São Paulo a boa resposta no própria Folha de São Paulo do dia 28/05/2010.


SP desiste de regra para contratar docente
Com falta de professores, Estado abre possibilidade de admitir temporário que não fez prova de conhecimento
Exame anual foi criado no ano passado para melhorar a seleção de professores para a rede de ensino paulista
Zanone Fraissat/Folhapress


Escola Estadual José Monteiro Boanova, na City Lapa, que enfrenta falta de professores

FÁBIO TAKAHASHI
DE SÃO PAULO

O governo de SP autorizou a contratação de professores que não tenham prestado um exame de seleção. Criado em 2009, o exame, segundo sempre pregou o próprio governo, tem como objetivo melhorar a escolha de docentes para a rede.
A resolução já está em vigor. A secretaria diz que a norma, publicada ontem no "Diário Oficial", é só uma garantia caso faltem professores temporários (não concursados). Primeiro, são chamados os concursados e depois, os temporários que passaram pela avaliação.
A norma prevê ainda que formados em pedagogia poderão dar aulas, de forma emergencial, de matérias específicas -como física, química e matemática.
Não foram divulgados números sobre o deficit de docentes nem sobre o de alunos que estão sem aulas por falta de professor. A secretaria informou apenas que há carência na área de exatas.
Os sindicatos do setor afirmam que a falta de docentes é generalizada. O próprio governador Alberto Goldman (PSDB) reconheceu anteontem que há deficit.
"A Secretaria da Educação já constatou e está fazendo todo o esforço para que sejam formados professores na área de física. Parece que ninguém quer ser professor de física, não sei por quê."

200 DIAS FORA
Para os sindicatos, o governo enfrenta dificuldades para contratar por ter determinado que os temporários não podem dar aulas por anos consecutivos.
Segundo lei aprovada em 2009, eles precisam ficar 200 dias fora da rede após um ano de trabalho. A ideia do Executivo é evitar que os temporários se transformem em permanentes, sem ter prestado concurso.
Sindicalistas dizem que o propósito é evitar a caracterização de vínculo empregatício, que elevaria os gastos. Também não houve tempo de chamar os 10 mil aprovados em concurso, aplicado no início do ano, que poderiam substituir parte dos cerca de 80 mil temporários. Os não concursados representam cerca de 40% de todo o corpo docente da rede.
Em nota, a secretaria negou que a "quarentena" para os temporários tenham prejudicado a distribuição de aulas -mas não deu mais detalhes sobre o assunto.

BANCO DE CANDIDATOS
A pasta afirmou ainda que a resolução apenas cria um banco de candidatos, que só serão chamados em caso de emergência.
Disse ainda que "a norma só foi publicada porque este é um ano eleitoral, quando não poderá ser feito novo concurso de admissão ou nova seleção".
A Secretaria da Educação enfrenta dificuldades em preencher os postos nas escolas desde o início do ano.
Após a aplicação da prova dos temporários, a pasta verificou que o volume de aprovados seria insuficiente e permitiu que reprovados também fossem chamados. Eles foram classificados segundo a nota do exame.
Cerca de 40% dos professores não atingiram o desempenho mínimo necessário (metade das 80 questões).
"Agora, poderá dar aula até quem nem fez o concurso. Liberou geral", disse o presidente da Udemo (sindicato dos diretores), Luiz Gonzaga Pinto. "Já é quase meio do ano e várias escolas estão sem todos os professores."
"Primeiro o governo avalia e exclui. Aí, vê que falta professor. Não há organização", diz a presidente da Apeoesp (sindicato dos docentes), Maria Izabel Noronha. Segundo ela, os maiores deficit são em química, biologia e física.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2605201001.htm - 28/05/2010.

Educação
"Parece que ninguém quer ser professor de física, não sei por quê", disse o governador Alberto Goldman (Cotidiano, 26/5).
Posso ajudar a esclarecer. Química, biologia e física, na grade estadual, têm duas aulas semanais no ensino médio. Para o professor completar uma jornada de 32 aulas/semana, precisa de 16 salas, com média de 40 alunos por sala -640 alunos, no mínimo.
Se o professor aplicar duas avaliações mensais, são 1.280 provas a corrigir, além de 16 diários de classe para preencher e, pasmem, as 32 aulas são distribuídas em duas ou três escolas, porque dificilmente há em uma única escola 16 turmas de ensino médio. Tudo isso para ganhar R$ 7 por aula.
Avalie você mesmo se alguém em sã consciência, em início de carreira, se sujeitaria a isso.
MAGALI APARECIDA LOVATTO NASCIMENTO (Manduri, SP)

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2805201009.htm acesso em 28/05/2010

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