Wednesday, June 14, 2017

Operação abafa: propina a Aécio é devolvida em tentativa de tirar Perrella do escândalo em tentativa de tirar Perrella do escândalo

Operação abafa: propina a Aécio é devolvida em tentativa de tirar Perrella do escândalo

Advogado de assessor de Perrella avisa imprensa que parte da propina da JBS foi devolvida às autoridades, tentando dar um cavalo de pau na narrativa de que os recursos foram lavados pela empresa do senador
 
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
 
Jornal GGN - O Estadão publicou nesta quarta (14) uma notícia sobre a devolução de parte dos R$ 2 milhões em propina que a JBS afirma ter pago a Aécio Neves (PSDB) que mais parece a deflagração de uma "operação abafa" para tirar o senador Zezé Perrella do meio do escândalo.
 
Segundo a reportagem, a defesa do primo de Aécio, Frederico Pacheco, responsável por retirar as malas de dinheiro com a JBS, devolveu R$ 1,520 milhão à Polícia Federal por meio de um depósito na Caixa Econômica Federal. Mas quem fez questão de divulgar esse fato à imprensa foi o advogado de Mendherson Souza Lima, assessor de Perrella que também participou do transporte de dinheiro.
 
Antonio Velloso Neto, o advogado, deu uma declaração ao Estadão que expõe a tentativa de derrubar a tese da Polícia Federal, de que empresa da Família Perrella foi usada para lavar a propina destina a Aécio. "Não existe essa história de lavagem de dinheiro. Mendherson nunca lavou dinheiro na empresa do Perrella e nunca lavou dinheiro para ninguém".
 
Ele ainda acrescentou que o depósito feito numa conta corrente autorizada pela PF "é a comprovação absoluta de que o dinheiro não está mais em circulação", disse. Procurado, o advogado de Fred não respondeu aos contatos da reportagem."
 
Já o advogado de Frederico, responsável pela devolução de parte da propina, não quis comentar o assunto.
 
O valor de R$ 1,520 milhão devolvido por Fred complementa a parcela de R$ 480 mil em propina que a Lava Jato encontrou na casa da sogra do assessor de Perrella.
 
Tanto Mendherson quanto Fred estão presos desde o dia 18, assim como a irmã de Aécio, Andrea Neves, que teria feito as primeiras conversas com Joesley Batista, solicitando os R$ 2 milhões.
 
Na versão dos Neves e de Batista, o dinheiro seria destinado ao pagamento da defesa de Aécio, que só com a delação da Odebrecht acumulou pelo menos cinco inquéritos na Lava Jato.
 
Mas a Polícia Federal seguiu o caminho do dinheiro, desde a JBS até Minas Gerais, e detectou que uma parcela dele foi depositada na empresa Tapera Participações e Empreendimentos Agropecuários, o que fundamenta a tese de que a empresa de Gustavo Perrela, filho do senador Zezé, seria usada para dar aparência de licitude aos recursos.
 
O que aconteceu a partir do momento em que parte da propina entrou na conta da empresa dos Perrela não foi divulgado pela Lava Jato, mas o interrogatório de Fred na Polícia Federal indica que será difícil a defesa dos investigados dar um cavalo de pau na narrativa criada até agora. Isso porque há evidência de que, depois de passar pela Tapera, o dinheiro da JBS retornou às mãos de Fred e de Mendherson, completando o ciclo da lavagem.
 
Na Superintendência da Polícia Federal em Minas Gerais, o delegado Luiz Augusto Nogueira perguntou a Fred a razão de sua empresa, a Frederico Facheco Empreendimentos, ter recebido um depósito de R$ 165 mil da empresa da família Perrela. O primo de Aécio não quis responder.
 
Fred também usou o direito constitucional de permanecer em silêncio quando a PF indicou que o assessor de Aécio "realizou provisionamento de saque junto ao banco Bradesco, no valor de R$ 103 mil, da conta da empresa Tapera, cujo sócio majoritário é Gustavo Perrela (filho de Zezé Perrela)", dono do famigerado helicóptero apreendido com quase meia tonelada de pasta de cocaína em meados de 2013.
 
Segundo o relatório da Polícia, esse provisionamento ocorreu um dia depois da JBS ter pago a segunda parcela do montante combinado com Aécio. 
 
No mesmo interrogatório, também há perguntas sobre a relação de Fred ou Aécio com o doleiro Gabi Amine Toufic Amad e com a empresa Emn Auditoria, de Euler Mendes Nogueira, alvo de busca e apreensão na operação Patmos. Ele é ex-auditor fiscal do Cruzeiro e já foi investigado pelo Ministério Público, ao lado de Perrella, por corrupção no clube.
 
Além disso, o interrogatório mostrou que além da possível ajuda de Perrella, Aécio pode ter contado com um doleiro preso por tráfico internacional de diamantes para lavar o dinheiro.
 
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