Wednesday, May 18, 2016

Equipe de presidente interino quer reforma da Previdência aprovada neste ano

Equipe de presidente interino quer reforma da Previdência aprovada neste ano

Nova equipe econômica anunciada por Henrique Meirelles
 
Jornal GGN - Uma semana após o afastamento da presidente Dilma Rousseff, o presidente interino Michel Temer inicia a estruturação da Reforma da Previdência, que impactará os atuais trabalhadores.
 
O grupo de trabalho que estuda as medidas drásticas será formado por centrais sindicais que apoiaram o impeachment, como a União Geral dos Trabalhadores (UGT), a Força Sindical, a Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), a Nova Central Sindical dos Trabalhadores, que terão dois representantes no colegiado. Embora tenham se manifestado contra mudanças na aposentadoria, essas sindicais se comprometeram a buscar soluções junto ao governo Temer.
 
Por serem contrárias ao impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) não participam do grupo.
 
Também fará parte do grupo um representante do Congresso Nacional e será coordenado pelo ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. Ainda do lado do governo, estará presente o secretário da Previdência nomeado, Marcelo Caetano, economista do Ipea.
 
"Marcelo Caetano tem como principal finalidade formular uma política de previdência no Brasil", adiantou ontem o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, ao nomear o economista.
 
O posicionamento do secretário da Previdência também não é novidade. Ele é um defensor da fixação de idade mínima para a aposentadoria. O objetivo da reforma é produzir efeitos rápidos e reduzir a pressão das despesas dos benefícios nas contas públicas.
 
Consequências para os trabalhadores
 
Apesar de ainda não definida a proposta final de reforma da Previdência, que terá o prazo de 30 dias para entregar ao Congresso, já é de conhecimento público que as mudanças já irão incluir quem está no mercado de trabalho atualmente, e não só os futuros trabalhadores. 
 
"Uma das questões mais profundas e complexas que precisam ser analisadas é a que caracteriza o direito adquirido e o que é meramente a expectativa do direito, baseada em normas que vão ser discutidas no devido tempo", disse Meirelles, abrindo para a possibilidade de impacto já nos atuais trabalhadores.
 
"Existe um consenso que mais importante é que exista uma Previdência Social que seja sustentável e autofinanciável, e é que todos os trabalhadores tenham a garantia de que a aposentadoria será paga e cumprida e que o estado será solvente para cumprir as suas obrigações. Vamos estudar com cuidado e, para isso, a Secretaria da Previdência vem para o Ministério da Fazenda, para trabalhar conosco, visando à garantia dessa solvência do Estado e à sustentabilidade da Previdência Social como um todo", afirmou o ministro.
 
O ponto deve ser o de maior resistência das centrais que participam do grupo, que começa a discutir hoje (18) a Reforma da Previdência.
 
A justificativa para incluir os atuais trabalhadores é que, segundo integrantes do governo, uma reforma só para os novos trabalhadores teria efeito nas contas públicas em apenas 40 anos.
 
Hoje, os benefícios do INSS consomem 35,2% do total de receitas da União, que representa um peso de R$ 496,4 bilhões neste ano. E as contas caminham em ascendente: se hoje a Previdência é 7,95% do Produto Interno Bruto brasileiro (PIB), em 2060 seria 17,2%, se as regras permanecerem como estão hoje.
 
No ano passado, o déficit já atingiu R$ 85,8 bilhões, em valores nominais, alcançará R$ 133,6 bilhões neste ano e R$ 167,6 bilhões de rombo em 2017.
 
Especialistas alegam que sem uma reforma na Previdência, a União ficará sem recursos para investir em saúde e educação. Com isso, aumenta-se o apoio para que o governo Temer envie no prazo de 30 dias a proposta ao Congresso, articulando com parlamentares, diante da grande resistência a medidas impopulares.

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