Friday, May 13, 2016

imprensa muda de tom

Temer dá recado de privatização a ministros e imprensa muda de tom

Palavra de ordem do presidente interino Michel Temer é ânimo na população para melhorar economia e imprensa adota veicular discurso
 
Jornal GGN - O presidente interino Michel Temer reuniu-se com seus 21 novos ministros, já no Palácio do Planalto, nesta manhã, indicando os caminhos a serem adotados por seus ministros para recuperação da economia. Estão esperadas mudanças em diversas áreas, como a redução orçamentária para programas e projetos do governo, reforma na Previdência, além de recuperar o ânimo dos brasileiros. Redações toparam aderir ao último recado. Após o encontro, a palavra de ordem manifestada pelos nomes dos Ministérios é "privatizações". 
 
"Bolsa Família não pode ser proposta de vida", defendeu o deputado federal Osmar Terra que assumiu o Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário. Após a reunião com Temer, o novo ministro acusou a presidente Dilma Rousseff de "mentir" sobre os dados do programa. E prometeu "avaliar" a "necessidade" e a "eficiência" do projeto: "Vamos avaliar o programa, aumentar sua eficiência e responder a uma pergunta: por que um país que a presidente diz que tem menos de 10% de pobres, tem 50 milhões de pessoas precisando do Bolsa Família? Temos de explicar por que tem tanta gente. Eu acho que ela mentiu", disse.
 
O novo ministro da pasta que uniu Educação e Cultura, o deputado federal de Pernambuco pelo DEM, Mendonça Filho, afirmou que nenhum dos programas em curso pelas pastas serão descontinuados. Mendonça contestou a ideia de que a fusão das duas áreas distintas possa provocar uma redução orçamentária para os investimento. 
 
"Você pode ter dois Ministérios com pouca força ou unir duas áreas fundamentais, como Cultura e Educação, cada vez mais fortalecidas. É esse nosso objetivo, disse. Mas ressaltou que haverá "uma mobilização com consensos" nas pastas e com "restrições orçamentárias". 
 
Ao ser anunciado o titular da pasta, Mendonça Filho foi recebido sob vaias por servidores da cultura:
 
 
Já o deputado que abandonou a liderança do PR, Maurício Quintella, para votar a favor do impeachment, e cuidará agora dos Transportes, Portos e Aviação Civil disse que, ainda que diante do cenário econômico, Temer não negou investir na malha viária no país.
 
De acordo com o ministro, a falta de investimentos nos últimos anos tornou a malha "intrafegável" e também retomará obras pelo país. Para isso, o ministro já prepara estudos para contar com "parcerias privadas". "A necessidade de recuperação é imensa, vamos analisar a capacidade financeira", disse. E deu o tom avisado por Michel Temer: "A ordem é privatizar tudo que for possível".
 
Nas Cidades, o aliado de Aécio Neves, ex-líder do PSDB na Câmara, Bruno Araújo, também mostrou que acatou as demandas de Temer: "Qualquer amarra que distancie a participação da iniciativa privada será combatida", disse. 
 
Para isso, o tucano anunciou que fará uma radiografia dos principais programas de habitação e saneamento e um diagnóstico para identificar seus padrões de eficiência. O objetivo é acabar com o "viés ideológico" do que chamou de "amarras burocráticas" nos investimentos públicos.
 
O novo ministro do Esporte, deputado federal do PMDB pelo Rio de Janeiro, Leonardo Picciani, decretou que, apesar dos problemas econômicos, também não faltará orçamento para as Olimpíadas do Rio, neste ano.
 
"Os Jogos serão um sucesso absoluto, e certamente engrandecerão a imagem do Brasil perante a comunidade internacional e também deixarão um legado em benefício da população", disse, faltando menos de 100 dias para a competição.
 
A prioridade de Raul Jungmann no Ministério da Defesa também está, em um primeiro momento, nas Olimpíadas. Para ele, é preciso ficar atento, apesar de o Brasil "não se encontrar no radar do terrorismo". "Há uma situação delicada hoje no país e no Rio, eu acho que temos plenas condições de fazer uma excelente Olimpíada, mas é preciso um grande engajamento da Defesa para suprir eventuais dificuldades".
 
Recado nas redações
 
Apesar de os problemas econômicos não serem resolvidos, o objetivo do presidente interino é "melhorar os ânimos" da população, estimulando clima de estabilidade econômica e recuperação. O recado dado por Temer foi repercutido nas redes sociais e toda a imprensa, com o discurso de posse. Em um dos trechos de sua fala, o interino afirma que gostaria de espalhar "dez, vinte milhões de outdoors" por todo o Brasil com a frase "Não fale em crise, trabalhe".
 
 
A repercussão positiva nos grandes veículos de comunicação da saída da presidente Dilma e a entrada do que possa a ser um novo governo gerou, além dos próprios editoriais, uma ordem dentro das redações. Chefes de redações orientaram seus jornalistas a não atacar e bater de frente nos ministros escolhidos por Temer, que incluem diversos nomes investigados em esquemas de corrupção.
 
Ao GGN, um funcionário da TV Record contou que jornalistas sugeriram a pauta sobre os ministros de Michel Temer investigados na Operação Lava Jato que terão, agora, foro privilegiado, comparando a situação que ocorreu com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que foi impedido de assumir Ministério por essa alegação. 
 
"A chefia foi categórica em dizer que não, que neste momento não vamos bater, que o PRB que é o partido da Universal tem um ministro", informou.

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