Sunday, July 26, 2015

Grécia. Unidade na pluralidade

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Grécia. Unidade na pluralidade

O ex-ministro de Finanças da Grécia, Yanis Varoufakis (foto), reiterou ontem sua alegação pública pela unidade e o mútuo respeito no governante partido Syriza, afastando-se do cisma que parece ameaçá-lo, após a rendição diante do que havia chamado de “Endemoninhada Coalizão do Poder Internacional”, em Bruxelas. Em um artigo onde expõe o porquê votou negativamente na sessão parlamentar sobre o ajuste da semana passada e positivamente no desta semana, Varoufakis citou, para expor sua posição, outro texto pelo mesmo portal, The Press Project, onde figura sua argumentação. “Sabíamos desde o início o quanto os prestamistas seriam impiedosos”, declarou no sábado Varoufakis. “Colocados diante da pressão da ‘Endemoninhada Coalizão do Poder Internacional’, é razoável que alguns camaradas tomem um caminho e outros tomem outro”, refletiu.
 
Fonte: http://goo.gl/ypPy6w 
A reportagem é publicada por Página/12, 24-07-2015. A tradução é do Cepat.
“Seria criminoso que um lado rotule o outro de ‘acomodado’ e, por sua vez, seja rotulado de ‘irresponsável’. O objetivo principal neste momento – sentenciava Varoufakis – é a unidade do Syriza e daqueles que acreditaram em nós. Hoje, somos avaliados pela nossa capacidade de proteger nossa unidade, enquanto mantemos nosso direito de divergir”, acrescentou o ex-primeiro-ministro, para finalmente concluir que “não há respostas corretas, mas, sim, uma intenção de respeitar as respostas que dão nossos camaradas, ainda que divirjam das nossas”.
Após Alexis Tsipras ter aceitado o que Varoufakis definiu como “termos da rendição”, diante do embate consolidado por bancos e estados credores, o ex-ministro das Finanças retirou o seu apoio na primeira votação parlamentar do acordo. Anteontem, ao contrário, o economista acadêmico, que se converteu em dirigente político – e enfrentou a todos os governos conservadores da Europa em defesa da vontade grega de rejeitar os ajustes –, apoiou a segunda parte do aceitado.
Em seu artigo do fim de semana, o ex-ministro das Finanças denunciou a gravidade da investida da Cúpula do Euro de Bruxelas, onde “nossos ‘sócios’ impuseram sobre Tsipras seu documento com métodos golpistas e agressão inimaginável”.
No texto de ontem, insistiu que seu objetivo principal é manter a unidade do Syriza, apoiar Alexis Tsipras e dar apoio aEuclides Tsakalotos, que votou afirmativamente em medidas que “eu mesmo havia proposto, ainda que sob condições e requisitos radicalmente diferentes”. Essas condições, explica minuciosamente, levarão a graves e indesejadas consequências. No entanto, apesar de sua certeza de que o voto não ajudará o governo a alcançar os objetivos comuns,Varoufakis ofereceu seu voto afirmativo, “na esperança de que meus camaradas ganhem algum tempo e que nós, todos nós, unidos, planejemos uma nova resistência à autocracia, à misantropia e à aceleração e aprofundamento (induzidas) da crise”.
Ontem, o governo alemão aplaudiu a segunda parte das reformas aprovadas pelo Parlamento grego. O ministro da Chancelaria, o cristão-democrata Peter Altmaier, afirmou na rede social Twitter que a decisão do legislativo grego é um novo passo importante. “Esse é um bom começo, mas ainda não é o caminho”, acrescentou Altmaier.
A votação no Parlamento grego foi interpretada pela imprensa grega como uma prova de resistência que o governo deTsipras atravessou com maior ou menor sorte. O conservador Kathimerini abriu sua página com o título “Syriza em divisão”. O centrista Ta Nea utilizou a manchete “Tsipras intransigente com o acordo e os rebeldes”. Com o título “Angústia frente ao vazio financeiro”, o jornal econômico Naftemporiki ressaltou que agora é o momento, como afirmouTsipras, de iniciar as negociações sobre o terceiro resgate que permita garantir o financiamento.

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